Salada Verde

Humanos ajudaram abutres a colonizar Ilhas Canárias

Nova pesquisa indica que aves chegaram o ilhas espanholas ao mesmo tempo que o homem, indicando influência recente no processo de adaptação.

Redação ((o))eco ·
14 de dezembro de 2010 · 14 anos atrás
Salada Verde
Sua porção fresquinha de informações sobre o meio ambiente
O abutre do Egito pode ter se beneficiado da abundância de alimentos (foto: Wikimedia Commons)
O abutre do Egito pode ter se beneficiado da abundância de alimentos (foto: Wikimedia Commons)

  A chegada dos seres humanos às Ilhas Canárias, há cerca de 2,5 mil anos, levou também animais domésticos, que criaram condições para que o abutre-do-egito (Neophron percnopterus) também se estabelecesse nas ilhas. Comparações genéticas entre aves encontradas nas ilhas e na Península Ibérica demonstram que homens e abutres-do-egito chegaram às Canárias na mesma época. Os estudos foram publicados no periódico BMC Evolutionary Biological.

Segundo os autores do estudo, antes da chegada dos colonos e seus animais, as Ilhas Canárias não eram capazes sustentar a presença de abutres, devido às escassas fontes de alimento para as aves, limitadas a pássaros e mamíferos marinhos e roedores. “A introdução de novas e abundantes fontes de alimentos por humanos pode ter permitido não apenas a colonização por abutres, mas também a expansão demográfica e sua adaptação para o ambiente putativo da nova ilha”, afirma Rosa Aguro, que trabalhou com uma equipe de pesquisadores da Estação Biológica Doñana, que fica em Sevilha, na Espanha.

Foram analisadas 143 aves ibéricas e 242 aves encontradas na ilha Fuerteventura, das Canárias. As análises confirmaram que os abutres-do-egito encontrados nas ilhas formam uma subespécies (N. percnopterus majorensis) com porte maior do que as outras duas conhecidas (N p. percnopterus, que vive na Europa, África e Ásia, e o N. p. ginginianus, restrita ao subcontinente indiano), apesar de viver em uma área mais restrita. “Nossos resultados sugerem que a atividade humana pode ocasionar evolução divergente e que este processo pode ocorrer em uma escala de tempo relativamente breve”, afirma Rosa Aguro. O abutre-do-egito está globalmente ameaçado de extinção e classificado como “em perigo” na lista vermelha da IUCN. (Vandré Fonseca)

Leia também

Notícias
17 de abril de 2025

Governo confirma mobilização de 4.600 brigadistas para combate ao fogo no Brasil em 2025

Serão 231 brigadas florestais federais, o maior número já mobilizado até o momento, diz MMA. Governo também fortalece medidas de resgate de animais

Notícias
17 de abril de 2025

Pacotão de consultas públicas aquece turbina para criação e ampliação de UCs

ICMBio divulga para consulta à sociedade civil propostas para criar dez novas unidades de conservação em seis estados e para ampliação da APA Costa dos Corais

Análises
17 de abril de 2025

Lei do Mar: o compromisso com o oceano e o clima é agora

As mudanças climáticas ameaçam o oceano. O aquecimento das águas, a acidificação e o branqueamento dos corais são algumas das consequências desse desequilíbrio

Mais de ((o))eco

Deixe uma resposta

Este site utiliza o Akismet para reduzir spam. Saiba como seus dados em comentários são processados.