As 972 conchas apreendidas há poucos dias no Aeroporto Internacional de Fortaleza (CE) foram doadas para pesquisas e formação de profissionais nas áreas ambiental e biológica numa instituição federal de ensino. Todo o material seguiria para a capital italiana, Roma, informaram Ibama e Receita Federal.
Com mais de 40 diferentes espécies – incluindo ameaçadas de extinção –, a carga não tinha a comprovação de origem exigida para comercialização e exportação legalizadas. Isso gerou uma autuação de R$ 259 mil à empresa responsável pela remessa, cujo nome não foi divulgado pelos órgãos públicos.
Conforme apurado por ((o))eco, em países da União Europeia as conchas tropicais servem sobretudo para joalheria e artesanato, como à gravação de camafeus (figuras em relevo), uma tradição em regiões como a de Torre del Greco, na italiana Nápoles.
Confiscos de animais ou plantas rumo àquele país não parecem frequentes no Brasil. Ao menos um outro caso ocorreu em junho de 2022, quando um italiano que tentava embarcar para Milão foi flagrado com 70 varetas de pau-brasil (Paubrasilia echinata), uma árvore nativa protegida por lei.
Já em relatórios de agências policiais e ongs internacionais, a Itália figura como um mercado e rota de passagem do tráfico mundial de vida selvagem para dentro da União Europeia. O bloco segue como um dos principais hubs mundiais desse tipo de crime – com cerca de 5,2 mil apreensões apenas em 2023.
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