Tabuleiro em jogo

De Angela Matos Não sou a favor da recategorização porque sei que terei mais restrições se estiver numa Apa, mas gostaria de dizer que também não sou a favor do TAC como é cobrado na região. O que entendo por ajustamento de conduta é o que o termo diz: se construí fora das leis ambientais tenho que demolir, se arranquei plantas nativas, devo replantá-las e assim por diante. Construí uma casa dentro das normas, menos de um terço do terreno, fossa selada, não arranquei nenhum pé de planta nativa, que aliás são lindíssimas e mesmo assim para que consiga ligar minha luz terei que pagar a mesma quantia que minha vizinha, que não tem mais nenhum pé de planta nativa e no entanto já tem luz ligada. Não quero que minha região seja depredada, mas quero maior fiscalização por parte dos órgãos competentes e não ver uma placa de VENDO em cima de uma duna.

Por Redação ((o))eco
18 de abril de 2006

Leis radicais

De Antônio Leão Guia e montanhista de Resende/RJ.Parabéns pelo artigo! Uma das aberrações desta epidemia burocrática é a Portaria 62/2000 (MMA) que criou a cobrança de R$ 12,00 pelo uso de trilhas situadas em UCs. O jornalista Gustavo Praça escreveu, no seu jornal resendense - O Ponte Velha, que em breve existirão duas classes de brasileiros, os que podem e os que não podem andar em trilhas... Neste mesmo jornal fiz um sugestão (veja abaixo) para o Ministério do Meio Ambiente, que estende a cobrança para surfistas, pára-quedistas, mergulhadores, e quem mais ficar na reta, visando incentivar o turismo de aventura, esportes radicais e o ecoturismo nacional.ACRÉSCIMOS NA PORTARIA Nº 62, de 20 de março de 2000OU CRIAÇÃO DA PORTARIA Nº 666, de 31 de dezembro de 2006 (ás 23:59 h)PREÇOS PARA UTILIZAÇÃO DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO LITORAL*: Uso de Onda do mar com prancha (dia) R$ 12,00Jacaré (unidade) R$ 3,00Caldo (unidade) R$ 1,00Reunião noturna na praia com violão e cantoria R$ 20,00Banhistas barrigudos R$ 120,00Mergulho acompanhado pela Brigada de Bob Esponjas Mirins R$ 12,00*A implantação deverá ser precedida por levantamentos incluindo cálculos da subtração do sal e da areia pelos banhistas; estudo do impacto sobre a reprodução das sardinhas e a coleta de Tatuí, além de registros sobre agressões aos tubarões. Desconto de 50% para membros de clubes e escolas de surf.PREÇOS PARA UTILIZAÇÃO DO ESPAÇO AÉREO EM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO * Vôo livre, Pára-quedas, Parapente – (por salto) R$ 12,00Queda livre – (pelo único e derradeiro salto) R$ 12,00*A implantação deverá ser precedida por levantamentos incluindo mapeamentos das linhas de alta tensão e estudo do impacto sobre a auto-estima dos urubus. Desconto de 50% para membros de clubes e escolas de vôo livre e pára-quedismo.

Por Redação ((o))eco
18 de abril de 2006

Tubarão bom, é tubarão morto

De Quênida Menezes Bom dia, Ao ler a reportagem sobre a caça dos tubarões em Recife, fiquei triste em saber que ao invés dos orgãos governamentais que são responsáveis pela preservação do meio ambiente, como o Ibama e a Agência Estadual de Meio Ambiente e Recurso Hídricos (CPRH), aplicarem meios para manter os tubarões longe da área de risco, como uso de redes de exclusão ou medidas como são tomadas na África do Sul e na Australia, utilizam do meio mais fácil. Dão permissão à caça. Além disso, não foi imposto um limite de animais a serem abatidos, ao meu ver essa medida demonstra como os orgãos governamentais vem tratando o meio ambiente no que diz respeito a proteção à vida, não importa que tipo de vida. Como faz referência a reportagem "A gente entra na água por que quer, o tubarão tem direito de viver ali", ressalta Brandini. Espero que vocês continuem na luta no sentido de exigir a proteção desses animais junto aos orgãos responsáveis e continuem no trabalho de conscientisação junto a população, pois quando se permite uma ação como essa abre as oportunidades para serem aplicadas em relação a outras espécies. Além do mais, estamos vivendo em um tempo, que é necessario preservar o que resta da natureza, pois é tudo que existe, ao invés de levar espécies ao risco da extinção com esse tipo de medida. Coragem !!! E boa sorte!!!

