Salada Verde
12 de janeiro de 2009

Fogos na Canastra

O sistema oficial de alerta para queimadas aponta hoje alguns focos de calor dentro e no entorno do Parque Nacional da Serra da Canastra (MG), como mostra a imagem acima (pontinhos coloridos). Segundo o chefe da área protegida, Joaquim Maia Neto, tratam-se de fazendeiros queimando pastagens em áreas não-regularizadas. Não haverá combate aos incêndios, mas sim fiscalização e autuação, prometidas para esta terça (13). Dos quatro focos dentro da unidade de conservação, um está no Vale da babilônia e outros três na Serra de São João Batista do Glória. Focos externos, no entorno e na área de amortecimento do parque serão avaliados pelo batalhão ambiental da Polícia Militar. Criado em 1972, o Parque Nacional da Serra da Canastra tem 130 mil (66%) de seus 200 mil hectares ainda não-regularizados. Além do fogo, a área sofre com tentativas de políticos para encolher suas dimensões (veja abaixo). Desafios para o Instituto Chico Mendes. Leia mais sobre o parque Canastra, seu tempo está no fimOmissão na CanastraProvidências sobre a CanastraCanastra a um passo do recorte

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Google polui tanto quanto Laos

Se você é um usuário do Google e anda preocupado com o meio ambiente, saiba que, para cada busca feita, são geradas 7 gramas de dióxido de carbono. O número faz parte de um estudo do físico americano Alex Wissner-Gross, que realizou pesquisas sobre o impacto ambiental do uso do programa de buscas. Segundo ele, tais emissões derivam da eletricidade consumida pelo terminal de computador e pela energia usada nos grandes centros de dados operados pelo Google em todo o mundo. Considerando todas as buscas feitas no site, o Google emite, diariamente, 3,5 mil toneladas de CO2, ou 1,28 milhões de toneladas por ano. A cifra é igual a das emissões do Laos, o 151º país mais poluente do mundo.

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Internet versus aéreas

Outros dados de Wissner-Gross mostram que, para cada segundo conectado à Internet, geramos 0,02 grama de CO2. Isoladamente, o número pode não parecer muito, mas a cada dia são feitas cerca de 200 milhões de buscas na rede. O setor global de tecnologia da informação gera tantos gases de efeito estufa quanto todas as companhias aéreas juntas. As informações são do blog EthicalLiving, do periódico britânico The Guardian.

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Bandeira vermelha para litoral paulista

Preocupados com a frequência com que bandeiras vermelhas têm sido colocadas em praias paulistas – aquelas que indicam se a água está ou não imprópria para banho -, os prefeitos das cidades da Baixada Santista e litoral sul reuniram-se, na última quinta (8), para tentar achar uma saída. A solução encontrada foi mapear as fontes de poluição e propor alternativas de controle à Secretaria de Meio Ambiente do Estado, que deve ajudar na limpeza das praias. No último sábado (10), 34 das 136 praias de São Paulo estavam impróprias, a maioria no litoral sul e Baixada. As sete praias de Santos não apresentavam condições de balneabilidade.

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Áreas de proteção desprotegidas

E por falar em litoral paulista, termina em uma semana o prazo de convocação da Fundação Florestal para que membros da sociedade civil se habilitem ao processo de formação dos Conselhos Gestores das Áreas de Proteção Ambiental (APAs) Marinhas, criadas em outubro passado. Tal processo, que deveria ser democrático e imparcial, pode ter resultados negativos ao meio ambiente, segundo o oceanógrafo Fabrício Gandini, diretor do Instituto Maramar, de Santos. Isso porque ele já começou torto. No litoral-centro, por exemplo, foram realizadas apenas duas reuniões prévias à abertura do edital, número insuficiente para o esclarecimento das populações que dependem dos recursos do mar para sobreviver e deveriam estar representadas no conselho, como comunidades pesqueiras. Um conselho despreocupado com a conservação já tem se delineado, segundo o oceanógrafo.

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Prazo apertado

Além do processo de formação nada imparcial, o prazo para convocação dos representantes – entre 24 de dezembro e 19 de janeiro - também tem sido criticado. Considerando os recessos e feriados de final de ano, o prazo se resume a apenas 10 dias, tempo insuficiente para articulação das comunidades, argumenta Gandini.

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Sem chuva, São Paulo vira deserto

A edição desta segunda (12) do jornal Valor Econômico traz uma entrevista com Antônio Nobre, do Instituto Estadual de Pesquisas Espaciais (Inpe). Morador da Amazônia durante duas décadas, ele faz um retrato primoroso da região, a partir de detalhes que mostram a verdadeira importância do bioma para o planeta. Segundo ele, cerca de 20 bilhões de toneladas de água são evaporadas pela floresta todos os dias, superior ao volume descarregado pelo maior rio do mundo (o Amazonas) no Atlântico. Isso significa, em outras palavras, que se o desmatamento da principal mata tropical do planeta continuar, São Paulo deve virar um deserto em um prazo não muito longo e a agricultura será seriamente comprometida no país. "Não é para parar com o desmatamento da Amazônia em 2015. Era para parar ontem. Tem que ser zero, nenhuma árvore mais derrubada. Precisamos replantar a floresta", disse.

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Mar aquece e reduz sequestro de carbono

Um alerta feito pelos cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia de Pohang promete esquentar a cabeça de ambientalistas em todo o planeta: repentinamente, o Mar do Japão entrou em colapso e passou a absorver quantidades muito menores de carbono da atmosfera do que o normal. Geralmente, os oceanos “sequestram” cerca de onze bilhões de toneladas de CO2 por ano, o equivalente a um quarto das emissões humanas. O aumento na temperatura das águas, no entanto, interrompe um processo conhecido como “ventilação”, termo que explica o processo natural de flutuação das marés na captação de gases do efeito estufa. Sem ele, o aquecimento global tem um obstáculo a menos. A notícia é do The Guardian.

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12 de janeiro de 2009
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12 de janeiro de 2009

Tudo pela licença ambiental

Nesta segunda (12), o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, inaugurou o Instituto Estadual do Ambiente (Inea), como O Eco antecipou. Durante a cerimônia, foram unificados os antigos três órgãos que cuidavam da natureza no estado (Serla, Feema e IEF). Ficou clara a motivação do governo: reduzir a burocracia e agilizar o licenciamento. De acordo com Cabral, as pequenas concessões serão liberadas em três meses, as médias, em seis, e as grandes, em até um ano. Mas, como o político fez questão de afirmar, tudo isso acontecerá “sem perder o rigor técnico”. Mera semelhança com o discurso de Carlos Minc. Só o tempo dirá se é verdade. Vale lembrar que o governo comprou um prédio novinho em folha na Praça Mauá, no Centro da cidade, para abrigar o instituto e a Secretaria que o coordena.

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12 de janeiro de 2009