A mais nova polêmica na Chapada dos Veadeiros, no nordeste de Goiás, é uma autorização da Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) para cultivo de soja numa faixa de supostos 3,5 km arrendada e hoje ocupada por pastos, às margens da rodovia GO-239.
Moradores temem que o uso de agrotóxicos e o possível desmate prejudiquem a paisagem e a conservação do Cerrado regional, conta o Jornal Opção, de Goiânia (GO). O local abriga nascentes do Córrego da Cuia, que deságua no Rio Preto. Tais águas servem a propriedades rurais e ao turismo.
A parcela alvo da soja também está dentro da Área de Proteção Ambiental (APA) do Pouso Alto. Mas, conforme nota da Semad, o plano de manejo da unidade de conservação estadual não bloqueia o uso de áreas já antropizadas para agricultura e permite o corte de “árvores isoladas”.
Ainda conforme o órgão ambiental, na licença para soja foram exigidas “técnicas de manejo e conservação do solo e da água” e foi “vedada a utilização de agrotóxicos classe I (considerados altamente perigosos) na área”.
Todavia, fontes ouvidas por ((o))eco lembram que licenças de menor porte são concedidas online pela Semad, sem vistorias de campo, e alegam que a autorização para a soja não poderia ter ocorrido antes da revisão do Plano de Manejo da APA do Pouso Alto.
O debate está em curso e envolve justamente pontos como a conversão de pastos em lavouras e o uso de agrotóxicos na Chapada dos Veadeiros.
Quanto à ocupação geral do Cerrado, um trabalho recém publicado na revista Sustainability aponta que o fluxo de água em rios do bioma encolhe desde 1985, sobretudo por desmatamento e mudanças climáticas provocados pelo avanço da agropecuária. Foram analisadas 81 bacias hidrográficas.
“Isso causará uma descontinuidade severa no fluxo de muitos rios e afetará fortemente a agricultura, produção de energia elétrica, biodiversidade e abastecimento de água, especialmente durante as estações secas”, alerta o estudo.
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Vulcão do Mendanha foi descoberto por Alberto Ribeiro Lamengo no ano de 1935. O vulcão que é também chamado de “Vulcão ou Chaminé do Lamengo” em homenagem ao seu descobridor, foi estudado pelo arqueologista Carlos Manes Bandeira 3 decádas depois. Segundo Manes Bandeira, este deu parecer que existe a cratera do Vulcão do Mendanha na cabeceira do Rio Guandu-Sapê.
O topo da cratera do “vulcão pode ser visto à distância por quem passa pela Av. Brasil ou pela Estrada do Mendanha. Segundo os estudos, tem aproximadamente 300 metros de altura e 400 metros de diâmetro, e nos dias de hoje a cratera está totalmente coberta de matas.