O ministro do Meio Ambiente Carlos Minc disse hoje que, até o fim do ano, espera registrar o menor desmatamento acumulado na Amazônia nas últimas duas décadas. “Nossa meta é ter o menor desmate dos últimos vinte anos na Amazônia”.
A declaração foi feita em entrevista coletiva onde ele comentou novos números do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que apontam uma queda de 90% no ritmo do desmatamento na região. Conforme os dados oficiais, entre fevereiro e abril foram perdidos 197 quilômetros quadrados (Km2) de matas. No mesmo período do ano passado, foram 1.992 Km2 desmatados. A novidade é que Mato Grosso voltou à liderança da degradação da Amazônia, com 111,8 Km2 (57%), seguido pelo líder anterior, o Pará, com 50,9 Km2, e Roraima, com 20,9 Km2.
Projetando os números atuais do Inpe, menores que a média mensal de desmatamento do ano passado, de aproximadamente mil quilômetros quadrados, o ministro avalia que será possível chegar ao fim do ano com pouco mais de 9 mil Km2 desmatados. Seria a menor taxa da história, conforme o monitoramento oficial que ocorre desde 1988 (veja aqui).
Os números, no entanto, devem ser relativizados pela grande cobertura de nuvens sobre a região nos últimos meses. A tecnologia usada para monitoramento ainda não consegue enxergar através delas. Ou seja, o desmatamento acumulado pode ser maior que o avaliado pelo governo. Com esse entrave técnico, Acre, Amazonas, amapá, Tocantins e Maranhão não foram monitorados pelos satélites, enquanto outros estados foram parcialmente avaliados. Nos três meses analisados pelo Inpe, em média apenas 20% da Amazônia esteve livre de nuvens. “Em parte, isso (nuvens) explicaria a redução no desmatamento”, disse Minc. No ano passado, a cobertura esteve em média 11% pontos percentuais abaixo da registrada este ano para os mesmos três meses.
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