Milhares de albatrozes e petreis vêm para a costa brasileira todos os anos, no período da migração, em busca de alimentos. No entanto, muitos não completam a jornada. Morrem no caminho, vítimas da captura incidental por barcos pesqueiros que utilizam espinhéis, linhas compridas das quais saem centenas de anzóis.
O Projeto Albatroz, coordenado pela bióloga Tatiana Neves, há 17 anos busca reduzir a captura incidental por meio da orientação de pescadores e implantação de medidas simples de mitigação, como uso de iscas descongeladas, que submergem mais rápido, e o uso do toriline, um equipamento formado por cabos cobertos de fitas coloridas, que funcionam como “espantadoras de aves”.
Segundo uma pesquisa realizada pelo projeto, apenas o uso do toriline diminuiu de 0,850 para 0,308 o número de aves mortas para cada mil anzóis lançados no mar. Reduzir ou acabar com o problema parece não ser impossível. Para isso, a entidade, em parceria com pescadores da frota de espinhel pelágio, elaborou uma minuta de portaria que visa regulamentar ações já previstas no Plano de Ação Nacional para a Conservação de Albatrozes e Petréis (Planac), publicado pelo Ibama em junho de 2006, mas que até agora não foram 100% implementadas.
A Minuta passa por aprovação da Secretaria da Pesca e, dentro de algumas semanas, deve ser enviada ao Ibama e Instituto Chico Mendes. Agora, o que o Projeto Albatroz espera é que o governo federal apoie a transformaçnao das medidas em lei e dê suporte para que elas sejam implementadas.
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