O quinto dia de COP 28 foi marcado por um “prêmio” negativo para o Brasil. Nesta segunda (4), o país foi o escolhido para receber o Fóssil do Dia, premiação irônica destinada ao país que fizer o pior trabalho em cada dia de conferência – ou “o seu ‘melhor’ para bloquear o progresso das negociações”, como define a Rede de Ação Climática (CAN, na sigla em inglês), que organiza a iniciativa. A motivação foi o anúncio da entrada do Brasil na OPEP+, o grupo estendido dos países exportadores de petróleo.
A escolha, diz a CAN, está relacionada com a expectativa de avanços na agenda ambiental com a eleição do presidente Lula. “Com grandes poderes vem grandes responsabilidades”, argumenta a organização em seu comunicado, que prossegue afirmando que, com o anúncio, o Brasil “parece ter confundido produção de petróleo com liderança climática”. A rede relembra ainda o timing da declaração do ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, que considerou “estranhamente apropriado” falar sobre o acordo de entrada logo no primeiro dia da conferência. “Se quiser apenas se juntar a um clube, então sugerimos que siga sua vizinha Colômbia assinando o Tratado de Não-Proliferação de Combustíveis Fósseis, ao invés da OPEP+”, completa o comunicado da CAN.
Esse, porém, não parece ser o caminho que o Brasil seguirá. Como afirmou ontem (3) o presidente Lula, “a Petrobrás não vai parar de prospectar petróleo”, já que “o combustível fóssil ainda vai funcionar muito tempo na economia mundial”. Junto com o “prêmio” do Brasil, a “menção desonrosa” foi dada à África do Sul, por sua decisão de aumentar a produção de minas de carvão. Já ontem, primeiro dia do prêmio nesta edição da Conferência do Clima, o prêmio foi dividido entre Nova Zelândia, Japão e Estados Unidos.
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