O Eco+ | Edição #251 | julho/2025
13 de julho de 2025
A comoção digital em torno de uma jaguatirica mantida ilegalmente por uma influenciadora expõe como as redes sociais banalizam crimes ambientais, distorcem o debate público e impulsionam a posse ilegal de animais silvestres. O repórter Aldem Bourscheit explica como o Ibama vem atuando na reabilitação do felino e como campanhas online têm pressionado por decisões que contrariam a defesa da conservação da fauna.
Enquanto secas se intensificam e grandes rios perdem vazão, o Cerrado segue sendo destruído por monoculturas e pelo uso abusivo da água. Mesmo com impactos visíveis na biodiversidade, nos ciclos hídricos e na produção agrícola, a legislação frágil e a pressão do agronegócio mantêm o desmatamento acelerado, conta o repórter especial Aldem Bourscheit. Especialistas alertam que sem frear essa devastação e investir em restauração ecológica, o Brasil poderá comprometer sua segurança hídrica, alimentar e climática.
Plano de logística ignora floresta e comunidades, alerta André Ferreira, diretor do Instituto de Energia e Meio Ambiente (Iema). Em entrevista ao ((o))eco, Ferreira critica as lacunas ambientais e sociais do Plano Nacional de Logística 2025-2050. Segundo ele, a priorização do escoamento de commodities ameaça transformar a Amazônia em um corredor de exportação, enquanto ignora os impactos sobre áreas protegidas e a invisibilidade de cadeias produtivas sustentáveis, como a do açaí. Ferreira defende que emissões e trechos em áreas sensíveis sejam contabilizados desde o planejamento, e não apenas na etapa de licenciamento.
Boa leitura!
Redação ((o))eco
· Destaques ·
Influência tóxica: como as redes sociais impulsionam a posse ilegal de silvestres
O Cerrado está secando, mas desmate e soja seguem desenfreados
Emissões e trechos de transportes em áreas protegidas devem constar em plano de logística
· Conservação no Mundo ·
Efeito Trump. Um pequeno ataque de um esquilo a um turista no Parque Nacional de Yosemite incentiva uma repórter a escrever sobre o atual abandono de um dos parques mais famosos dos EUA. [SFGATE]
O retorno. O coral-solitário-de-Wellington (Rhizopsammia wellingtoni), uma espécie considerada extinta há mais de duas décadas, foi redescoberto em 2024 próximo à enseada de Tagus, nas Ilhas Galápagos, no Equador. Segundo os pesquisadores, além da redescoberta, os corais estavam saudáveis e se reproduzindo. “Foi um dos momentos subaquáticos mais emocionantes da minha carreira”, contou Terry Gosliner, curador sênior da Academia de Ciências da Califórnia e coautor do estudo [Mongabay].
· Dicas Culturais ·
• Para ler •
O Antropoceno e o pensamento econômico | José Eli da Veiga
A obra parte das contribuições dos primeiros pensadores que analisaram os limites do crescimento econômico em relação ao meio ambiente, ainda nos anos 1950 e 1960, como Kenneth Boulding, Nicholas Georgescu-Roegen e Herman Daly, passando pela crescente institucionalização dos estudos da área nas décadas seguintes, como vemos nos relatórios Limits to Growth (Clube de Roma, 1972) e Our Common Future (ONU, 1987). [Amazon]
• Para assistir •
‘YÕG ÃTAK: MEU PAI, KAIOWÁ’ | Dirigido por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero, Luisa Lanna
O filme conta a busca de Sueli Maxakali e Maísa Maxakali pelo pai, Luis Kaiowá, de quem foram separadas durante a ditadura militar no Brasil e acompanha a jornada da cineasta para reencontrar o pai, bem como as lutas enfrentadas pelos povos indígenas Tikmũ’ũn e Kaiowá em defesa de seus territórios e modos de vida. [Trailer]
• Para ouvir •
Entrando no Clima #48 – A necessária sinergia entre as COPs em debate
Neste episódio, entrevistamos Bráulio Dias, Diretor de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima. No bate papo, ele conta detalhes sobre como o governo brasileiro está lidando com a proposta de criar planos de ações conjuntos entre as Conferências do Clima, Biodiversidade e Desertificação. [Spotify]






