O WWF-Brasil lançou semana passada (18), durante o Congresso Mundial de Parques IUCN 2014, realizado em Sidney, Austrália, a publicação “Observatório de UCs: Biodiversidade em Unidades de Conservação”, que consolida dados de 17 mil espécies de plantas, invertebrados, peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos em 417 unidades de conservação federais e estaduais e é resultado do trabalho do Observatório de UCs, plataforma digital da ONG, lançada em 2012.
Os dados reunidos neste relatório, que pode ser obtido impresso ou online, podem responder perguntas como, por exemplo, qual a Unidade de Conservação com maior registro de anfíbios. Trata-se do Parque Estadual da Serra do Mar, localizado em São Paulo, que detêm 116 espécies de anfíbios registrados.
A publicação conta com tabelas, como a apresentada abaixo, sobre números de espécies registradas, tanto por Unidade de Conservação quanto por bioma.
Mariana Napolitano, especialista em Políticas Públicas do WWF-Brasil e responsável pelo Observatório de UCs, falou a ((o))eco sobre a função desta publicação. Veja a entrevista a seguir.
((o))eco – Qual o objetivo da publicação?
Mariana Napolitano — A publicação tem como objetivo divulgar os dados de ocorrência de espécies nas unidades de conservação compilados e disponíveis no Observatório de UCs (observatório.wwf.org.br), além de discutir suas potencialidades. Quando o WWF-Brasil lançou o Observatório, percebemos que as informações sobre a biodiversidade das UCs estavam espalhadas em artigos científicos, teses, documentos técnicos, entre outros. Buscamos então nos últimos dois anos, agrupar essa informação e organizar os dados disponíveis publicamente para cada UC. Com a publicação, esperamos ampliar o uso dessas informações, contribuindo para novos estudos, análises, elaboração de pareceres técnicos e iniciativas monitoramento e gestão dessas áreas.
((o))eco – Como foram feitas as coletas dos dados?
O processo de inserção de dados e ajuste é contínuo e busca incorporar informações tão atualizadas quanto possível. Um esforço constante de atualização é executado por meio do monitoramento de revistas científicas de livre acesso que frequentemente publicam listas de espécies. Também são consultadas outras fontes, como planos de manejo, artigos científicos, teses e dissertações, publicações oficiais. Periodicamente a nomenclatura das espécies é atualizada para acompanhar as mudanças taxonômicas que têm ocorrido nos últimos anos, com base em fontes aceitas e mantidas pela comunidade científica, como o Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora) e as listas de anfíbios e répteis publicadas pela Sociedade Brasileira de Herpetologia (SBH). Além do trabalho diário da equipe de alimentação do Observatório de UCs, a contribuição de parceiros, gestores de UCs, pesquisadores e usuários independentes, tem contribuído para a ampliação da base de dados e o aprimoramento do sistema.
((o))eco – Como encontrar o livro ou acessar as informações online?
O material está disponível para download no site do WWF-Brasil e a versão impressa será distribuída para as agências responsáveis pela gestão das UCs, universidades, centros de pesquisa e organizações não-governamentais. Além disso, todos os dados mencionados na publicação podem ser facilmente acessados e baixados em planilhas de excel por meio da aba “Relatórios” do Observatório de UCs.
Saiba Mais
Observatório de UCs: Biodiversidade em Unidades de Conservação
Leia Também
Instituto Mamirauá lança publicação sobre Manejo Florestal
ONG lança publicação sobre mineração em Terras Indígenas
Livro conta resultados de ecoturismo na Mata Atlântica
Leia também
COP da Desertificação avança em financiamento, mas não consegue mecanismo contra secas
Reunião não teve acordo por arcabouço global e vinculante de medidas contra secas; participação de indígenas e financiamento bilionário a 80 países vulneráveis a secas foram aprovados →
Refinaria da Petrobras funciona há 40 dias sem licença para operação comercial
Inea diz que usina de processamento de gás natural (UPGN) no antigo Comperj ainda se encontra na fase de pré-operação, diferentemente do que anunciou a empresa →
Trilha que percorre os antigos caminhos dos Incas une história, conservação e arqueologia
Com 30 mil km que ligam seis países, a grande Rota dos Incas, ou Qapac Ñan, rememora um passado que ainda está presente na paisagem e cultura local →