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Ambientalista que denunciava madeireiras ilegais é assassinado no Maranhão

Raimundo Rodrigues era conselheiro da Reserva Biológica do Gurupi desde 2012 e sofreu uma emboscada quando estava chegando em casa.

Daniele Bragança ·
26 de agosto de 2015 · 9 anos atrás
Exploração de madeira no interior da reserva. Desmatamento ilegal está acabando com o que sobrou da floresta amazônica no Maranhão. Foto: Nelson Feitosa/Ascom Ibama/PA.
Exploração de madeira no interior da reserva. Desmatamento ilegal está acabando com o que sobrou da floresta amazônica no Maranhão. Foto: Nelson Feitosa/Ascom Ibama/PA.

Esta semana, mais uma pessoa dedicada a proteger a floresta foi assassinada no país. Raimundo Santos Rodrigues era conselheiro da Reserva Biológica do Gurupi, no Maranhão, e foi morto a tiros quando chegava em casa na tarde desta terça-feira (26). Raimundo sofria ameaças de morte por denunciar madeireiras ilegais que atuam na região.

Maria da Conceição Chaves Lima, esposa de Raimundo, também estava presente na hora da emboscada e foi baleada, mas sobreviveu e está internada no Hospital Municipal de Imperatriz.

Nesta quarta (26), a Polícia Federal afirmou que vai pedir autorização do Ministério da Justiça para investigar o assassinato, já que ele ocorreu dentro da Reserva Biológica, área federal administrada pelo Instituto Chico Mendes (ICMBio).

A Reserva Biológica do Gurupi protege parte do último remanescente de Amazônia no Maranhão, mas a riqueza da floresta está ameaçada pela ação de madeireiros ilegais. Em novembro de 2013, ((o))eco publicou uma reportagem de Karina Kiotto sobre a situação vulnerável da Reserva, que tem 271.197 hectares.

Mortes de ambientalistas

O assassinato de Raimundo, que deixa 6 filhos, não é um caso isolado. Uma das consequências do avanço do desmatamento e grilagem em terras públicas e áreas protegidas é a violência perpetrada pela ação de pistoleiros.

Desde 2002, a ONG Global Witness acompanha casos de assassinatos de ambientalistas no mundo. O Brasil lidera este ranking. De acordo com a organização, entre 2002 e 2013 foram assassinados 448 defensores do meio ambiente no Brasil. A ONG documentou 908 casos em 35 países.

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  • Daniele Bragança

    Repórter e editora do site ((o))eco, especializada na cobertura de legislação e política ambiental.

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Comentários 5

  1. Cassiamo diz:

    Quando vamos ver esses madeireiros na cadeia, como criminosos que são??? Até quando vamos aceitar a impunidade neste país??? Por que nossa legislação só penaliza aqueles que são honestos, corretos??? Enquanto isso, vemos esses criminosos nojentos destruírem nossas florestas, patrimônio de todos nós, lucrando sem limites!!! Destroem nossas florestas, matam nossos animais e, por fim, matam aqueles que os denunciam! Assassinos, cadeia é muito pouco pra vocês!


  2. George diz:

    Podem nos matar, mas não vão nunca nos calar!


  3. Heverson diz:

    É uma vergonha para nosso País. Venho trabalhando na causa a 5 anos e só levando pedrada.


  4. Andreia diz:

    E o ICMBio? Nunca vi nada na mídia a respeito. O pessoal consegue trabalhar por lá?


  5. ... diz:

    É uma pena, perdemos uma das poucas pessoas que realmente vivia o que acreditava.
    Infelizmente mais um caso que não será resolvido.
    Não credito que os policiais realmente não saibam quem fez isso, a verdade é que estão vendidos para o medo e para o dinheiro