Sete nações africanas se uniram e lançaram um plano de ação para os próximos 10 anos, que pretende salvar os chimpanzés orientais (Pantroglodytes schweinfurthii), primatas que compartilham 98% dos genes humanos e estão na Lista Vermelha de espécies ameaçadas da União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN). O anúncio foi feito pela própria IUCN e pela Wildwife Conservation Society (WCS), esta semana em Nova York. O plano prevê a conservação de 16 áreas protegidas, onde vivem mais de 95% da população conhecida destes animais.
A meta do plano é reduzir pela metade a ocorrência das duas grandes ameaças à subspécie, a caça ilegal e o tráfico. Mas não fica só nisto, pretende reduzir a destruição dos habitats, que vêm sendo reduzidos e fragmentados pela agricultura, conhecer melhor a distribuição e o estado de conservação do animal, além de aumentar a constribuição dascomunidades na prreservação do primata.
O plano foi elaborado a partir de um Workshop realizado em agosto de 2009, quando pesquisadores e ativistas envolvidos na preservação de grandes primatas se reuniram em Kampala, Uganda, para identificar as prioridades para a conservação para a espécie. A partir de dados, como fotografias, informações sobre alimentação, ninhos e vocalizações, além das coordenadas de 22 mil pontos identificados por GPS, foi desenvolvido um modelo que indicou quais seriam as áreas a serem protegidas.
A população conhecida hoje de chimpanzés é de 50 mil indivíduos, mas o modelo indicou que ela possa chegar a 200 mil chimpanzés. Existem poucas informações, por exemplo, sobre os chimpanzés orientais na Bacia do Rio Congo. Mas o plano precisa de muito dinheiro para ser efetivado, aproximadamente US$ 315 mil por área protegida, ou U$ 5 milhões, por ano. O plano também ataca duas das grandes ameaças para a espécie, caça ilegal e tráfico, com uma meta de reduzir ambos a metade do que ocorre atualmente nos sítios dos animais. Outro objetivo reduzir o desmatamento nos habitats de chimpanzés, conhecer melhor a distribuição dos chimpanzés, o estado, as ameaças, prover o entendimento dos riscos à saúde das populações de chimpanzés, incluindo doenças transmitidas por humanos, aumentar a contribuiçãodas comunidades para a conservação dos chimpanzés e assegurar financiamento sustentável para unidades de conservação dos chimpanzés.
Os chimpanzés orientais ocorrem na República Central Africana, Congo,Sudão, Uganda, Ruanda, Burundi, Tanzânia e Zâmbia, ameaças à subspécies incluem caça para abate, captura de filhotes para comércio ilegal, perda e fragmentação do habitat pela agricultura, mineração e outras formas de desenvolvimento humano e doenças. (Vandré Fonseca)
Mais informações: iucn.org
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