Por Redação ((o))eco
18 de abril de 2006

Criatividade não combina com centralização

De Antônio Leão Guia e montanhista de Resende/RJEduardo. Com certeza nossas visões não são irreconciliáveis, pois nos preocupamos com o Parque Nacional do Itatiaia e com o bem-estar das pessoas. Você foi o primeiro, aqui neste site, a lembrar dos visitantes assíduos e também dos cidadãos de baixa renda e eu lhe agradeço por isto.Concordo que o grau de centralização do IBAMA é prejudicial e que “o gestor do parque saberá qual o ingresso de entrada adequado”. Apenas ressalto a importância de sempre escutarmos a comunidade. Os montanhistas elaboraram, numa Câmara Técnica do Conselho Consultivo do PNI, uma proposta que aumenta a arrecadação do Parque. Aguardamos, desde dezembro de 2005, uma resposta do MMA.Clique aqui para ler esta carta na íntegra.

Por Redação ((o))eco
18 de abril de 2006

Mudanças de olhar II

De Gustavo Romeiro Mainardes Pinto Eng. Agrônomo - MSc. Ecologia de AgroecossistemasAnalista Ambiental - DITEC/IBAMA/SCSobre caça, e os textos de Claudio e Suzana Padua,Caros amigos!Temos que unir forças. Fica evidente que os dois brilhantes autores têm objetivos muito próximos, senão iguais: a conservação da natureza.Concordo plenamente que não é possível a prática da caça sobre os últimos remanescentes de espécies já bastante vulneráveis, tampouco maiores aberturas para usos nas poucas UCs de proteção integral. Mas um ponto parece ficar esquecido: temos que brigar pela preservação sim dos remanescentes restantes, mas a luta maior, a mais urgente é AUMENTAR os espaços ocupados pela biota nativa. E uma das formas de tornar isso real é o manejo extensivo da fauna. A Dra. Neiva (desculpe-me, não tenho seu nome completo agora) descobriu um dos principais fatores limitantes para a arara-azul: a falta de ocos para ninhos. Com manejo simples e barato, a reprodução da espécie aumentou consideravelmente na natureza.Para as espécies com potencial para caça, produzindo alimento, já existem inúmeros estudos de manejo extensivo, onde o homem fornece condições para que a espécie aumente sua população, retirando periodicamente o excedente, o que faz com que o equilíbrio se mantenha.Alguém duvida que uma criação desse tipo é muito, mas muito menos cruel e impactante do que uma granja de frangos geneticamente turbinados movida a eletricidade, máquinas, soja e milho?Falta, urgentemente, uma legislação federal de fauna que contemple as particularidades de cada espécie, de cada região, que considere que a ciência avança, que não se limite confortavelmente à proibições puras e simples, que agraciam tão somente àqueles ambientalistas que desconhecem a realidade dos fatos.Que consigamos unir forças!

Por Redação ((o))eco
11 de abril de 2006

Mudanças de olhar

De Claudio Tulio Jorge PaduaHá milhares de anos o homem começou a criar animais domésticos e cultivar alimentos e ainda hoje a caça é legal (inclusive no Brasil) e instituída em quase todos os países do mundo, por isso não acredito que tenha ocorrido uma mudança da relação humano/natureza que decretou também a mudança de ótica do brasileiro em relação ao caçador nos últimos trinta anos. Este argumento soa muito tupinocentrista e sem nenhuma base antropológica.O que realmente parece ter acontecido foi a manipulação da massa ignorante e desinformada com apelos sentimentalóides e verdades falsas para que se pudesse estabelecer o modelo de desenvolvimento insustentável que aí está, conforme citado pela própria autora, ao se promover o avanço de fronteiras agrícolas sobre remanescentes nativos sem nenhum óbice mas com um Judas: O caçador!A caça nada mais é do que um meio de uso sustentável de um ecossistema. Como notória ambientalista a autora deve saber que a maior área conservada do planeta é, de fato, uma reserva cinegética.Tenho certeza que seu pai deve se remoer no túmulo ao ver lá do céu que o Brasil que é contra caça é o país que mais desmata no mundo.O caçador não tem nada a ver com isso mas ainda pode agir heroicamente para salvar o que resta de nossos remanescentes nativos. O caçador precisa de caça e a caça está no mato, não na soja ou na brachiária (raciocínio simples, não?).

