Salada Verde

ONGs latinas mobilizam-se pelas baleias

Preocupados com início da temporada de caça às baleias por navios japoneses na Antártica, ambientalistas enviam carta de protesto à comissão internacional.

Redação ((o))eco ·
7 de dezembro de 2010 · 14 anos atrás
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No dia 02 de dezembro, 45 ONG’s da América Latina enviaram uma carta aos Comissários dos países latinos na Comissão Internacional da Baleia solicitando ações urgentes para impedir a continuidade da matança de baleias na região Antártida pela frota japonesa. Depois de mais um massacre de baleias no Santuário de Baleias do Oceano Austral subsidiado pelo governo japonês, ambientalistas tomam medidas de apaziguamento da situação e exigem ações diplomáticas de controle sobre a caça de baleias. 

“Nossa preocupação surge à partir da próxima expedição da frota baleeira japonesa nas águas antárticas, que possuem a finalidade de matar 850 baleias minke e 50 baleitas de barbatana. Cabe ressaltar que essas matanças se realizam na incerteza científica sobre a dinâmica da população atual de baleias minke na Antártica e o precário estado de conservação da baleia de barbatana, classificada como “Em perigo” pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN)”, expõe a carta.
 
A carta aponta para um aumento na pesquisa científica para conservação das baleias, além de projetos de minimização dos perigos enfrentados por essas espécies e ressaltam a preocupação e compromisso das instituições com a situação atual.  (Laura Alves)

Leia a carta na íntegra: 
 
2 de diciembre, 2010 


Sres(as) Comisionados(as) Grupo Buenos Aires

Estimados(as) Sres (as),

Nos dirigimos a vocês em seu caráter de representantes dos governos latinoamericanos ante a Comissão Baleera Internacional (CBI) com a finalidade de solicitar a implementação de ações diplomáticas que rechacem a matança de baleias no Santuário de Baleias do Ocenao Austral subsidiados por seus respectivos programas de investigação científica.
 
Nossa preocupação surge à partir da próxima expedição da frota baleera japonesa nas águas antárticas, que possuem a finalidade de matar 850 baleias minke e 50 baleitas de barbatana. Cabe ressaltar que essas matanças se realizam na incerteza científica sobre a dinâmica da população atual de baleias minke na Antártica e o precário estado de conservação da baleia de barbatana, classificada como “Em perigo” pela União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN). A condução de operações baleeras de escala comercial que o Japão realiza com permissões especiais de caça científica, constitui uma grave violação da legislação global vigente sobre o uso comercial de baleias, especialmente quando consideramos que isso ocorre em uma área livre para matanças, como é o Santuário de Baleias do Oceano Austral.

A sociedade civil latinoamericana compartilha a visão do Grupo Buenos Aires, exposta durante a Declaração de abertura na 62° Reunião Anual da Comissão Baleera Internacional, sobre a necessidade prioritária de que a Conservação Internacional para a Regulação do Setor Baleeiro se adeque às necessidade e interesses do século XXI, de modo que possam se fortalecer os objetivos e princípios que respondam à maioria dos países membros, que participam de maneira autônoma e independente na CBI, e que favorecam a conservação e o aproveitamento não letal das baleias. Muitas das organizações signatárias levam adiante programas de investigação não letal de cetáceos a longo prazo, que nos permitiram conhecer aspectos fundamentais sobra a biologia e a dinâmica populacional de diversas espécies de cetáceos e, sobretudo, demonstraram que é possível gerar informação de alto rigor científico sem a necessidade de matar as baleias. Isso traz fundamentos ainda mais sólidos para nossa solicitação, de que se tomem as medidas diplomáticas necessárias para impedir que continuem a capturar baleias sobre supostos fins científicos.
 
Desde a implementação da moratória sobre a caça comercial de baleias, o governo japonês já capturou mais de oito mil baleias nas águas do Santuário de Baleias do Oceano Austral. Pelo programa JARPS II, iniciado em 2006, a cota anual de baleias já aumentou em quase metade de todas as baleias caçadas no ano com permissões especiais, alcançando níveis similares à cota anual de caça comercial de baleias minke antártica depois da implementação da moratória. Nossa inquietude acerca das operações de caça científica de baleias no oceano Austral vai mais além do que somente a morte desnecessária de baleias. A operação da antiga e desgastada frota baleera nas águas antárticas, representa em si mesma uma ameaça para a proteção do delicado ecossistema antártico e da sergurança marítima, como demonstram a explosão e o incêndia ocorrido em 2007 e a perda de um tripulante em janeiro de 2009.

