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Brasil lançará na COP30 iniciativa global para recuperar áreas degradadas

Intitulado como RAIZ, o programa busca mobilizar recursos e tecnologias para restaurar solos agrícolas e fortalecer a produção sustentável de alimentos

Karina Pinheiro ·
31 de outubro de 2025
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Na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), em Belém (PA), o Brasil apresentará a RAIZ (Resilient Agriculture Investment for Net Zero Land Degradation), uma iniciativa internacional voltada à recuperação de áreas agrícolas degradadas e ao fortalecimento da produção sustentável de alimentos.

Liderada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com apoio do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), a RAIZ pretende unir países, instituições financeiras e organismos multilaterais para compartilhar tecnologias e mobilizar investimentos em restauração produtiva.

O programa responde à crescente demanda por segurança alimentar e conservação dos ecossistemas. Estimativas da ONU indicam que 2 bilhões de hectares de terras estão degradados, impactando 3,2 bilhões de pessoas. Segundo a FAO, 10 milhões de hectares de florestas são desmatados anualmente, e o Global Forest Watch (2024) aponta a perda de 6,7 milhões de hectares de florestas tropicais primárias no último ano.

De acordo com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, a RAIZ é uma contribuição concreta do Brasil à agenda global de sustentabilidade. “O que estamos levando à COP é o resultado de políticas reais. O Brasil tem mostrado que é possível produzir de forma sustentável e quer compartilhar esse conhecimento com o mundo”, afirmou o ministro.

A iniciativa se conecta a programas nacionais como o Solo Vivo e o Caminho Verde Brasil, ambos focados na recuperação de solos e no uso sustentável da terra.

O Solo Vivo, lançado em Mato Grosso, investe R$ 42,8 milhões para beneficiar até mil famílias agricultoras em dez municípios, combinando análises de solo, tecnologias digitais e capacitação gratuita. Já o Caminho Verde Brasil, criado pelo Decreto nº 11.815/2023, tem a meta de recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em dez anos. Em sua primeira fase, conta com R$ 30,2 bilhões em recursos e prevê restaurar 3 milhões de hectares, com possibilidade de novas parcerias internacionais, como com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (JICA).

  • Karina Pinheiro

    Jornalista formada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), possui interesse na área científica e ambiental, com experiência na área há mais de 2 anos.

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