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Fogo atinge 10 UCs e 113 mil hectares do Parna do Araguaia

De acordo com o ICMBio, em 6 unidades de conservação os incêndios atingiram nível 2, que exige esforço regional para combater as chamas.

Redação ((o))eco ·
31 de agosto de 2012 · 12 anos atrás
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Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
Combate noturno ao fogo. Foto: COEM/CGPRO
Combate noturno ao fogo. Foto: COEM/CGPRO

Dez unidades de conservação sofrem atualmente com queimadas dentro de seus limites, sendo que seis delas enfrentam incêndios de médio porte, que exige esforço regional para combater as chamas. A informação foi divulgada na quarta-feira (29) pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade através do boletim de ocorrência de incêndios. O Parque Nacional do Araguaia, em Tocantins, é o mais atingido. Desde o início do ano, o fogo já queimou cerca de 113 mil hectares equivalentes a 22% da sua área total.

Do começo de agosto até ontem (30), foram registrados pelo MODIS a bordo dos satélites Aqua e Terra da NASA 74.972 focos de incêndio em todo o país. Em unidades de conservação, foram 2.759 focos de incêndio registrados desde o começo ano. Entre 01 de janeiro e 30 de agosto de 2012 houve um aumento de 84% de focos em relação ao mesmo período de 2011.

O campeão de queimadas é o estado do Maranhão, com 15.457 focos registrados, um aumento de 300% em relação ao mesmo período do ano passado. No Tocantins, onde fica o Parque Nacional do Araguaia, há 7.458 focos.

O monitoramento é feito pelos satélites do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Eles detectam os focos e as informações são enviadas ao ICMBio, que, por sua vez, conta com o sistema Alerta, pelo qual envia as informações às chefias das unidades afetadas e aos seus gerentes de fogo.

Armados de abafadores, bombas costais (aquelas “mochilas” usadas por brigadistas) e tendo à disposição carros-pipas, caminhões, helicópteros e aviões air tractor, que fazem lançamento de água, esses homens ficam baseados em 77 unidades de conservação do país.

De acordo com informações Christian Berlinck, coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, os níveis de complexidade de um incêndio em área protegida é dividido assim: Pequeno/Nível 1; médio/Nível II e grande/Nível III:

Nível I) é de pequeno porte e pode ser combatido com os recursos da unidade e de parceiros locais, como uma brigada do Centro Nacional de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais (PrevFogo), do Ibama ou uma brigada voluntária ou da própria unidade de conservação.

Nível II) exige apoio regional para ser controlado. Há um protocolo de ajuda mútua entre as unidades próximas, que ajudam enviando brigadistas, equipamento, além de especialistas em combate a incêndios. Na linguagem do ICMBio essa ajuda recebe o nome de “base operativa de prevenção e combate a incêndio”. No nível 2 há também a ajuda do corpo de bombeiro, das brigadas do PrevFogo, do Ibama, além de outras brigadas baseadas em municípios distantes que não estão sofrendo com queimadas.

Nível III) é o incêndio de grandes proporções que precisa de uma estrutura nacional para combatê-lo. Quando chega a esse patamar, a Defesa Civil Nacional, as Forças Armadas e a Força Nacional são acionadas para ajudar no combate. O comando de toda a ação passa a ser da Coordenação de Emergências Ambientais do ICMBio, em caso de incêndios dentro das unidades de conservação.

No momento, a situação mais grave está nas 4 unidades de conservação localizadas no Cerrado: todas estão com focos de incêndio de nível II, caracterizado como incêndio de média proporção. A saber: Parques Nacionais Nascentes do Rio Parnaíba, Chapada das Mesas, Araguaia e Serra da Canastra.

As 6 UCs com focos de incêndios estão localizadas no bioma Amazônico: Parque Nacional dos Campos Amazônicos, Florestas Nacionais de Carajás, de Bom Futuro, de Jamanxin, de Altamira e Parque Nacional de Mapinguari.

A divisão, em níveis, de focos de incêndio é feita pela complexidade e número de pessoas envolvidas no combate ao fogo. Pelo critério de dificuldade de combate, há 3 classificações para os incêndios: Nível I, II e III (veja explicação no quadro).

Quando se fala em queimadas, a palavra de ordem é união, que envolve os ministérios do Meio Ambiente, Defesa, Justiça, o Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Força Nacional, a Funai e a Defesa Nacional.

“A área atingida por incêndios é estimada por sensoriamento remoto, através das imagens dos satélites Aqua e Terra que passam duas vezes ao dia, uma pela manhã e outra à tarde”, explica o coordenador de Emergências Ambientais do ICMBio, Christian Berlinck. “Isso permite o acompanhamento em tempo quase real dos incêndios. Nas imagens, identificamos as cicatrizes e as frentes de fogo para então quantificar a área. Os incêndios menores são medidos por equipes de brigadas e servidores das próprias unidades”, explicou ele a ((o))eco.

O Brasil conta com 5 mil servidores treinados para entrar em ação contra o fogo, dos quais 1.743 brigadistas contratados no ICMBio para atuar no combate a incêndios em reservas florestais e parques nacionais. Dentro do ICMBio, o controle de incêndios é feito por meio da Coordenação de Emergências Ambientais e da Divisão de Monitoramento e Informações Ambientais.

Em Brasília, fica o Centro Integrado MultiAgências de Coordenação Operacional (Ciman). Ele reúne a força-tarefa para tentar impedir que os incêndios atinjam grandes proporções. Seus membros trabalham em uma “sala de situação” onde diariamente monitoram, emitem avisos às bases estaduais do órgão Cimam e traçam planos e ações para combater as chamas.

 

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