Em 26 e 27 de agosto de 2010 aconteceu o Simpósio Internacional sobre O Cultivo De Arroz E Conservação Da Natureza., Organizado pela Alliance for the Grasslands, Associação de Arrozeiros e o Sindicato Rural de Uruguaiana, o evento reuniu, no sul da Argentina, produtores rurais, autoridades políticas, membros dos movimentos rurais e conservacionistas e comunidades acadêmicas do Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina.
O evento levantou uma série de conclusões sobre o cultivo de arroz, práticas sustentáveis e sua aplicação na agricultura, além de ações de manejo e administração que podem ser aplicadas pelos produtores na melhoria dos padrões regionais e do tratamento com os recursos naturais. Um dos pontos chaves é a consideração da demanda pela expansão da produção de arroz e a quantidade e qualidade da água utilizada nessas culturas aliado à conservação do meio ambiente.
Parte das conclusões do simpósio baseiam-se em modelos que atendam os aspectos sociais e ambientais envolvidos na agricultura do arroz. Surge, potencialmente, a consciência dos impactos ambientais derivados da transformação do ambiente para implementação dos cultivos e necessidade de conservar os ecossistemas modificados.
Os participantes do Simpósio, afirmam que existem intenções de melhorar o perfil ambiental das culturas de arroz, assim como a relação dessas com a natureza. Apontam também que o setor público deve investir em pesquisas sobre práticas sustentável para cultivo do grão.
Conclusões finais do Simpósio Internacional sobre O Cultivo De Arroz E Conservação Da Natureza:
• O cultivo de arroz atrai organismos que se utilizam da cultura como habitat alternativo, temporário ou efêmero, sem necessariamente haver consumo das sementes.
• A criação de habitats artificais pode ser benéfico, mas também altamente arriscado, pois modificam-se as condições naturais de sobrevivência da fauna e flora locais. Assim, é necessário um manejo adequado na transformação dos ambientes.
• A rotatividade de culturas entre o gado e o arroz contribui para melhoras na colheita, além do tratamento ser eficaz para a conservação da biodiversidade, de boa produção e na prevenção de problemas crônicos na cultura.
• Pássaros são animais extremamente sensíveis à mudanças ambientais, sendo um bom bioindicador da qualidade da cultura. É preciso examinar as espécies recorrentes e sua interação com o entorno.
• O design da paisagem e seu equilíbrio com o ambiente devem ser levados em consideração, respeitando a vegetação, corredores ecológicos e as interações entre culturas produtivas e os usos potenciais dos recursos naturais.
• É preciso desmitificar a àgua na cultura de arroz. As culturas de arroz demandam água, não em grandes quantidades, mas com melhor administração de consumo, tratamento; potencializando os ciclos naturais.
• Mecanismos promissores podem auxiliar na diferenciação do arroz cultivado com “boas práticas”, a exemplo da certificação IRGA, aplicada no Brasil.
• Existem novas experiências de cultivo que melhoram o tratamento com o ambiente, como o arroz orgânico, o arroz biodinâmico, as culturas integradas e uma série de novas técnicas que reduzem a utilização de defensivos agrícolas e cuidam melhor do solo e da água.
• O uso de reservatórios de água em áreas de expansão agrícola do arroz, aumentam a capacidade de desenvolvimento da cultura, porém é necessária adesão à legislação local e um cuidado extremo com os impactos ambientais decorrentes dessa prática. (Laura Alves)
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