Salada Verde
21 de julho de 2009

Degradou e se deu bem

A Baesa (Energética Barra Grande S.A.) venceu Pelo terceiro ano consecutivo o Prêmio Fritz Müller, oferecido pela Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma) a organizações com projetos socioambientais. Uma das ações premiadas foi o Programa de Reintrodução da Dyckia distachya, que trata da reintrodução da rara e ameaçada bromélia no entorno do reservatório da Usina Hidrelétrica Barra Grande. A usina levou a destruição de mais de dois mil hectares com matas nativas com araucárias. Essas, já eram. Mas a Fatma acha tudo tão bom e esquece tão fácil de certas ilegalidades que chegou criar a categoria Gestão Socioambiental no prêmio para agraciar a empresa. A premiação será dia 31 de agosto.

Por Salada Verde
21 de julho de 2009
Salada Verde
21 de julho de 2009

Teremos que engolir pneus?

Descontente com a decisão soberana do Supremo Tribunal Federal, que conclui que o Brasil não precisa e não deve importar lixo, como pneus usados, a União Européia disse que o julgamento da corte não encerra a disputa na Organização Mundial do Comércio (OMC). A informação é do Estado de S. Paulo. Os europeus querem fazer de tudo para meter goela abaixo de outros países o lixo que produzem, violando para isso acordos internacionais como a Convenção de Basiléia. Como O Eco mostrou (veja aqui), importamos quase 500 mil toneladas de pneus desde 1997, enquanto por aqui não se decidia que abrir as fronteiras para lixo era mau negócio.

Por Salada Verde
21 de julho de 2009
Salada Verde
20 de julho de 2009

Vida até no spray de cabelo

Como sua página afirma, o Instituto Internacional para Exploração de Espécies da Universidade Estadual do Arizona (Estados Unidos) elenca costumeiramente dez espécies para lá de interessantes decobertas no ano que passou. A listagem traz de um café sem cafeína de Camarões a um peixe do período devoniano, passando por minúsculos exemplares de cavalo-marinho (foto) e serpente, além de um bicho-pau com quase 60 centímetros. Mas o destaque vai para a Microbacterium hatanonis, bactéria encontrada (pasmem) em sprays de cabelo. Confira aqui a lista.

Por Salada Verde
20 de julho de 2009
Salada Verde
20 de julho de 2009

O Eco na Rádio Câmara

O impacto do aquecimento global em algumas aves do Cerrado é o tema de hoje (20) do Momento O Eco, no programa Salão Verde, da Rádio Câmara. Estudo realizado na Universidade de Brasília indica que, se a temperatura subir mesmo no próximo século, 26 aves do bioma poderão migrar para regiões mais frias, como o Sudeste, onde há poucas áreas propícias a abriga-las. Quatro delas já estão seriamente ameaçadas. Além deste tema, o programa da Rádio Câmara traz um especial sobre a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), realizada na última semana, em Manaus. Para ouvir o programa, clique aqui.

Por Salada Verde
20 de julho de 2009
Salada Verde
20 de julho de 2009

Apreensão de madeira em SP

A Polícia Militar Ambiental de São Paulo divulgou hoje (20) o resultado da Operação Xilema, realizada no final da última semana em estradas que ligam o Estado a Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná e a outras cidades do interior . Em apenas dois dias, foram apreendidos 1.129 m³ de madeira, ou cerca de 903 toneladas, e aplicados quase 800 mil reais em multa. Para chegar a este resultado, a polícia ambiental utilizou uma tecnologia nova em seus procedimentos, uma câmera acoplada a um microscópio de alta resolução. As imagens geradas serviram para a identificação correta das espécies transportadas.

Por Salada Verde
20 de julho de 2009
Salada Verde
20 de julho de 2009

Estados e meio ambiente

Depois de 24 anos de atividades, a Abema (Associação Brasileira de Entidades Estaduais de Meio Ambiente) desencantou e realizará seu primeiro congresso dias 12 e 14 de agosto, em São Paulo. Na pauta, temas indispensáveis à gestão ambiental dos estados e Distrito Federal, como mudanças do clima, licenciamento, proteção da biodiversidade e as mais do que polêmicas propostas para alteração do Código Florestal. Mais informações aqui.

