por Flávia Moraes
A FEPAM – Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler, do Rio Grande do Sul, acaba de cumprir a primeira etapa do Plano Clima, Ar, Energia (PACE), divulgando um diagnóstico desses três setores do Estado. O estudo foi realizado através de um projeto de cooperação entre o Governo Estadual e a França, que iniciou em março deste ano e segue até junho de 2011. Segundo a coordenadora francesa do projeto no Brasil, Charlotte Raymond, o principal objetivo do PACE é auxiliar na reestruturação da rede de monitoramento do ar da FEPAM e fornecer ferramentas e metodologias para uma gestão integrada das questões do ar, clima e energia.
Essa primeira etapa, que acaba de ser finalizada, consiste em uma análise inicial do território gaúcho no que se refere aos setores que compõem o PACE. Os principais aspectos diagnosticados para o ar, o clima e a energia do RS podem ser conferidos nos quadros abaixo.
AR
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CLIMA
Gráfico 1 – Fontes emissoras de gases de efeito estufa no RS
Fonte: PACE – Síntese do Diagnóstico – Setembro de 2010 (dados base: 2005)
a) Aumento das temperaturas (de 2°C até 4°C) e da pluviometria (de 5% até 10%), em 2050, segundo o INPE – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais;
b) Aumento dos eventos extremos, da vazão dos cursos de água (de 30% até 40%, em 2050) e uma elevação do nível do mar (3 a 4 mm/ano).
– O RS ocupa o 2° lugar no país em termos de volume de reduções de emissões de GEE, com numerosos projetos na área. No entanto, é considerado como um potencial ainda pouco aproveitado, pois não faz uso da alavanca oferecida pelo mercado de carbono.
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ENERGIA
Identificação do perfil energético do RS (Gráfico 2). Gráfico 2 – Perfil energético do RS Fonte: PACE – Síntese do Diagnóstico – Setembro de 2010 (dados base: 2008) Quantificação do consumo final de energia (Gráfico 3). - O consumo final de energia do RS é de 9 milhões de tep/ano (tonelada equivalente petróleo, ou seja 11.600 kWh), com um forte predomínio do setor dos Transportes – 40%. Gráfico 3 – Consumo de energia no RS Fonte: PACE – Síntese do Diagnóstico – Setembro de 2010 (dados base: 2005)
a) Toda a eletricidade produzida é consumida no Estado;
b) Mais de 30% da eletricidade do RS é importada; c) O consumo de eletricidade é de 2.134 kWh/habitante/ano (considerando todos os setores), ou seja, 20% superior à média nacional; d) O consumo de lenha para fins energéticos é muito importante nos setores residencial (36%), agropecuário (71%) e industrial (21%). Frente a esse panorama diagnosticado, a coordenadora francesa do PACE afirma que, “para melhorar o monitoramento do ar e conseguir mobilizar os diversos atores sociais a agir ambientalmente, o Governo Estadual e a FEPAM precisam integrar ações nos três setores analisados (ar, clima e energia). Só assim poderão criar uma política ambiental coerente”. No que se refere às sugestões de mudança para o RS, Charlotte destaca a questão do transporte, pela necessidade de haver um controle efetivo da poluição veicular, bem como incentivo ao uso de combustíveis renováveis e a melhoria das condições do transporte público, a fim de diminuir a quantidade de carros nas ruas. Ela também ressalta a potencialidade do setor enérgico local para produção de energias limpas, como eólica e de biomassa, ainda pouco aproveitada e ainda a necessidade de fortalecer a educação ambiental para mobilizar os cidadãos gaúchos a se comprometerem diariamente com o desenvolvimento e consumo sustentáveis. “Não adianta criarmos ações apenas com os atores políticos se a sociedade continuar com pouca educação ambiental”, declara. Os próximos passos do PACE, que tem previsão de conclusão para a metade de 2011, consistem em estabelecer cenários de tendência, estudar as políticas públicas do RS para o meio ambiente e discutir com os diferentes setores da sociedade (social, industrial, energético, de transporte etc.) a elaboração de estratégias específicas para o ar, clima e energia. De acordo com Charlotte, o resultado de todas essas etapas será um documento estratégico com um plano de ação efetivo para melhorar as questão ambientais do Estado. . |
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