O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, no domingo (10), a presidência simbólica do G20, durante o encerramento da 18ª Cúpula de Líderes do bloco, realizada em Nova Délhi, Índia, durante o final de semana.
Em sua fala, a proteção ao meio ambiente teve destaque. Lula abriu seu discurso citando a tragédia climática que o Rio Grande do Sul tem vivenciado e disse que a natureza precisa ser cuidada com “muito mais carinho”.
“Gostaria de dizer às autoridades aqui presentes que a natureza continua dando demonstração de que precisamos cuidar dela com muito mais carinho. Esta semana, três dias atrás, no meu Brasil, um ciclone, no estado do Rio Grande do Sul, que nunca havia tido ciclone, matou 46 pessoas, quase 50 pessoas desaparecidas. Isso nos chama a atenção porque fenômenos como esse têm acontecido nos mais diferentes lugares do nosso planeta”, disse Lula, em seu discurso.
Segundo Lula, a presidência brasileira à frente do bloco terá como lema a construção de um mundo justo e um planeta sustentável.
“Se quisermos fazer a diferença, temos que colocar as ambições do G20 em três prioridades: a inclusão social e o combate à fome, a transição energética e o desenvolvimento sustentável […]. Todas essas prioridades estão contidas no lema da presidência brasileira,que diz: ‘Construindo um mundo justo e um planeta sustentável’”, declarou o presidente brasileiro.
Lula ainda anunciou que o Brasil à frente do G20 vai criar duas forças tarefas: a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza e a Mobilização Global contra a Mudança do Clima.
“Precisamos redobrar os esforços para acabar com a fome no mundo até 2030, além de agir para combater a mudança do clima, com vontade política, determinação dos governantes e recursos e transferência de tecnologia”, disse.
A presidência brasileira começa oficialmente no dia 1º de dezembro, mas a reunião da cúpula, na prática, já encerra a liderança indiana. O mandato brasileiro é de 12 meses, portanto, até 30 de novembro de 2024.
Leia também
Pacto Global da ONU lança série de vídeos sobre mudanças climáticas no YouTube
Objetivo é combater a desinformação sobre ciência do clima, água, oceanos, biodiversidade e outros. Série terá 17 vídeos de até 5 minutos →
G20 investiu 1,4 trilhão de dólares em combustíveis fósseis em 2022
Se países mais ricos do mundo taxassem corretamente o setor de carvão, petróleo e gás, ao invés de investir nele, retorno seria dobrado, diz estudo →
Desastres climáticos mais frequentes e mortíferos: o que o RS ensina para o país
Gestores públicos e população precisam desenvolver cultura de prevenção, assim como acontece na costa leste do EUA, diz especialista →