Por Salada Verde
20 de julho de 2009
Salada Verde
20 de julho de 2009

A volta do gavião-pato

Medindo até 61 centímetros de altura e com envergadura de quase 1,2 metro, o gavião-pato (Spizastur melanoleucus) andava sumido dos ares no sul do Brasil. Tudo mudou quando o  biólogo Willian Menq, do Centro Universitário de Maringá (PR), registrou a espécie durante trabalhos de campo na Reserva Biológica das Perobas, no noroeste do estado. A ave está na lista vermelha de espécies ameaçadas de extinção no Paraná e em diversos estados brasileiros. Mais informações em www.avesderapinabrasil.com.

Por Salada Verde
20 de julho de 2009
Salada Verde
20 de julho de 2009

Lixo eletrônico fora da lei

A organização não-governamental Lixo Eletrônico lançou recentemente um manifesto para que este tipo de resíduo permaneça contemplado na proposta de Política Nacional de Residuos Solidos, cujo projeto de lei tramita há 18 anos no Congresso Nacional. O manifesto pode ser conferido aqui e afirma que "Sem qualquer consulta ou justificativa plausível, um 'grupo de trabalho' alterou a redação do artigo 33, que regulamenta a logística reversa e a reciclagem, e retirou a menção aos produtos eletro-eletrônicos. Com essa alteração, o projeto de lei que deveria criar a Política Nacional de Resíduos Sólidos passa a ignorar a existência do lixo eletônico, problema crescente e de alto custo sócio-ambiental". Saiba mais: Resíduos para trocar, dar e vender Impactos do desenvolvimento tecnológico Lixo urbano, desafios e tecnologias Lixo sem destino

Por Salada Verde
20 de julho de 2009
Notícias
17 de julho de 2009

O homem (ainda) no centro do mundo

Há alguns dias, participei aqui em São Paulo de um evento sobre seguros para jornalistas, onde foram apresentados os resultados de uma importante pesquisa sobre mudanças climáticas, num tom bastante conservacionista. Mas o que me chamou mesmo a atenção foram algumas conversas cruzadas que ouvi na hora do coffee-break Entre um lanchinho e outro, um senhor muito distinto, figura importante no evento, disse para seu interlocutor, que concordava com movimentos de cabeça, algo como: absurdo fazerem um estardalhaço pra salvar a tal ararinha-azul enquanto tem um monte de criança morrendo no mundo. Meu desgosto foi alimentado ainda outro momento, quando o mesmo senhor, desta vez para toda platéia, soltou: não concordo com os africanos se mobilizando pra salvar o mico-leão-dourado lá deles enquanto tem 500 mil crianças morrendo de fome na África. Símbolo nacional do esforço pela preservação, o mico-leão-dourado é exemplo emblemático do impacto do homem na natureza. A espécie, endêmica da Mata-Atlântica brasileira (esqueceram de avisar ao distinto senhor), chegou a contar com apenas 250 exemplares na década de 1970, vítima do tráfico de animais e da perda de habitat. Atualmente, segundo a Associação Mico-Leão-Dourado, existem cerca de 1.500 exemplares na natureza. Para que ele deixe de ser considerado sob ameaça de extinção, a população em vida livre tem que chegar a pelo menos dois mil indivíduos. O caso da ararinha-azul é ainda mais grave. Espécie natural da Caatinga, sua população foi praticamente dizimada, também pela caça e destruição de habitat. Faz nove anos que um exemplar da espécie foi visto pela última vez na natureza, no sertão da Bahia. Hoje, existem apenas 68 ararinhas oficialmente registradas pelo programa de reprodução em cativeiro do governo brasileiro. Destas, apenas seis exemplares estão no Brasil. Isso mesmo, apenas 68 ararinhas em todo o mundo! E quantos nós somos, mesmo? Às 15h36 (GTM) de hoje (17), o site do governo americano U.S. Census Bureau contabilizava 6,771 bilhões de habitantes. Não estou aqui defendendo a morte de criancinhas inocentes – no Brasil ou na África - em favor da salvação de micos-leões ou ararinhas-azuis. Mas sim a necessidade de uma visão global da preservação da natureza, independentemente da espécie. O homem depende, sim, da sobrevivência de ararinhas e micos, por serem eles importantes atores na intrincada rede de manutenção da biodiversidade. Me pergunto quantas espécies ainda vão desaparecer para sempre, até que o antropocentrismo (declarado ou não) e a visão fragmentada da realidade deixem de dar o tom em debates sobre preservação.  

Por Cristiane Prizibisczki
17 de julho de 2009
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