Por Redação ((o))eco
7 de abril de 2006

Corrida ao Juruena

De Claudio Tulio Pádua Gostaria de saber quais serão as justificativas que o Sr. José Geraldo Riva, este político expoente da região colonizadora do norte matogrossense e representante do maior munícipio produtor de gado do planeta, Juara, tem a dizer sobre uma dúvida que me atormenta: Sr. José Riva, Sou engenheiro florestal e Msc em manejo ambiental pela UFLA em MG e em 2002 estive entre Sinop e Juara pelo programa SISPROF avaliando planos de manejo e planos de desmate e, portanto, fui testemunha ocular do desmate de centenas de milhares de hectares de mata para o plantio de soja e formação de pastagens em centenas de propriedades, entre elas do senhor, dos Maggi, do Rogério Ceni, entre outros. Como técnico e modesto interessado sobre ecologia e meio ambiente me pergunto em que argumento o senhor se fundamentará quando o norte de MT começar a ser acometido por tornados e o pantanal matogrossense começar a secar totalmente no inverno e sofrer enchentes regulares no verão? Não me entenda mal, não sou visionário bíblico e nem macumbeiro, mas o menor conhecimento sobre alguns aspectos ecológicos básicos poderiam previnir estas tragédias que fatalmente ocorrerão devido ao descaso do governo, em todas as suas esferas, com a área ambiental no Brasil. Aceita uma sugestão? Corrobore para estabelecer uma UC de uso indireto. Quem sabe assim até eu poderei ser seu eleitor (mas aí vai ter que ajudar a regulamentar a caça no MT também). Cordiais abraços

Por Redação ((o))eco
4 de abril de 2006

Itatiaia, entre o tudo e o nada II

De Maria Teresa de Mehr Moradora do Núcleo Colonial Itatiaya e membro da AAI (Associação dos Amigos do Itatiaia) É verdade que "o ótimo é inimigo do bom". Ótimo seria ter 30.000 hectares de parque nacional sob o controle total do Ibama a um alto custo econômico e social; bom seria ter 29.700 com o grande beneficio de dar um passo numa direção que garante a sustentabilidade ambiental: a valorização do capital humano. O mundo está vivenciando uma dupla quebra de paradigma: A premissa de que o homem é por natureza o inimigo do seu habitat e, por tanto, se deve mantê-lo o mais longe possível da natureza, é hoje uma posição tão questionável quanto a crença de que uma autoridade externa é absolutamente necessária para que os recursos naturais sejam preservados. Clique aqui para ler esta carta na íntegra e resposta do técnico do Ibama Daniel Toffoli.

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4 de abril de 2006

Itatiaia, entre o tudo e o nada

De Hamilton J. Ferraz de Mello Tendo como referência carta de Daniel Di Giorgi Toffoli, - Geógrafo e Analista Ambiental do IBAMA -, onde faz colocações técnicas sobre as categorias da WCPA e IUCN, e outras considerações, principalmente a contida no ultimo parágrafo da mesma.Ocorre que o foco, no caso em questão, não é esse. O foco é: qual o critério técnico ambiental que balizou a definição dos limites do Parque Nacional do Itatiaia. Em se tratando de preservação do meio ambiente, é necessário despirmo-nos do tecnicismo, da infalibilidade, e descermo-nos à terra dos mortais. Na terra dos mortais, sabemos que inúmeros fatores não ambientais concorrem para que um governo edite um decreto e defina uma área como parque nacional. Existe o que se pode denominar de "momento histórico", que são as convergências conjunturais, políticas e sociais, que determinam o fato.Clique aqui para ler esta carta na íntegra e resposta do técnico do Ibama Daniel Toffoli.

Por Redação ((o))eco
4 de abril de 2006

De olho no que está por vir

De Carlos Gabaglia Penna Prezado sr. EditorExcelente a entrevista "de olho no que está por vir", de Sérgio Besserman. Ele aborda um tema considerado tabu, o aumento do consumo, o qual - combinado com o crescimento populacional - funciona como a grande alavanca da degradação ambiental. Creio que faltou ao Besserman enfatizar que a ideologia do crescimento econômico é suicida, por ser fisicamente insustentável. Não há crescimento linear no mundo real e, acompanhando a expansão da economia [que considero desnecessária], a deterioração do meio ambiente também cresce de forma exponencial.Em relação às favelas do Rio, tenho sérias dúvidas quando o entrevistado afirma que o crescimento dessas comunidades não é preocupante. O que eu constato é uma expansão permanente das favelas, pelo menos na Zona Sul. Não é uma questão de "percepção", mas sim de comprovação factual. Posso listar um sem número delas onde a expansão é contínua, sem falar na criação acelerada de novas favelinhas. A doação demagógica de títulos de propriedade será um bom estímulo para a expansão dessas chagas urbanas...Cordialmente

Por Redação ((o))eco
3 de abril de 2006