O fogo está dando uma trégua para os biomas brasileiros em 2025. Levantamento realizado por ((o))eco nos dados de queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) para os oito primeiros meses do ano mostra queda em cinco das seis formações vegetais brasileiras, com exceção da Caatinga.
Na Amazônia, entre janeiro e agosto de 2025, o Instituto registrou 13.446 focos de calor. A média para o mesmo período é de 41.057 focos, o que representa uma queda de 67%.
No Pantanal, a queda é ainda mais expressiva. Nos oito primeiros meses do ano, o INPE registrou 173 focos de calor, quando a média para o período é de 2.716 focos, número 16 vezes maior do que o registrado em 2025.
Queda menos acentuada
Os biomas Cerrado, Mata Atlântica e Pampa também registraram queda, ainda que menos expressivas.
No Cerrado, o número de focos registrados entre janeiro e agosto chegou a 22.772, quando a média para o período é de 28.601 focos, uma queda de 20%.
Na Mata Atlântica, o número registrado em 2025 até agosto foi de 6.497 focos de queimada. A média para o mesmo período, segundo dados do INPE, é de 8.901, o que representa queda de 27%.
No Pampa, o INPE computou 579 focos entre janeiro e agosto de 2025, quando a média para o período é de 707 focos, uma queda de 18%.
A redução das queimadas em 2025 pode ser atribuída a uma combinação de fatores, incluindo um alívio no clima após um forte El Niño e a implementação da Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo. Além disso, o governo federal intensificou as ações de prevenção, como o aumento no contingente de brigadistas e a articulação com estados e municípios para uma melhor fiscalização e controle.
Aumento expressivo
A Caatinga foi o único bioma que registrou aumento no número de focos de calor, em relação à média para os oito primeiros meses de 2025. E essa elevação foi bastante expressiva: em 2025, o bioma registrou 4.064 focos no período, enquanto a média era de 2.518, o que representa aumento de 61% no número de focos.
As queimadas na Caatinga estão historicamente ligadas à expansão da agricultura na região e, mais recentemente, à antecipação do período de estiagem intensa, fenômeno ligado às mudanças climáticas.
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