Em Curaçá, no sertão baiano, avança o plantio de espécies nativas para recuperar áreas degradadas em unidades de conservação onde são reintroduzidos grupos da ararinha-azul (Cyanopsitta spixii). A espécie havia sido extinta da natureza em 2000, por desmate, caça e tráfico.
Já ganharam terreno 125 quilos de sementes e são cultivadas cerca de 40 mil mudas no interior e no entorno de duas reservas criadas para proteger a ave. O esforço é coordenado pelo Núcleo de Ecologia e Monitoramento Ambiental (Nema) da Universidade Federal do Vale do São Francisco (UNIVASF).
Caraibeiras (Tabebuia aurea), xique-xique (Xiquexique gounellei) e faveleira (Cnidoscolus quercifolius) são algumas das 24 espécies cultivadas. O reforço na vegetação tornará o ambiente mais favorável às aves e outros animais, bem como às comunidades da região.
“Levamos em consideração as espécies utilizadas pelas ararinhas-azuis como fonte de alimentação, dormitório e nidificação, e também pela população sertaneja”, explica o diretor de Pesquisa e Planejamento do Nema, Fábio Socolowski.
O crescimento das mudas e a cobertura do solo serão monitorados. Após um ano, mudas mortas serão replantadas. O objetivo é recuperar ao menos 200 hectares de vegetação nativa, inclusive nas margens de rios e nascentes.
Das 20 ararinhas-azuis soltas na região desde junho passado, 4 foram predadas, 2 desapareceram e uma voltou ao cativeiro, pois necessitará de mais tempo para se adaptar ao ambiente natural. As informações são do ICMBio.
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Elas, as soltas, ja acasalaram, nidificaram e produziram filhotes???