Se é verdade que Hollywood dita o que será moda ao redor do mundo, a onda agora é ser ambientalista. O número de celebridades engajadas na preservação ambiental aumenta a cada dia. Cameron Diaz, uma das mais bem pagas atrizes da nova geração, por exemplo, vai estrelar um reality show na MTV americana que, segundo o vice-presidente executivo da emissora, Lois Curren, “visa informar e educar os telespectadores para que eles reinvistam no nosso mundo”.
O programa Trippin’ estréia nos Estados Unidos no dia 28 de março, em horário nobre. Além de ser a apresentadora, Cameron Diaz também produziu os dez episódios nos quais ela e uma turma de amigos famosos visitam “incríveis locações”. A equipe passou por lugares como a Patagônia argentina, o Deserto do Atacama, no Chile, o Nepal, a Costa Rica e o Parque de Yellowstone, nos Estados Unidos.
Não é de hoje que a atriz dos filmes “Quem vai ficar com Mary?” e “As Panteras” milita em causas ambientais. Cameron Diaz é membro da Associação de Mídia Ambiental (EMA, na sigla em inglês), uma ong dedicada a propagar os temas da preservação ambiental pelos meios de comunicação. Diaz empresta sua imagem pública para diversas campanhas. Entre elas a Actgreen, na qual defende, ao lado da atriz Gwyneth Paltrow, a redução de consumo de petróleo e de energia.
Outro que faz parte da EMA e também tem um programa de televisão pronto para entrar no ar é Edward Norton. O protagonista do filme “Clube da Luta” vai narrar a série Strange days on Planet Earth. Produzido pela National Geographic e pelo canal estatal PBS, o programa vai abordar os mistérios da transformação global e discutir como escolhas individuais podem afetar toda a humanidade. Norton é membro do conselho diretor da Fundação Enterprise, que investe no “desenvolvimento comunitário” em áreas carentes. Um dos projetos da fundação patrocina a instalação de um sistema de energia solar em casas de baixa renda toda vez que uma celebridade instalar um na sua.
Exemplos assim colocam astros e estrelas no panteão dos defensores da humanidade. A revista americana Organic Style publicou, em novembro de 2004, uma lista com as 50 pessoas que mais contribuem para a melhoria da qualidade de vida no mundo. Além de Edward Norton (34°) e Cameron Diaz (49ª), outros dois jovens astros de Hollywood aparecem na lista: Angelina Jolie (41ª) e Leonardo DiCaprio (42ª).
O namorado de Gisele Bündchen criou uma fundação que leva seu nome, para promover a educação ambiental em comunidades de baixa renda. Além disso, quer estimular a juventude norte-americana a vigiar o que tem sido feito contra ou a favor do meio ambiente em seu país. No “eco-site” da Fundação Leonardo DiCaprio sobram críticas para a política ambiental do governo Bush e alertas sobre as conseqüências do aquecimento global.
DiCaprio chegou à cerimônia de entrega do Oscar deste ano dirigindo um carro híbrido. Esta é a estratégia da campanha Red Carpet – Green Star, idealizada pela ong Global Green para divulgar os combustíveis alternativos. Desde 2002, vários artistas deixam suas luxuosas e poluentes limusines em casa e dirigem carros híbridos para a premiação.
Já Angelina Jolie, enquanto gravava “Lara Croft: Tomb Raider”, em 2000, apaixonou-se pelo Camboja, local das filmagens, a tal ponto que decidiu adotar uma criança e doar 1,3 milhão de dólares para a criação de um santuário da vida selvagem no nordeste do pais.
Cantores e grupos musicais também fazem parte da Associação de Mídia Ambiental. A banda inglesa R.E.M lidera uma campanha a favor da redução de consumo de papel e incentivo à compra de produtos “tree free”, ou seja, feitos de papel reciclado ou com fibras alternativas.
Até mesmo 007 entendeu que os tempos são outros e que a ameaça, agora, é verde. Pierce Brosnan, ator que interpretou o agente inglês nos últimos quatro filmes da série, lidera uma campanha pela proteção das baleias e da vida marinha, e participar de dezenas de outros projetos sociais e ambientais.
No Brasil, a participação da classe artística em causas ecológicas é bem menor. Não se sabe se isso decorre da falta de engajamento e conscientização das celebridades ou do próprio movimento ambientalista nacional, que não consegue causar grandes mobilizações.
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