Reportagens

InfoAmazônia faz oficinas com ribeirinhos na região do Tapajós

Projeto instalará 25 sensores de baixo custo para monitorar estado da água para consumo humano. Informações serão difundidas por mensagens SMS.

Giovanny Vera ·
16 de abril de 2015 · 10 anos atrás

O encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, em Santarém. Foto: Giovanny Vera/InfoAmazônia
O encontro das águas dos rios Tapajós e Amazonas, em Santarém. Foto: Giovanny Vera/InfoAmazônia

O Rede InfoAmazonia é um dos ganhadores do Desafio de Impacto Social promovido pelo Google no Brasil. O objetivo do projeto é democratizar a informação sobre a qualidade da água que usam os ribeirinhos. Para isso, serão instalados 25 sensores de baixo custo na Amazônia brasileira para fazer um mapeamento sobre a qualidade da água para consumo humano, que medem parâmetros físico-químicos. Uma vez feita a avaliação e tratamento dos dados, a informação será difundida ao público, de forma direta, através de torpedos SMS, e também aos governos e lideranças locais.

A Rede InfoAmazonia iniciou operações do projeto de monitoramento da qualidade da água com três oficinas envolvendo comunidades ribeirinhas em Santarém e Belterra. O próximo passo será a instalação de sensores de baixo custo criados pelo projeto.

Em Santarém, assim como em outras cidades e comunidades ribeirinhas da Amazônia brasileira, não se sabe ao certo quem poderia estar consumindo água contaminada. A contaminação ocorre devida à veloz urbanização, sem controle e sem planejamento, que causa forte pressão sobre os recursos naturais e provoca doenças e novos problemas para a população local.

“Nosso objetivo é monitorar a qualidade da água e oferecer aos cidadãos informação factual para que eles possam exigir às lideranças seu direito à saúde”, explica Ricardo Guimarães, mais conhecido como Guima San, pesquisador da equipe do projeto Rede InfoAmazonia.

O Rede InfoAmazonia é um dos ganhadores do Desafio de Impacto Social promovido pelo Google no Brasil. O objetivo do projeto é democratizar a informação sobre a qualidade da água que usam os ribeirinhos. Para isso, serão instalados 25 sensores de baixo custo na Amazônia brasileira para fazer um mapeamento sobre a qualidade da água para consumo humano, que medem parâmetros físico-químicos. Uma vez feita a avaliação e tratamento dos dados, a informação será difundida ao público, de forma direta, através de torpedos SMS, e também aos governos e lideranças locais.

Essa informação é de alta importância para a saúde da população ribeirinha, já que eles dependem dos rios e suas águas. Esse foi também um dos motivos pelos quais o projeto Rede InfoAmazonia decidiu realizar três oficinas com grupos formados por ribeirinhos, coordenados pela organização não governamental Saúde e Alegria e pelas Secretarias Municipais de Meio Ambiente de Santarém e de Belterra.

Experiências com o protótipo do sensor

O pesquisador Guima explicando o funcionamento dos sensores de baixo custo criados pelo projeto. Foto: Giovanny Vera/InfoAmazônia
O pesquisador Guima explicando o funcionamento dos sensores de baixo custo criados pelo projeto. Foto: Giovanny Vera/InfoAmazônia

É começo de março, uma madrugada de chuva forte, mas também de muito calor, coisa normal na região. São 5 da manhã, quando chegam a Santarém três membros da equipe do InfoAmazonia: VJ Pixel, Guima Sam e Giovanny. A razão da viagem é mobilizar voluntários para participar da experiência piloto do projeto Rede InfoAmazonia.

Nos sete dias de duração da viagem, o time visitou organizações e lideranças da região para pesquisar com eles lugares onde realizar o monitoramento da água. Com o apoio das prefeituras locais, foram realizadas 3 oficinas de jornalismo cidadão, meio ambiente e cidadania. Duas em Santarém e uma em Belterra, com um total de quase 100 participantes, entre ribeirinhos, lideranças, jovens voluntários e membros de ONGs.

As oficinas se caracterizaram pelo engajamento dos participantes, maior ainda quando eles mesmos puderam fazer testes da qualidade da água, usando kits comerciais de monitoramento. Foram eles que escolheram lugares para recolher amostras d’água para avaliação.

Com a ajuda do instrutor Guima San, os participantes realizaram testes das amostras com o sensor criado pelo projeto Rede InfoAmazonia. Foi possível demonstrar as variações de parâmetros observadas no kit comercial e confirmá-las com o sensor desenvolvido pelo Rede InfoAmazonia.

Clique nas imagens para ampliá-las e ler as legendas

Comunidades contando suas próprias histórias

As oficinas de monitoramento da qualidade da água envolveram sete comunidades ribeirinhas de Santarém, seis na bacia do Amazonas (Pixuna do Tapará, Nova Vista do Ituqui, São Josẽ do Ituqui, Pixuna do Tapará, Igarapé da Praia e Castela) e uma do Tapajós (Alter do Chão).

Como resultado, criou-se uma lista de voluntários interessados na função de monitor dos sensores de qualidade de água, que serão instalados em 20 comunidades. O treinamento resultou também na redação de seis notícias, ocorridas nas comunidades participantes. Confira a visualização abaixo:

 

 

Leia também
Infoamazônia atualiza mapa de alertas oficiais de desmatamento
Infoamazônia lança estudo sobre gastos no combate ao desmatamento

 

 

 

  • Giovanny Vera

    Giovanny Vera é apaixonado pela área socioambiental. Especializado em geojornalismo e jornalismo de dados, relata sobre a Pan-Amazônia.

Leia também

Notícias
1 de abril de 2015

Infoamazônia lança estudo sobre gastos no combate ao desmatamento

Segundo portal InfoAmazonia, houve queda também nos investimentos em sustentabilidade. Entretanto, perda de floresta está no seu nível mais baixo.

Reportagens
25 de março de 2015

Infoamazônia atualiza mapa de alertas oficiais de desmatamento

Os dados mostram aumento de 65% em 2014. Ibama espera que novo cronograma de divulgação do DETER permita um combate mais efetivo ao desmatamento.

Salada Verde
30 de outubro de 2024

Troika da COP expandirá produção de petróleo e gás em 32% até 2035, aponta pesquisa

Os países da Troika das COPs – Emirados Árabes Unidos (EAU), Azerbaijão e Brasil – planejam expandir a produção de petróleo e gás em 32% até 2035, segundo uma pesquisa da organização Oil Change International. Levando em conta a meta de limitar o aquecimento da Terra a 1,5° C, essas nações vão no sentido contrário

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.