Em virtude das Declarações de 2005 e 2006, onde o Grupo Buenos Aires expressou seu interesse em continuar – de forma conjunta e coordenada- com as ações e com o supressão das atividades de caça comercial e de investigação científica letal, é que as organizações signatárias do presente documento efetuamos esse chamado aos governos participantes do Grupo Buenos Aires para avançar com o cumprimento dos compromissos adquiridos e para liderar ações diplomáticas contra a matança indiscriminada de baleias que se iniciará à partir do mês de dezembro de 2010 nas águas do Santuário Baleeiro Austral.

Desejamos aproveitar essa comunicação para expressar-lhes uma vez mais nosso reconhecimento pelo forte compromisso com a conservação das baleias demonstrado na última reunião da CBI, e nosso desejo de seguir articulando esforços conjuntos na defesa da moratória sobre a caça comercial de baleias, o respeito integral aos Santuários estabelecidos pela CBI e do direito soberano das nações do hemisfério sul a utilizar sua população de cetáceos exclusivamente mediante metodologias não letais, entre outros aspectos fundamentais para a efetiva conservação desses mamíferos marinhos no século XXI. Agradecemos sua amável atenção e esperamos uma resposta imediata e positiva para a solicitação das organizações civis da América Latina,

Lhes comprimentam cordialmente,

Fundación Ambiente y Recursos Naturales - Argentina
Fundación Cethus Cecilia Gasparrou – Argentina
Fundación Patagonia Natural – Argentina
Fundación Marybio - Argentina
Fundación Vida Silvestre Argentina – Argentina
Instituto de Conservación de Ballenas – Argentina
 Instituto Baleia Jubarte - Brasil
Red Costero-Marina y Hídrica – Brasil
Centro de Conservación Cetacea – Chile
Centro Ecoceanos- Chile
Fundación NATIBO - Colombia
Fundación Omacha – Colombia
Fundación Yubarta – Colombia
MarViva – Colombia
Asociación Ambiental VIDA Costa Rica
Fundación Keto – Costa Rica
The Leatherback Trust – Costa Rica
Pacific Whale Foundation – Estados Unidos y Ecuador
SELVA-Vida Sin Fronteras – Ecuador- Países Bajos
Asociación De Biología Marina – Guatemala
Humane Society International -  Latinoamérica
Sociedad Mundial para la Protección Animal – Latinoamérica
Whale and Dolphin Conservation Society (WDCS) - Latinoamérica
Conservación de Mamíferos Marinos de México (Comarino) – México
Asociación Club de Jóvenes Ambientalistas – Nicaragua
Comité Ballena Azul – Nicaragua
Asociación Verde de Panamá – Panamá
ORCA – Perú
Áreas Costeras y Recursos Marinos (ACOREMA) – Perú
Centro para la Conservación y Ecodesarrollo de Bahía Samana y su Entorno (CEBSE) – República Dominicana
Fundacion Dominicana de Estudios Marinos( FUNDEMAR) – República Dominicana
Organización Conservación Cetáceos – Uruguay
Asociación Civil Vida y Mar (VYM) – Venezuela
 Biomarina – Venezuela
Centro de Investigación, Tecnologia y Ambiente (CITA) – Venezuela
CICTMAR – Venezuela
Conservación de la Biodiversidad Venezolana A.C. (ConBiVe) – Venezuela
Fundabraes – Venezuela
Fundación La Tortuga - Venezuela
Grupo de Trabajo en Tortugas Marinas de Nueva Esparta (GTTM-NE) – Venezuela
MaresVenezuela - Venezuela
Manos Amigas – Venezuela
Oycos – Venezuela
Sociedad Ecológica Venezolana Vida Marina (Sea Vida) – Venezuela
Somos Margarita Verde, Fundación Ecológica – Venezuela

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