O Supremo Tribunal Federal (STF) abriu inquérito contra o deputado federal Ernandes Amorim (PTB-RO), acusado de desmatar 1,6 mil hectares na região amazônica, incluindo áreas em unidades de conservação. O inquérito foi primeiramente instaurado pela Polícia Federal para investigação dos supostos crimes ambientais, mas o ministro do Supremo, Carlos Alberto Menezes Direito, decidiu reautuar como inquérito. O STF afirma que parte da área foi transformada em pastagem para o gado, impedindo a regeneração da floresta derrubada. O parlamentar é proprietário das fazendas Carnaval 70 e Monte Aurélio.
Dentro de 15 dias, o STF deve ouvir Ernandes Amorim, mas, em entrevista a O Eco, o deputado já adiantou que negará todas as acusações. “Estou pronto para ser ouvido e esclarecer a situação. Vou pessoalmente ao STF me dirimir de todas estas incongruências”, disse. Segundo Amorim, o STF atribuiu a ele os desmatamentos, inclusive em áreas que não são de sua propriedade, como forma de amedrontá-lo, já que o parlamentar vem combatendo com veemência as leis ambientais do país. “Eu tenho uma propriedade lá de uns 800 hectares onde eu pesco. Era um antigo seringal que já estava desmatado há mais de 70 anos. Nem terminei de pagar por ela ainda”, argumenta.
Para Amorim, a ação do STF é ainda mais um exemplo do “oba-oba” de ambientalistas, que têm optado pela questão ambiental de forma equivocada, já que o código florestal brasileiro foi muito mal redigido, segundo ele. “Isso faz parte da bandeira arrogante do Minc, que só sabe tratar de escola de samba, não de questões ambientais”, disse.
A decisão do STF atende a pedido do procurador-geral da República Antonio Fernando Souza, que acredita em indícios que comprovam os delitos ambientais.
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