Incêndios de grandes proporções que atingem a região de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, levaram à interdição de estradas, suspensão de aulas, evacuamento de usinas e até mesmo acidentes de trânsito. Nesta sexta-feira (23) de tarde, a baixa visibilidade causada pelas fumaças do fogo levou o Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar a decidir pela interdição das estradas que dão acesso aos municípios de Jaboticabal, Ribeirão Preto e Sertãozinho.
Na véspera, a cidade de Ribeirão Preto já havia registrado um engavetamento entre sete veículos devido à fumaça que invadia a Rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326), em trecho ao lado de uma propriedade em chamas.
No município vizinho de Sertãozinho, a Faculdade de Tecnologia (Fatec) trocou as aulas presenciais de quinta-feira de noite pelo módulo online, para preservar a segurança dos estudantes moradores de cidades vizinhas. A suspensão da aula presencial foi mantida nesta sexta-feira.
Também em Sertãozinho, outro incêndio que atingiu uma plantação de cana-de-açúcar às margens da Rodovia Armando de Sales Oliveira (SP-322) fez com que funcionários de uma usina de etanol evacuassem as instalações e paralisassem a operação, segundo informações do portal G1.
A Organização de Associações de Produtores de Cana do Brasil (ORPLANA) – que conta, atualmente, com 33 associações de fornecedores de cana e representa mais de 12 mil produtores de cana-de-açúcar – publicou uma nota repudiando “os incêndios criminosos que vêm atingindo propriedades rurais na região de Ribeirão Preto”.
Segundo a organização, os associados “seguem rigorosamente as diretrizes do Protocolo Agroambiental – Etanol Mais Verde, que proíbe o uso de fogo na colheita de cana no Estado de São Paulo”, e afirma que os produtores de cana-de-açúcar e as usinas não são os responsáveis pelos incêndios e, sim, “que atuam para afastar o fogo de suas produções”.
No início da semana, o Centro de Gerenciamento de Emergência da Defesa Civil estadual (CGE) de São Paulo emitiu um alerta sobre as temperaturas altas e escassez de chuvas, que aumentariam o risco de incêndio nas áreas rurais do estado, com temperaturas de até 36° e umidade relativa do ar abaixo dos 20%. O alerta cita Ribeirão Preto, além de Presidente Prudente, Assis, Dracena, Araçatuba, Jales, São José do Rio Preto e Barretos, com as regiões mais afetadas.
De acordo com a Defesa Civil, o risco de incêndio na região de Ribeirão Preto segue no patamar de emergência até este sábado (24). A situação volta para o risco emergencial, entretanto, nos dias 27 e 28 de agosto.
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