Servidores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) protestam contra a nomeação de Emerson Fernandes Lima para o cargo de chefe da Reserva Biológica do Tinguá, localizado em Nova Iguaçu, município do Rio de Janeiro. Os servidores estão preocupados pelo fato de o novo gestor da unidade não ter experiência na área de meio ambiente. A nomeação foi publicada na última terça-feira (07) no Diário Oficial da União.
A Associação dos Servidores da Área Ambiental no Estado do Rio de Janeiro se reuniu nesta quinta feira (10), em assembleia, e afirma ser contrária às mudanças que envolvem a gestão da unidade de conservação em Nova Iguaçu.
Procurado pelo ((o))eco, a assessoria de comunicação do ICMBio afirmou que não iria se manifestar sobre o assunto.
Amanhã (11), das 14h às 15h, haverá uma coletiva de imprensa na sede da ABI (Associação Brasileira de Imprensa) sobre loteamento político na área ambiental do Rio.
Falta de experiência na área ambiental
No currículo de Emerson Fernandes de Lima consta que ele não concluiu o curso de Direito numa universidade particular do Rio, e como experiência profissional afirma que já trabalhou como coordenador de meio ambiente na Prefeitura de Nova Iguaçu, mas há informações de servidores municipais que afirmam que não o conhecem.
Segundo nota publicada pelo Jornal do Brasil, Emerson trabalhou como assessor parlamentar do ex-vereador de Nova Iguaçu, Marcelo Nozinho, do Partido Republicano de Ordem Social (PROS) e que é sócio da Panificadora Rainha do Corumbá, no mesmo município.
Loteamento político na pasta
Não é de hoje que os servidores da área ambiental federal vivem o drama do loteamento político de cargos de livre nomeação usadas para manter a base aliada no Congresso Nacional. O Ibama, por exemplo, faz algum tempo tem experimentado indicações que não correspondem ao conhecimento que o cargo exige. Agora, chegou a vez dos servidores do ICMBio, que já haviam alertado para o loteamento da pasta quando houve a mudança na Coordenação Regional (CR8), que engloba 33 Unidades de Conservação do Rio de Janeiro, de São Paulo e parte de Minas Gerais. As Coordenadorias Regionais do ICMBio se encarregam do julgamento administrativo dos autos de infração e da análise de licenciamento de empreendimentos que podem provocar danos nessas áreas protegidas.
Os membros do Conselho Consultivo da Reserva Biológica do Tinguá e outras organizações fizeram uma nota em repúdio em relação à exoneração da servidora Virginia Talbot, que estava como gestora desde 2016. “O gestor de uma Reserva Biológica tem que ter competência técnica para debater temas ambientais nas reuniões do conselho, ir a campo fazer fiscalizações e aplicar multas quando ocorrer crime ambiental, trabalhar com educação ambiental, acompanhar resgate de fauna e flora, avaliar as condições ambientais mínimas para solicitar mais estudos técnicos se necessário, acompanhar os monitoramentos de outras atividades desenvolvidas no interior da Rebio”, afirma o texto.
A moção, que será encaminhada para o Ministério Público Federal (MPF) de São João de Meriti, é enfática “Nós, conselheiros e sociedade civil organizada, repudiamos esse loteamento, não só do ICMBio, mas também de outros órgãos públicos, e tampouco aceitamos que a Reserva Biológica do Tinguá sirva de moeda de troca para fins politiqueiros”, ressalta o texto.
Localizada a 16 quilômetros do centro de Nova Iguaçu e a pouco mais de 70 km do Rio de Janeiro, a Reserva Biológica Federal do Tinguá está inserida no Corredor de Biodiversidade da Serra do Mar, que é uma das áreas mais ricas em diversidade biológica da Mata Atlântica.
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Essa troca de chefia na Reserva Biológica do Tinguá é o cúmulo do descaso e da falta de compromisso do governo federal com uma política pública que preserve o Meio Ambiente e os recursos naturais.
Essa troca de chefia na Reserva Biológica do Tinguá é o cúmulo do descaso e da falta de compromisso com uma política pública que preserve o Meio Ambiente e os recursos naturais.
Cargo político já é uma sacanagem, mas colocar um padeiro que nem tem curso superior no cargo não dá, mano. Não dá.
Ora, com Ricardão Raposão no comando vcs esperavam o que? Ele próprio é o maior para-quedista ambiental do RJ na atualidade. Caiu de para-quedas primeiro no Três Picos, depois na GEUC do INEA e agora na CR8 do ICMBio…
Como assim ICMBio não vai se pronunciar? que vergonha , transformaram ICMBio numa autarquia vergonhosa nestes dois últimos anos
"Nesses últimos dois anos" hahhahahahahahahaha
Começaram agora as nomeações políticas? Ou lá se vão bem uns 15 anos??? Ou bem mais????
Pois é… de repente todo mundo saiu do sono profundo.