Rio que banha Cuiabá já não é mais fonte de fartura. Uma visita à Feira do Porto mostra que, para se almentar com pescado, a capital mato-grossense pesca cada vez mais longe. →
A Câmara dos Deputados foi palco na quarta feira (29/10) da semana passada de uma barbaridade das grandes. O pior é que ela foi cometida sem muito alarde. Sabe o Parque Nacional da Serra da Canastra, em Minas Gerais, que abriga nada menos que a nascente do rio São Francisco e é habitat de espécies ameaçadas de extinção, entre elas o Lobo Guará? Pois bem. Ele esté bem perto de perder 48 mil hectares de sua área, graças à aprovação na Comissão do Meio Ambiente dos Projetos de Lei 1.517/2007 e 1.448/2007, que cortam os limites do parque e tornam parte da unidade de proteção integral em área de proteção ambiental (APA). A decisão foi um claro alinhamento dos deputados com o setor de mineração de quartzito na região, que vai se beneficiar da diminuição do parque. O deputado Carlos Melles, do DEM-MG, coordenou a proposta com diversos petistas da região e conseguiu o apoio do deputado Fernando Gabeira (PV_RJ) na empreitada. Como relator, Gabeira deu parecer favorável à diminuição do parque. Agora o projeto segue para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e, se aprovada, diretamente para o Senado. →
E não foi só a turma da Comissão do Meio Ambiente que resolveu fechar com as mineradoras que extraem quartzito na Serra da Canastra. Quem acompanhou a votação na Comissão de Meio Ambiente sabe que a orientação para a base aliada do governo partiu da Casa Civil da Presidência da República. A ordem era votar pela diminuição do parque. O resultado ocorreu uma semana depois que o Ibama e o Instituto Chico Mendes resolveram que todas as mineradoras da região deveriam ser fechadas, uma vez que elas estavam desrespeitando o Termo de Ajuste de Conduta assinado no ano passado entre o ICMBio e as mineradoras. O documento prevê um plano de redução gradual da produção nos limites do parque. →
Divulgar listas com animais e plantas ameaçadas é bem semelhante à publicação de taxas de desmatamento na Amazônia: até muda o ritmo, mas a natureza sempre perde. O governo divulgou hoje mais um Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção. São 627 animais nativos que podem desaparecer nos próximos anos, devorados pelas queimadas, desmate, avanço desregrado da agropecuária, tráfico e outras ações humanas. A edição anterior tinha 217 espécies. A maioria das novas ameaçadas está na Mata Atlântica e no Cerrado. →
Nesta quinta (6), a ONG Preserve Amazônia promoverá um debate sobre causas e prevenção do desmatamento em larga escala na maior floresta tropical do planeta. Na ocasião, o presidente da entidade, Marcos Mariani, debate com Phillip Fearnside, cientista do Instituto de Pesquisas da Amazônia (Inpa) acerca do impacto causado pelas rodovias planejadas no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) sobre a biodiversidade da região. Além disso, um manifesto público favorável à decisão do ministro Carlos Minc, de suspender por 60 dias a licença de pavimentação da BR-319 (Manaus - Porto Velho), também é esperado. O encontro está marcado para às 17h30min, no Centro Cultural dos Correios, no Rio de Janeiro. →
Tradicionalmente dedicadas a florestas de outras partes do mundo, universidades ampliam esforço para entender matas da América do Sul. Conheça um pouco das pesquisas em curso. →
Capital do Amazonas é abastecida com carvão de assentamento. Problema se arrasta há mais de uma década, sem qualquer medida por parte de órgãos estaduais e federais. →
Permanece crítica a situação no Parque Nacional da Chapada Diamantina, no interior da Bahia. Duas semanas após o início dos incêndios, quatro grandes focos de calor ainda atingem o interior e o entorno imediato da unidade de conservação. Sem contar os menores, que ocorrem simultaneamente e não foram combatidos. Até agora, a estimativa é que as chamas tenham atingido cerca de 20 mil hectares de floresta nativa, incluindo porções de Cerrado. Dois aviões e um helicóptero do governo estadual ajudam as brigadas e o Corpo de Bombeiros no combate ao fogo. Para piorar o quadro, os veículos dos quais o parque dispõe estão avariados. Não há previsão de chuva para os próximos dez dias. Veja, ao lado, um mapa dos incêndios. →
A Associação Nacional dos Fiscais Federais do Meio Ambiente (Anfeema) divulgou hoje que seus filiados farão uma paralisação de 24 horas amanhã em protesto contra a morosidade no processo de criação de um cargo para fiscais no Ibama e agora também no Instituto Chico Mendes. O assunto vem sendo discutido no instituto federal desde 2002. Hoje, técnicos e analistas ambientais atuam como fiscais depois que realizam um curso básico de formação e têm seu nome incluído numa portaria. Esta é apenas uma das reivindicações dos servidores para reestruturação da carreira de especialista em meio ambiente. →
Os fiscais cobram de Carlos Minc o cumprimento da promessa que o ministro do Meio Ambiente fez em setembro durante uma coletiva de imprensa, quando disse que 1.480 servidores com portaria de fiscalização migrarão do Ibama para uma Força Federal de Combate aos Crimes Ambientais. Na pauta de reivindicações, além de melhoria na formação dos fiscais e nas condições de trabalho, exigem ainda que sejam abertas mais três mil vagas no Ibama e no Instituto Chico Mendes para que o quadro seja suficiente para atender a demanda dos ilícitos ambientais pelo país. →
