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Mata é seca, mas é Atlântica

ONGs denunciam ao Ministério do Meio Ambiente lobby do setor privado para retirar mata seca de Minas Gerais da classificação de Mata Atlântica no mapa do IBGE. Intenção é abrir portas para a indústria do carvão.

Redação ((o))eco ·
6 de outubro de 2009 · 15 anos atrás
foto: José Luiz Vieira

ONGs encaminharam hoje um documento ao Ministério do Meio Ambiente e Secretaria de Meio Ambiente de Minas questionando possíveis mudanças no mapa do IBGE que informa a abrangência da Mata Atlântica naquele estado.

Conforme o comunicado enviado a O Eco pelas entidades, a “indústria de desmatamento” regional tem levado proprietários rurais e produtores de ferro-gusa a pressionar pela retirada do mapa porções de Mata Seca do norte mineiro. Assim poderão ser mais facilmente desmatadas para produção de carvão. “As pressões estão diretamente ligadas a interesses econômicos inconformados com as limitações impostas pela legislação e por multas aplicadas pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente em função de desmatamentos efetuados para expansão de fronteira agrícola e carvojeamento”, diz o ofício.

Conforme o Instituto Estadual de Florestas, o consumo de carvão vegetal em Minas Gerais foi de 23 milhões de metros cúbicos em 2008 – por volta de 45% de florestas nativas. E desse total, em Minas Gerais produziu 3,56 milhões de metros cúbicos, ou cerca de 15%. O restante veio de outros estados. 

Segundo Renato Cunha, coordenador nacional da Rede de ONGs da Mata Atlântica, Minas já perdeu mais de 80% de suas florestas originais, logo, há áreas desmatadas mais do que suficientes para atividades econômicas, como plantio de árvores para produção de carvão. “Esperamos que os órgãos de meio ambiente não aceitem essas pressões”, disse.

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