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Incêndio no Parque Boqueirão da Onça consumiu 3300 hectares de vegetação

Brigadistas e gestores lutaram durante quinze dias contra o fogo, que atingiu áreas de mata nativa. É o primeiro incêndio desde que a unidade de conservação foi criada, em abril

Carolina Lisboa ·
20 de setembro de 2018 · 6 anos atrás
Queimada consumiu 3.300 hectares do parque. Foto: Divulgação/ICMBio.

O incêndio que atingiu o Parque Nacional do Boqueirão da Onça desde o final de agosto e que consumiu cerca de 3.300 hectares de mata nativa está aparentemente controlado, mas de acordo com Camile Lugarini, chefe da Unidade de Conservação, novos focos de incêndio ainda podem surgir. “Tivemos a notícia do primeiro foco no dia 28 de agosto. O incêndio foi controlado no dia 12 de setembro e a desmobilização ocorreu até o domingo passado (dia 16). No início desta semana (no dia 18) houve suspeita de fogo na área. A comunidade entrou em contato conosco e mobilizamos duas equipes para verificar a situação, mas não detectamos os focos”, relatou Camile.

É o primeiro incêndio desde que a unidade de conservação foi criada, em abril deste ano.

De acordo com a Divisão de Monitoramento e Informações do ICMBio, no dia 2 de setembro o incêndio atingia 1.336,74 hectares e no dia 9, com o incêndio quase controlado, havia 187,94 hectares sendo atingidos pelo fogo. Os focos se concentraram na porção oeste do Parque.“O fogo atingiu áreas de Caatinga Arbustiva e Arbórea. Após controle e extinção completa do fogo, ICMBio e Ibama poderão prosseguir com o trabalho de perícia e determinar as causas do incêndio”, informou Camile Lugarini.

Estiveram envolvidos na operação de controle do fogo 77 brigadistas do ICMBio, Ibama Prevfogo, Grupo Ambientalista do Torto (GAT/Brasília) e brigada voluntária de Tejuco, além de profissionais do Instituto Pró-Carnívoros e do Centro de Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna), que prestaram apoio logístico às brigadas. Quatro aeronaves e um helicóptero do Ibama foram utilizados na operação. Os brigadistas do ICMBio que participaram da operação são lotados no Parque Nacional da Chapada Diamantina e na Estação Ecológica da Serra Geral do Tocantins.

Ainda não se sabe a causa do incêndio, mas o ICMBio desconfia que o fogo se alastrou por queimada para limpar terreno em uma fazenda localizada dentro da unidade.

O Parque

O Boqueirão da Onça é uma Unidade de Conservação de Proteção Integral recentemente criada – em abril de 2018 – cuja maior porção (81%) está localizada no município de Sento Sé, na região norte da Bahia. O Parque tem 349 mil hectares e faz parte de um mosaico de unidades, que inclui a Área de Proteção Ambiental (APA) Boqueirão da Onça, com 505 mil hectares. No total, as duas áreas somam 854 mil hectares e ficam entre os municípios do semiárido baiano de Sento Sé, Campo Formoso, Sobradinho, Juazeiro e Umburanas. Abrigam espécies ameaçadas como a onça-pintada e a arara-azul-de-lear, além de animais típicos da caatinga como tatu-bola, porco-do-mato e tamanduá-bandeira. Foram 16 anos de discussões até a criação do mosaico. Este foi o primeiro incêndio na área como Unidade de Conservação.

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*Editado às 18h47, dia 24/09/1985.

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  • Carolina Lisboa

    Jornalista, bióloga e doutora em Ecologia pela UFRN. Repórter com interesse na cobertura e divulgação científica sobre meio ambiente.

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Comentários 1

  1. Paulo diz:

    Deixe de ser inocente sr. Jair. Acorda.