Reportagens

De galho em galho

O arvorismo já é praticado em todo o Brasil. Falta apenas uma legislação específica sobre as responsabilidades do dono do circuito e também do praticante.

Carolina Mourão ·
5 de maio de 2005 · 20 anos atrás

O arvorismo nasceu na Costa Rica, país que abriga razoáveis porções de florestas primárias e secundárias e que revelou nos anos 80 um sem-número de novas espécies graças a um grupo de cientistas que resolveu investigar de perto a copa das árvores mais altas, jamais alcançadas pelo homem. Essas árvores estavam carregadas de mais de 1.200 espécies de orquídeas e bromélias que brotavam do tronco e dos ramos.

Para facilitar o trabalho, os cientistas desenvolveram um sistema de cordas, cabos de aço e patamares formando uma ponte para a travessia entre as árvores, lá do alto. Rapidamente o arvorismo chamou a atenção dos esportistas mais antenados da França e Nova Zelândia. E a simples travessia pela ponte evoluiu. Foi o alpinista francês Jean Claude Razel, dono da empresa de turismo de aventura Alaya, que trouxe o arvorismo para o Brasil, inaugurando o primeiro percurso da modalidade em Brotas, interior paulista, em 2001.

Hoje, a atividade é praticada em quase todos os estados e qualquer pessoa pode se candidatar a essa aventura. Os circuitos contam com obstáculos, redes, escadas e até pisos de vidro temperado, suspensos, que dão ao arvorista a impressão de flutuar. Apesar do nome do esporte, nem sempre os cabos estão amarrados nas árvores. Em muitos circuitos toras de eucalipto fixadas no chão cumprem este papel. E as manobras variam: tirolesas, pêndulos e até cadeirinhas deslizantes fazem parte da travessia, que em alguns lugares também pode ser feita à noite. Para os mais corajosos, é possível dar um salto entre dois pontos, a 10 ou 20 metros do chão.

Érica Araújo, praticante do esporte, assegura que não há perigo, apesar da altura. “É 99% seguro. Antes de subir o praticante já está ligado aos cabos de segurança, e pode optar em fazer a travessia com um monitor”. O principal cuidado refere-se à manutenção. A troca das cordas e dos mosquetões deve ser feita de dez em dez anos. “O praticante assume os riscos em um documento antes de subir. Por isso ele deve procurar um circuito sério, que lhe garanta total segurança”, diz Érica. Nem mesmo a idade mínima está bem definida. “A gente recomenda 6 anos, mas tudo depende do nível de dificuldade do circuito e da segurança do praticante. As crianças atravessam sem problemas”, concluiu.

A Embratur e o Ministério do Turismo estão elaborando uma certificação do turismo de aventura no Brasil, que inclui o arvorismo. A certificação vai definir normas oficiais de segurança e as responsabilidades do praticante e da empresa que promove o circuito. As reuniões estão acontecendo desde o final do ano passado. “Esperamos que até o meio do ano essa legislação e a certificação de qualidade esteja concluída”, disse Ralph James Walker, proprietário de um circuito de arvorismo na Pousada dos Pirineus, em Pirenópolis (GO). A empresa de Ralph oferece um seguro em casos de acidentes eventuais. “Ainda não houve nenhum registro no Brasil de acidentes. Mas o seguro é a garantia de qualidade do meu serviço”, explicou.

Serviço:

Drena Ecoturismo e Aventura – Pirenópolis – GO
(62) 331 3336
R$ 30,00 por pessoa

Pousada dos Pirineus – Pirenópolis – GO
R$ 15,00 para hóspedes e R$ 20,00 para visitantes

Rancho Canabrava – Sobradinho – DF
Núcleo Rural de Sobradinho 1 chácara 46
(61) 591 1604
R$ 40,00

Parque Nacional do Iguaçu – Foz do Iguaçu – PR
(45) 529 9175 / 529 6040
R$ 80,00

Alaya Centro de Aventuras – Brotas – SP
(14) 3653 5656
Cada modalidade tem um preço diferente

Parque Unipraias – Camboriú – SC
Cada modalidade tem um preço diferente
(47) 367 0493

Minas Radical – MG
Cada modalidade tem um preço diferente
(31) 3357 5278 / 9619 6801

Arvorismo no Rio – RJ
(21) 2552-4408 e 21 9798-0669.

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