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Visitação nos parques cresce pelo 12º ano seguido e bate 15 milhões em 2019

Número representa um aumento de 20,4% em relação a 2018. Líderes na visitação seguem sendo os parques nacionais da Tijuca e do Iguaçu

Duda Menegassi ·
18 de junho de 2020 · 4 anos atrás
Visitantes no Parque Lage, dentro do Parque Nacional da Tijuca, o mais visitado de 2019. Foto: Duda Menegassi

Em 2019, os parques bateram mais um recorde de visitação e ultrapassaram a casa dos 15 milhões. Os dados são do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ambiental responsável pelas unidades de conservação federais, e foram divulgados na segunda-feira (15). Foram contabilizados 15.335.272 visitas em 137 unidades monitoradas, entre parques e outras categorias abertas à visitação, um aumento de 20,4% em relação a 2018. Esse é o 12º aumento consecutivo na visitação desde 2007, quando foi criado o ICMBio, e também o maior número de unidades monitoradas.

As unidades de conservação (UCs) mais visitadas em 2019 foram os parques nacionais da Tijuca, no Rio de Janeiro, e do Iguaçu, no Paraná, com 2.953.932 e 2.020.358 visitas respectivamente. Em terceiro na lista aparece a Área de Proteção Ambiental de Petrópolis (RJ), com 2 milhões de visitas. Somadas, apenas estas três unidades respondem por quase 7 milhões das visitas contabilizadas, o equivalente a 45,5% do total. Todas as três estão inseridas na Mata Atlântica, bioma que abriga as UCs responsáveis por 67% da visitação computada.

A visitação segue concentrada nos parques nacionais que abrigam atrativos conhecidos internacionalmente, como o Cristo Redentor e as Cataratas do Iguaçu, que estão dentro dos parques nacionais da Tijuca e Iguaçu, os dois mais visitados do país. Além disso, 13,8 milhões das visitas estão concentradas em apenas 22 unidades de conservação, enquanto 1,1 milhão estão distribuídas nas outras 115 UCs.

Completam o ranking das 10 UCs mais visitadas: o Parque Nacional de Jericoacoara (1.322.883 visitas), a Reserva Extrativista Marinha Arraial do Cabo (966.357), o Monumento Natural do Rio São Francisco (713.400), o Parque Nacional da Serra da Bocaina (697.964), a Área de Proteção Ambiental de Fernando de Noronha (643.916), o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha (613.259) e a Área de Proteção Ambiental da Costa dos Corais (314.705).

Tabela com as 10 unidades de conservação federais mais visitadas em 2019. Fonte: ICMBio

O monitoramento de visitas em 2019 foi feito em 137 unidades geridas pelo ICMBio, responsável por um total de 334 UCs, nem todas de categorias que permitem a visitação turística, como é o caso das reservas biológicas. Apesar de corresponder a menos da metade do total de UCs, esse foi o maior número de unidades já monitoradas para fins de controle de visitação. De acordo os dados divulgados pelo ICMBio, 14% do aumento de visitas registradas em 2019, o equivalente a 2.023.085, se deve a essa melhora no esforço de monitoramento; e 6,4% ao aumento real de visitas, o correspondente a 922.794 visitas a mais.

Desde que o ICMBio foi criado, em 2007, o órgão acumula um crescimento anual constante no número de visitação nas unidades de conservação federais. Comparado à 2007, a visitação cresceu 471% e o número absoluto de UCs monitoradas aumentou 652%. Comparado a 2018, o aumento foi de 20,4%.

Avanço da visitação anual nas UCs federais. Fonte: ICMBio


Contribuições econômicas das UCs

Os números crescentes de visitação ajudam a comprovar que as unidades de conservação possuem não apenas uma inegável relevância ambiental, mas também um importante potencial econômico. Um estudo produzido pelo ICMBio mostrou que, através do turismo, cada 1 real investido para gestão das áreas protegidas produziu 7 reais em benefícios econômicos para o Brasil.

De acordo com o estudo, em 2015 as unidades federais receberam mais de 8 milhões de visitas e os visitantes gastaram R$ 1,1 bilhão nos municípios de acesso às unidades de conservação. A contribuição total desses gastos para a economia nacional foi de 43 mil empregos, R$ 1 bilhão em renda, R$ 1,5 bilhão em valor agregado e R$ 4,1 milhões em vendas. O setor de hospedagem foi quem registrou a maior contribuição direta, com R$ 267 milhões em vendas, seguido pelo setor de alimentação, com R$ 241 milhões.

A equipe responsável pelo estudo frisou ainda que os benefícios seriam ainda maiores do que os levantados, uma vez que foram contabilizados apenas os gastos do visitante no município de destino, sem considerar gastos com bilhetes aéreos, equipamentos que ele compra para ir ao destino e outros. Além disso, como ainda é verdade em 2020, há UCs que ainda não monitoram o número de visitação.

A visitação em tempos de Covid-19

Em 17 de março deste ano, a visitação foi suspensa em todas as unidades de conservação federais para prevenir a transmissão do novo coronavírus. No começo de junho, o ICMBio autorizou a reabertura de quatro parques nacionais: Iguaçu, Aparados da Serra, Serra Geral e Brasília. De acordo com o órgão, a abertura dos parques será feita de forma gradual e com alinhamento com os estados e municípios.

((o))eco procurou a assessoria de imprensa do ICMBio para uma entrevista sobre a visitação em unidades de conservação e as perspectivas para 2020, diante dos parques de portas fechadas pela pandemia do coronavírus. Até o fechamento desta matéria, entretanto, não tivemos resposta.

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  • Duda Menegassi

    Jornalista ambiental especializada em unidades de conservação, montanhismo e divulgação científica.

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Comentários 2

  1. né dantas diz:

    Esse negócio de parque é marxismo cultural. Coisa de gente que quer atacar as populações tradicionais natívas


    1. ergos diz:

      Claro que pessoas como você tem mesmo que viver eternamente no cimento da obscuridade envolto na obtusidade dos vossos pensamentos e incapacidade de enxergar a profunda ecessidade de se promover e preservar áreas verdes para proteger os nossos mananciais de água (sim, sabia que ficaria no sem água se as florestas forem retiradas), proteger a biodiversidade, amortecer a poluição e humanizar as cidade
      Agora, gostaria tambem que você informasse em qual fato e ou, publicação se baseou para conectar Carl Max com as florestas, salvo um achismo obscurantista?
      Porque no te callas?