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Newsletter O Eco+ | Edição #193, Abril/2024

Vida marinha no Atlântico, a flora na música brasileira e o mangue da Baía de Guanabara

Newsletter O Eco+ | Edição #193, Abril/2024

21 de abril de 2024

Um time de pesquisadores atualizou a distribuição e diversidade biológica da vida marinha na faixa ocidental do Oceano Atlântico. O estudo, publicado na revista Journal of Biogeography, pode melhorar políticas, ações e o cumprimento de metas de conservação, no Brasil e demais países. A reportagem de Aldem Bourscheit aponta que o trabalho levantou vida marinha em até 200 metros de profundidade, ao contrário de avaliações anteriores que não a distinguiam da encontrada até abismos oceânicos. As conclusões dos 21 pesquisadores que assinam o trabalho vieram após cruzar mais de 4 milhões de registros de bases públicas e próprias sobre biodiversidade. “Há espécies exclusivas em cada grande região e espécies comuns a mais de uma delas”, conta Ubirajara Oliveira, líder da investigação e pós-doutor em Modelagem do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG.

Araçás, jacarandás, açaís e cajus marcaram composições desde o século passado, quando a letra da canção tinha ressonância maior e ecoava o cotidiano e as memórias de artistas e letristas vindos não só de grandes cidades mas, sobretudo, de regiões rurais. Na reportagem de Matheus Lopes Quirino, vemos como a natureza inspirou letristas e intérpretes através do novo lançamento de Ricardo Viani (IPEF): ‘As árvores e a música brasileira’. A flora local é um ponto de reflexão de Viani, que mostra como diferentes gêneros da música popular brasileira exploraram particularidades de diferentes biomas. “Há canções falando de árvores em praticamente todos os gêneros musicais. No entanto, é notável o predomínio de alguns gêneros nessa lista, seja porque sua origem tem uma maior conexão com a natureza ou porque estão no ambiente rural, no qual árvores estão mais próximas física e culturalmente das pessoas.”, escreve o professor.

Na Baía de Guanabara, a área dos manguezais em bom estado de conservação na Área de Proteção Ambiental (APA) de Guapi-Mirim cresceu 33% entre 1984 e 2020. Os dados foram levantados por Maurício Barbosa Muniz durante sua pesquisa para o mestrado profissional da Escola Nacional de Botânica Tropical (EBNT) do Jardim Botânico do Rio de Janeiro (JBRJ). Administradas pelo ICMBio, a APA e a Estação Ecológica (Esec) da Guanabara abrigam a maior extensão contínua de manguezais do estado do Rio de Janeiro, conforme destacado na reportagem de José Alberto Gonçalves Pereira. Essas áreas tão importantes podem estar sob ameaça, conforme noticiou ((o))eco na reportagem “Impasse ambiental e fundiário pode travar licença de operação de unidade de gás da Petrobras no RJ”.

Boa leitura!

Redação ((o))eco

· Destaques ·

A nova distribuição da vida marinha no Atlântico ocidental

Estudo de porte inédito pode melhorar políticas e ações para conservar a biodiversidade, inclusive na foz do Rio Amazonas

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‘As árvores e a música brasileira’ mostra como a canção popular foi impactada pela flora 

Novo livro de Ricardo Viani é uma enciclopédia viva que vai do pop ao erudito para mostrar como a natureza inspirou letristas e intérpretes

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Proteção assegurada por unidades de conservação favoreceu regeneração natural; Atividades do Gaslub (antigo Comperj) ameaçam APA e Esec Guanabara

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· Conservação no Mundo ·

Transformando o solo. A agrossilvicultura é a prática de combinar espécies florestais (árvores ou outras espécies perenes lenhosas) com culturas agrícolas e/ou pecuária, com o objetivo melhorar o aproveitamento dos recursos naturais e a produção de alimentos. A técnica vem ganhando espaço na Índia, através de incentivos para pequenos agricultores. “O ciclone Gaja quase destruiu todos os coqueiros e tornou os solos salinos; não sabíamos o que plantar depois”, disse Chitra, um agricultor de médio porte no distrito de Pudukkottai, em Tamil Nadu. “Juntamos nosso dinheiro e começamos a plantar jaca e manga. Já se passaram seis anos e estamos vendo bons lucros.” [TheHindu]


O resgate do peixe-serra. Nos Estados Unidos, um grande peixe-serra foi resgatado por autoridades da vida selvagem em Florida Keys, onde mais de três dúzias de peixes ameaçados de extinção morreram nos últimos meses. O resgate sem precedentes de um animal como este faz parte de uma “resposta de emergência” liderada pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional para lidar com uma mortalidade sem precedentes de peixes-serra, uma espécie relacionada a tubarões e raias que viveu praticamente inalterada por milhões de anos. A espécie já foi encontrada ao longo de todo o Golfo do México e na costa sul do Atlântico nos EUA, mas agora está confinada principalmente ao sudoeste da Flórida e à cadeia de ilhas Keys, à medida que seus habitats diminuem. [Huffpost]

· Dicas Culturais ·

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Pantanal em notícias | Márcia Glória Rodriguez Domingues

O repórter chega ao Pantanal para mostrar ao mundo a riqueza desse lugar. Logo atrai a atenção de todos os bichos, que querem dar sua contribuição e sair na foto. Todos saem, fazendo pose: a jibóia, o tamanduá, o tatu, a capivara, a arara…

Editora do Brasil 

• Pra ouvir •

Quando começa o futuro? | A Terra é redonda (mesmo)

As decisões sobre transição para um futuro livre dos combustíveis fósseis já estão sendo tomadas. A questão é encontrar alternativas que gerem energia para todo mundo, levando em consideração a emergência climática. Convidados: Alyne Costa, doutora em filosofia e professora de filosofia ambiental da PUC-Rio; Natalie Unterstell, especialista em políticas públicas ambientais e presidente do Instituto Talanoa; André Araújo, executivo da indústria de óleo e gás, ex-presidente da Shell; Roberto Kishinami, coordenador sênior no Instituto Clima e Sociedade; Emilio La Rovere, engenheiro eletricista e economista especializado em energia, pesquisador da UFRJ; Suzana Kahn Ribeiro,engenheira de transportes e pesquisadora da UFRJ.

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Extrapolations | Scott Z. Burns

“Extrapolations” é um drama emocionante que nos mostra um futuro próximo em que os efeitos caóticos da mudança climática se tornaram parte do nosso cotidiano. Oito histórias sobre amor, trabalho, fé e família se cruzam pelo mundo explorando as escolhas íntimas e determinantes que precisam ser feitas quando o planeta muda mais rápido que a população. Cada história é diferente, mas a luta pelo nosso futuro é universal. E, quando o destino da humanidade corre contra o tempo, a batalha entre a coragem e a complacência nunca foi tão urgente. Somos corajosos o suficiente para sermos a solução da nossa própria destruição antes que seja tarde demais?

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