O nome do político e ambientalista Alfredo Sirkis (1950-2020) pode ser acrescentado ao Parque Nacional da Tijuca. É o que pretende o Projeto de Lei nº 3750/2000, aprovado nesta terça-feira (03) na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados. Pela proposta, a Unidade de Conservação terá o nome do ambientalista acrescentado ao nome oficial, que passaria a se chamar, em extenso, Parque Nacional da Tijuca Alfredo Sirkis.
Sirkis foi um dos mais importantes ambientalistas de sua geração. Um dos pioneiros do ambientalismo no Brasil, Sirkis foi um dos fundadores do Partido Verde em 1986. Pelo partido foi de tudo um pouco: vereador, secretário municipal de Meio Ambiente no Rio de Janeiro, deputado estadual/federal e coordenador da primeira campanha presidencial de Marina Silva, em 2010. Entre 2017 e 2019, coordenou o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas. Até sua morte, ocorrida em julho do ano passado, ele presidia o Centro Brasil do Clima.
“O projeto de lei em epígrafe, de autoria do ilustre Deputado Luiz Antônio Corrêa, pretende prestar uma justa e oportuna homenagem ao ex-deputado federal e militante da causa ecológica em nosso país, Alfredo Sirkis, que faleceu no ano passado, vítima de um acidente automobilístico”, escreveu o deputado Chico D’Angelo (PDT-RJ), relator do projeto na Comissão de Cultura.
O projeto segue agora para apreciação da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), onde tramita de forma conclusiva, ou seja, sem precisar passar pelo plenário da Câmara. Se for aprovado no CCJ, a proposta seguirá para o Senado.
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Lamentável. Em que pese a história valorosa de Sirkis em defesa da conservação da natureza é um absurdo associar nomes “particulares” a estruturas púbicas. Bem público deveria ser neutro. Já chega de Getúlios Vargas, Sarneys, Chicos Mendes ou quaisquer outros. Já temos a maior biodiversidade do mundo e seus nomes para atribuir a tudo o que precisar em meio ambiente.
Tirando raríssimas exceções, acho que um parque nacional jamais deveria apresentar nome de qualquer pessoa, ainda mais um parque tão conhecido e popular como este. Tal projeto de lei revela bem o pouco entendimento que a maioria dos políticos ( entre muitos outras pessoas) tem desses lugares, comparados nesse projeto com ruas e outros logradouros . Não , o Parque Nacional da Tijuca não é uma rua para levar o nome de alguém que alguém considere ilustre. Essa lei além de inútil, não vai ajudar em nada o parque, nem a conservação da natureza no Brasil
Em que pese a história e importante contribuição do Sirkis, sou totalmente contra usar as UCs para esse tipo de homenagem. Acredito que até ele próprio seria contra. Pessoas passam e suas histórias têm valores diferentes para pessoas diferentes. Lugares/topônimos e atributos naturais são duráveis, neutros. São fáceis de associar à UC, na lembrança e na necessária propaganda para conservação/visitação.
Com todo o respeito ao Sirkis, sou contra. Parques não devem ter nome de gente, a própria lei já tentou evitar isso. As razões são óbvias. Hoje se homenageia um, amanhã outro, e o nome da Unidade fica ao sabor dos políticos da época. Lamento pela iniciativa!
Sirkis merece todas as homenagens. Mas querer mudar o nome de um parque tão icônico e antigo como o Nacional da Tijuca, além de impertinente, parece ser mais politicagem do que uma honraria ao ambientalista. Virou uma espécie de modismo entre políticos querer mudar o nome de unidades de conservação para homenagear figuras ilustres contemporâneas. Se continuar assim, é possível que nos próximos anos ou décadas muitas outras UCs tenham seus nomes históricos e consagrados alterados ou acrescidos pelos de outrem. Despropósito.