Colunas
12 de novembro de 2004

A Cinqüentona Gallotti

O cinquentenário de uma escalada ao Pão de Açucar é a chance de encontrar cariocas que ainda olhavam para o Rio de Janeiro como um lugar a ser conquistado.

Por Marcos Sá Corrêa
12 de novembro de 2004
Análises
11 de novembro de 2004

S.O.S. biodiversidade

De Germano Woehl Jr.       Coordenador de Projetos      Instituto Rã-bugio para Conservação da BiodiversidadeAo contrário do que afirma a reportagem, a nova lei da mata Atlântica, se aprovada, será um grande retrocesso; será o golpe de misericórdia nos últimos fragmentos de floresta. Teremos uma extinção em massa do que sobrou da nossa biodiversidade, que ficará para a história. Quando foi aprovada na Câmara, no ano passado, alguns órgãos de imprensa, como o Jornal do Brasil, observaram os aspectos nefastos dessa nova lei. A lei atual é muito mais rigorosa, clara, objetiva e muito simples de fiscalizar. Na nova lei, a proteção dos remanescentes fica condicionada a aspectos completamente subjetivos, que tornará praticamente impossível a punição dos infratores. O cidadão comum estará impossibilitado de encaminhar uma denúncia de desmatamento (como é que ele vai saber que ali vive uma espécie de grilo ameaçado de extinção ou se ali é um “corredor ecológico”?).É uma total insanidade liberar os desmatamentos em propriedades com área menor de 50 hectares para quem a lei define como “pequenos produtores rurais”. Nem é preciso muita criatividade para qualquer proprietário usar essa brecha e desmatar extensas áreas. Abrir uma brecha desse tamanho para conceder um falso benefício a uma minoria da população brasileira não faz o menor sentido. No último senso do IBGE, a população rural do Brasil (que vive da agricultura) é menor do que 10%. No domínio da mata Atlântica, essa população (que vive exclusivamente da agricultura) é bem menor e praticamente já destruiu integralmente a mata Atlântica de suas propriedades, de modo que a nova lei vai beneficiar investidores que vivem nas áreas urbanas, que vão se transformar em NEO-PEQUENOS-AGRICULTORES e aniquilar os últimos bichos que lutam para sobreviver nos minguados fragmentos dos ecossistemas.Outro absurdo é conceder para os estados o poder de autorizar os desmatamentos de florestas em estágio médio de regeneração. Se hoje, podendo decidir sobre o estágio inicial, já fazem essa farra (classificam florestas intactas como capoeira e ignoram totalmente as áreas de preservação permanente), imaginem o que não farão com essa nova lei em vigor (será muito fácil, por exemplo, convencer um juiz de que a definição entre estágio médio e avançado é um tanto confusa e escapar de eventuais punições).Um aspecto muito curioso do texto da nova lei é o fato de entrar em detalhes sobre a comercialização de mudinhas de árvores, como se a mata Atlântica fosse constituída apenas de árvores, ignorando outras milhares de espécies de plantas – e animais. É muito esquisito a lei se ater a esse nível de detalhamento - para um aspecto totalmente irrelevante - e deixar, por exemplo, de se preocupar com as peculiaridades das espécies da fauna e flora que ocupam vários nichos ecológicos dentro dos ecossistemas.Ao permitir a destruição do sub-bosque, para implementação de projetos agro-florestais nos últimos fragmentos de mata Atlântica, a nova lei também condena à extinção mais da metade das espécies de pássaros e a maioria dos pequenos vertebrados, que dependem desse nicho ecológico (“nicho ecológico” não é “lixo ecológico”, como acham os que propuseram esse absurdo na lei).Ter a pretensão de proteger a mata Atlântica com essa nova lei, onde tudo é permitido, é o mesmo que a sociedade liberar os assaltos às residências como medida para reduzir esse tipo de crime. Aliás, no caso da mata Atlântica, a situação é muito mais grave: ela está quase extinta! A sociedade precisa ser conscientizada que as áreas remanescentes já estão muito raras e todo o esforço precisa ser empreendido para que a integridade dessas áreas seja preservada. Estas áreas remanescentes devem ser prioritariamente destinadas a servirem como fonte de vida, para que as gerações futuras tenham condições de recuperar o que destruímos, e não como fonte de renda, para beneficiar poucos e inviabilizar a vida de milhares de organismos, que inclui nossa espécie.

