Notícias

Operação do Ibama e da PF apreende macacos de Nicole Bahls por origem ilegal

Nicole possuía dois filhotes de macaco-prego em seu sítio, na região metropolitana do Rio. Em vídeo nas redes, a influenciadora afirmou que não sabia da origem ilegal dos animais, que ganhou de presente

Duda Menegassi ·
20 de janeiro de 2023 · 2 anos atrás

Desde dezembro do ano passado, a apresentadora e influenciadora Nicole Bahls vinha exibindo em suas redes sociais – que possuem mais de 21 milhões de seguidores – dois filhotes de macaco-prego que havia ganhado de presente do namorado. As imagens chamaram atenção e renderam à influenciadora uma visita da Polícia Federal e do Ibama para verificar a documentação que comprova a legalidade dos animais. Para surpresa da própria Nicole, os documentos eram falsos. Os dois macacos foram então apreendidos pelo Ibama, que os conduziu a um centro de reabilitação para que possam futuramente voltar à natureza.

A apresentadora mantinha os animais no seu sítio, em Itaboraí, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Depois do ocorrido, a influenciadora usou seu perfil no Instagram para fazer uma série de “stories” (vídeos com duração de apenas 24 horas) no qual conta o que aconteceu e se mostra sensibilizada pela necessidade de conscientizar as pessoas sobre os impactos do tráfico de animais silvestres. Além disso, apagou todas as imagens que tinha no seu perfil junto aos dois macacos, batizados de Mical e Davi.

“A gente que está na mídia a gente posta um macaquinho e acaba influenciando milhares de pessoas a comprar um macaquinho como se fosse um animal pet”, pondera. “E hoje mesmo tendo condição de ter um outro macaquinho legalizado, poderia comprar, eu não queria ser exemplo para incentivar ninguém a comprar animal silvestre. Tive essa experiência, tomei conhecimento de muita coisa que acontece, da luta do pessoal do Ibama junto com a Polícia Federal. Então do fundo do coração, não comprem macaquinhos, não comprem animais silvestres”, finaliza a apresentadora nos stories.

“Ontem teve uma operação aqui em casa, veio a Polícia Federal e o Ibama, para ver os documentos dos meus macaquinhos, o Mikal e o Davi. Eu sempre tive o sonho de ter os macaquinhos. E nós acabamos descobrindo que os documentos eram falsificados. E agora o Ibama vai fazer um trabalho de reabilitação para eles voltarem pro habitat natural deles, para natureza, eu vou colaborar para que isso aconteça da melhor forma possível”.

No Brasil, de acordo com a lei de Crimes Ambientais (nº 9.605/1998) o tráfico e o comércio de animais silvestres sem autorização são passíveis de pena de detenção de seis meses a um ano, além de multa.

Macaco não é pet

Há tempos que especialistas da Sociedade Brasileira de Primatologia (SBPr) mobilizam a campanha “Macaco não é PET” para tentar conscientizar as pessoas sobre os riscos envolvidos ao trazer os macacos – mesmo que de origem legalizada – para dentro de casa. De acordo com os primatólogos, “todos os macacos brasileiros vivem em grupos sociais e quando não convivem com macacos da mesma espécie, como é o caso de muitos animais cativos, acabam desenvolvendo doenças crônicas graves como o que ocorre com os seres humanos em altos níveis de stress, ansiedade, e depressão”.

Os pesquisadores alertam ainda que para serem vendidos, filhotes são separados de suas mães quando ainda são dependentes. E que, no caso do tráfico, as mães frequentemente são mortas, como a própria apresentadora Nicole Bahls aprendeu com os agentes do Ibama durante a operação. Além disso, podem transmitir ou contrair doenças de humanos e estimulam o tráfico de animais silvestres. Entre os primatas, as espécies mais comercializadas são os saguis e os macacos-pregos.

Saiba mais na cartilha “Macaco não é pet”, elaborada pela SBPr.

  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

Leia também

Notícias
7 de novembro de 2024

Influenciadas pelo controle do desmatamento, emissões brasileiras caem 12% em 2023

Brasil emitiu 2,3 bilhões de toneladas de CO2 equivalente em 2023, segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo SEEG

Notícias
7 de novembro de 2024

Um apelo em nome das mais de 46 mil espécies ameaçadas de extinção no planeta

“Salvar as espécies sustenta a vida no planeta”, declaram especialistas que reforçam a urgência de soluções interligadas para crise do clima, da biodiversidade e o bem-estar humano

Salada Verde
7 de novembro de 2024

Fotógrafo lança livro com imagens inéditas do Parque Nacional da Tijuca

Livro “Parque Nacional da Tijuca”, do fotógrafo Vitor Marigo, reúne mais de 300 fotos tiradas ao longo de oito anos. Obra será lançada neste sábado

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.