Servidores ambientais de Minas Gerais seguem em greve geral por tempo indeterminado contra o desmonte do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SISEMA). A paralisação, que teve início no dia 1º de setembro, chega na sua segunda semana sem sinais de diálogo com o governo. De acordo com o sindicato dos servidores ambientais (Sindsema), “os trabalhadores da área e suas reivindicações permanecem ignorados pelo governo do estado”.
A mobilização protesta contra o sucateamento dos órgãos ambientais estaduais e a falta de valorização dos profissionais da área, que seguem com salários defasados e na espera de um novo e prometido plano de carreiras. “O objetivo é melhorar as condições de trabalho dos servidores, mas também melhorar a qualidade do serviço prestado, a ampliação das atividades, mais prevenção, mais fiscalização e mais retorno para sociedade mineira”, destaca o sindicato.
No dia 19 de agosto, os servidores já haviam feito uma paralisação como indicativo de greve para forçar a negociação com o governo. Sem êxito nesse diálogo, a greve foi aprovada por quase unanimidade entre os cerca de 400 servidores do SISEMA que participaram de Assembleia Geral Extraordinária realizada no dia 21 de agosto.
Os servidores aguardaram até o dia 31 de agosto por uma manifestação oficial do governo, mas diante do silêncio do estado, deram início à greve geral no dia 1º de setembro, por tempo indeterminado.
Na última quarta-feira (03/09), foi realizada uma audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, convocada pelo deputado estadual Betão (PT-MG), que reuniu servidores e representantes do governo. A atual secretária de Meio Ambiente, Marília de Melo, e a secretária de Planejamento e Gestão, Silvia Caroline Listgarten, não compareceram à audiência.
“Além de debater a pauta de reivindicações, aprovamos também alguns requerimentos, dentre eles a convocação da secretária de Planejamento e da secretária de Meio Ambiente do estado de Minas Gerais, porque elas não vieram. Então estamos convocando para participarem de uma próxima audiência pública”, disse o deputado.
Ao todo, os servidores trazem uma lista com 19 demandas. Entre as principais delas estão o cumprimento do acordo judicial de 2016 que previa implementação de um novo Plano de Carreiras do Meio Ambiente; reajuste salarial para recompor as perdas com a inflação; realização de concurso público para repor as mais de 400 vagas abertas atualmente no SISEMA; e a concessão do adicional de insalubridade e periculosidade para servidores que realizam fiscalização e vistoria em campo.
((o))eco procurou a assessoria de comunicação da Secretaria de Meio Ambiente para um posicionamento sobre as demandas, que afirmou que “reconhece a importância dos servidores e mantém diálogo com o funcionalismo para ouvir suas demandas e avaliá-las sempre em consonância com as possibilidades legais e orçamentárias” [Matéria atualizada dia 11/09/2025, às 14:00 para incluir posicionamento da Secretaria]
A resposta esclarece ainda que a pauta apresentada pelos servidores está sendo discutida em conjunto entre a Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão e a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, “considerando a situação fiscal do estado no momento”.
“O Sisema acompanha possíveis impactos da mobilização e informa que mantém canais de orientação junto às unidades e à população, garantindo a continuidade das atividades essenciais”, completa.
Fazem parte do SISEMA o Instituto Estadual de Florestas (IEF), o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Ao todo, são cerca de 1.200 servidores no estado, responsáveis por funções como a gestão de áreas protegidas, a regulamentação de serviços de abastecimento de água e saneamento, além dos processos de licenciamento ambiental.
*Matéria atualizada dia 11/09/2025, às 14:00 para incluir posicionamento da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais
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Duda Menegassi
Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica. →
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Sou servidor da carreira de Meio Ambiente em MG… os servidores do SISEMA (Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos) estão em GREVE não é por regalias, mas por uma carreira digna. Mais informações acessem: https://www.sindsemamg.com.br/sisema-em-greve-geral/
🚨 Servidores do Meio Ambiente de Minas Gerais unidos em greve por tempo indeterminado! Pontos importantes das reivindicações:
📢 *Concurso Público*
💸 *Salário justo*
📋 *Plano de carreira*
Servidores unidos!
#EmDefesaDoSISEMA
#oSISEMAresistirá
#GREVEnoSISEMA
#GREVEnoMeioAmbienteMG
🚨GREVE NO MEIO AMBIENTE 🚨
Sem servidor, não tem Licença ambiental, Fiscalização, nem Controle ambiental!! 🌱⚠️
Estamos em GREVE por:
✊Reposição da inflação
✊Plano de carreira
✊Condições dignas de trabalho
✊Receber nossos direitos sem precisar acionar a Justiça
📣⚠️ @romeuzemaoficial cumpra os acordos judiciais!
Basta de desrespeito com quem protege o meio ambiente todos os dias!🌏🌱 💧✊
#GreveNoMeioAmbiente #ValorizaServidor #LicenciamentoParado #GreveemMG
O descaso do governo mineiro com o Meio Ambiente é absurdo. Uma carreira com apenas dois concursos públicos em quase 30 anos. Salários defasados há 13 anos. Processos de empreendimentos bilionários, com alto potencial poluidor, sendo analisados por pouquíssimos servidores efetivos, com salários defasados e muito assediados pela iniciativa privada. Unidades de conservação sucateadas, com pouquíssimos recursos humanos e materiais.