Por Redação ((o))eco
11 de novembro de 2004
Colunas
11 de novembro de 2004

A toque de caixa

Está no Congresso um projeto que dá no máximo 180 dias para sair a licença de obras que melhorem a qualidade ambiental. Cheira bem. Mas pode pegar mal.

Por Rafael Corrêa
11 de novembro de 2004
Notícias
11 de novembro de 2004

Vila cenográfica em reserva

Para filmar alguns capítulos da próxima novela das seis, “Como uma Onda”, a Globo construiu uma vila de pescadores cenográfica na praia da Fazenda, em Ubatuba, que fica dentro de uma área de preservação ambiental, o Parque Estadual da Serra do Mar. Apesar de ser proibido construir ali, a Globo ergueu 7 edificações. Segundo a administração do parque, a gravação não danificou o meio ambiente, porque o cenário se limitou à areia. A Folha de São Paulo (só para assinantes) conta ainda que 60% dos 3, 5 quilômetros da praia ficaram interditados aos freqüentadores durante praticamente todo o mês de outubro.

Por Carolina Elia
11 de novembro de 2004
Notícias
11 de novembro de 2004

Devassa na Feema

O Ministério Público do Rio de Janeiro vasculhou a sede da Feema atrás de documentos que possam provar casos de fraude na instituição. Alguns funcionários são suspeitos de conivência com a Máfia do Combustível. O Globo (gratuito, pede cadastro) conta que existia uma espécie de tabela de preços para liberar licenças ambientais para postos de gasolina irregulares. Funcionários da Feema com cargos de chefia são citados em 200 horas de gravações telefônicas feitas pela Polícia Federal.

Por Carolina Elia
11 de novembro de 2004
Notícias
11 de novembro de 2004

Cracas infestam Araruama

A lagoa de Araruama, na Região dos Lagos do Rio de Janeiro, está repleta de cracas. Elas são cortantes e crescem em pedaços de aço, de ferro e lá até em conchas. Quem mergulha corre o risco de se cortar. Ambientalistas denunciaram ao Globo (gratuito) que a Feema não tem monitorado a região como deveria, o que poderia levar a causa do fenômeno. A lagoa é poluída, mas o surgimento das cracas não está necessariamente associado ao problema.

Por Carolina Elia
11 de novembro de 2004
Notícias
10 de novembro de 2004

Não foi desta vez

Até segunda ordem, as árvores da Dutra, rodovia que liga Rio e São Paulo, vão continuar de pé. Elas já estavam marcadas para morrer, com sinais amarelos em forma de X pintados em seus troncos. Alertado, o Ministério Público Federal encaminhou uma advertência à Concessionária Nova Dutra, que no dia 5 de novembro divulgou um curto comunicado assegurando que não planeja nenhum corte ou poda das árvores que margeiam a Rodovia. "Outrossim", e é aí que cabe ficar atento, a empresa deixa aberta a possibilidade de futuras intervenções, com o cuidado de ressalvar que estas serão precedidas de "competente licença ambiental".

Por Lorenzo Aldé
10 de novembro de 2004
Análises
10 de novembro de 2004

Medo do Mato

De Lilian Zamboni - BrasíliaSenhor Editor:Já ficou demodê falar das crianças da cidade que não conhecem um pedaço de terra, uma plantação, uma criação de animal... E se assustam quando vêem aquele animal de dois pés, cheio de penas, a bicar o chão... Mas não é nem um pouco fora de moda falar do medo do mato, tanto tratando-se de adultos quanto de crianças... Preocupa-me principalmente quando isso ocorre junto a crianças e jovens, que, a permanecer a toada, vão crescer sem a chance de conhecerem o que é que o mato tem. E, quiçá, sem a consciência ecológica que deveriam adquirir desde cedo. A coluna da Maria Tereza desta semana trata, portanto, de um tema que deveria estar presente em todo planejamento escolar sério e compromissado com a educação ambiental. Bom seria se a coluna pudesse ser lida em toda escola e divulgada junto ao maior número possível de professores e agentes de educação! Parabéns à Maria Tereza por ter trazido à baila, de forma tão cativante, tema que serve ao mesmo tempo de alerta e de orientação para muitos pais e professores.

Por Redação ((o))eco
10 de novembro de 2004
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