Cali (Colômbia) – Maior rede de organismos vivos do planeta, os fungos tentam um lugar ao sol nas decisões na 16a Conferência dos Países (COP) ligados à Convenção da Diversidade Biológica (CDB) das Nações Unidas. As espécies incluem de leveduras a bolores e cogumelos.
Organizações civis e científicas atuando no Brasil e outros países globais esperam que a necessária conservação dos fungos seja explicitada no documento final da Conferência, que deve acaba hoje (1o). O apelo não deve ser atendido.
Metas fixadas há 2 anos em Montreal (COP15) pedem a proteção geral de ao menos ⅓ das terras, águas doce e oceânicas e áreas costeiras, até 2030. Assim, cada nação pode mais proteger os fungos em seus planos de conservação. Até agora, 157 dos 196 países ligados à CDB não os entregaram, incluindo o Brasil.
Há outros movimentos, como um acordo fechado entre Chile e Reino Unido que demanda justamente mais peso para os fungos em acordos internacionais. Ao movimento se somaram Colômbia, Costa Rica, Equador, Espanha, Itália, Guinea, México, Peru, Benin e Camboja.
Como ((o))eco mostrou no especial A Vida Secreta dos Fungos, esses seres são um peso-pesado para manter a biodiversidade e o equilíbrio climático mundiais, reciclar nutrientes, preservar a qualidade dos solos – inclusive agrícolas – e fornecer insumos à indústria farmacêutica e de cosméticos.
Menos de 160 mil (4%) das estimadas até 3,8 milhões de espécies de fungos já foram registradas cientificamente. Nove em cada dez das regiões globais mais importantes para conservar fungos estão desprotegidas, alertaram entidades civis e cientistas, na COP16.
O repórter viajou a convite do IPAM.
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