O estado do Amazonas registrou redução pelo segundo mês consecutivo no número de queimadas. De acordo com dados da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, foram registrados 150 focos de calor nos meses de fevereiro e março de 2020, contra 204 no mesmo período em 2019, uma diminuição de 27%. No primeiro trimestre deste ano, janeiro foi o mês que mais registrou focos de calor – 197 ao todo. Fevereiro teve apenas 73 focos, uma queda de 18,9%, em comparação ao número de focos de calor registrados em 2019. E o mês de março computou apenas 77 focos, uma redução de 32,4% em comparação ao mesmo período em 2019.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amazonas (Sema) monitora diariamente os dados de focos de calor disponibilizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O monitoramento faz parte das ações do Comitê Estadual de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais, Controle de Queimadas e Monitoramento da Qualidade do Ar, coordenado pela Secretaria.
Segundo o engenheiro ambiental e assessor de recursos hídricos da Secretaria, Maycon Castro, os três primeiros meses do ano registraram índices pluviométricos abaixo do esperado em algumas regiões. “Em janeiro, por exemplo, a região do Alto Rio Negro teve baixa quantidade de chuvas, o que favoreceu a ocorrência de focos de calor relacionados às atividades tradicionais de roçado e limpeza de terrenos com uso do fogo naquela região. Na contramão, fevereiro e março tiveram queda no total de focos de calor, apesar de terem registrado índices de chuva bem menores para o período. Isso, por sua vez, pode estar mais relacionado à diferença na distribuição dessa chuva pelo estado, do que pelo acumulado em si”, detalhou o engenheiro.
Para além de gerar informações sistematizadas, as análises de focos de calor da Sema visam orientar as ações do governo para conter a degradação ambiental no Amazonas, como os focos de queimadas, desmatamento e incêndios florestais, conforme destaca o secretário de Estado do Meio Ambiente, Eduardo Taveira. “Além do monitoramento diário, a Sema já iniciou em 2020 o planejamento integrado com os órgãos ambientais e de comando e controle, para reverter os índices de queimadas durante os meses de agosto e setembro, considerados os mais críticos devido à estiagem”, conta.
O secretário contou ainda que no início de março as unidades de conservação estaduais receberam R$ 125 mil em equipamentos para auxiliar no combate às queimadas, através de uma doação da WWF-Brasil.
Taveira informou que ainda não é possível associar a diminuição no número de focos de calor no Amazonas ao Covid-19 e às medidas de isolamento determinadas pelo Governo. “Sem dúvida o trabalho feito pelo Governo do Estado para conter o avanço do novo coronavírus terá seus resultados visíveis, também, para o meio ambiente no Amazonas, mas isso só poderá ser associado e medido, de fato, a longo prazo”, explicou o secretário..
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