A Pesquisadora Ana Luiza Coelho Netto em 1996 escreveu que “as chuvas intensas ocorridas no mês de fevereiro promoveram uma acentuada intensificação da atividade erosiva-deposicional nas encostas do Parque causando profundas transformações na paisagem florestal. Além das perdas de cobertura vegetal, grandes volumes de solos e fragmentos de rocha foram removidos através de movimentos de massa rápidos, sobressaindo-se a ocorrência de grandes avalanches detríticas e um número considerável de escorregamentos ao longo das estradas que recortam a unidade de conservação”. O evento exigiu uma ação emergencial, por parte da administração do Parque Nacional da Tijuca (PNT), que restringiu o acesso público às áreas mais afetadas, em especial, o setor Floresta da Tijuca, como medida de segurança. Entretanto, apesar do intenso trabalho de recuperação do Parque por conta das chuvas torrenciais, e mesmo contando com parcos recursos financeiros, no período de 1996 a 1997 a administração do Parque Nacional da Tijuca realizou:
Parcerias: primeiro convênio com o laboratório de Geohidroecologia da UFRJ; convênio com o ISER ISER – Instituto Superior de Estudos da Religião; Fundação Roberto Marinho; Prefeitura do Rio de Janeiro e com o Governo do Estado do Rio de Janeiro para composição do primeiro conselho da UC; entidades religiosas, universidades e ONGs para elaboração do projeto Espaços Sagrados; incremento da parceria com a ONG Terra Brasil, União dos Escoteiros, Femerj e outras instituições que já atuavam no PNT; Associações de Moradores e Associações de Bairros, em especial com a comunidade do Tijuaçu; AVLRJ – Associação de Vôo Livre do Rio de Janeiro; FEMERJ – Federação de Montanhismo do Estado do Rio de Janeiro; FUNBIO – Fundo Nacional para a Conservação da Biodiversidade; ONG Roda Viva para produção de cartilhas para professores e lideranças comunitárias, bem como o folder do Parque Nacional da Tijuca; parceria com empresas como a Nextel, Rádio Alvorada, dentre outras.
Elaboração de programas, projetos e planos: educação ambiental em parceria com universidades e especialistas; programa de pesquisa e manejo do patrimônio histórico; cultura e meio ambiente; valoração ambiental dos impactos provocados pelos empreendimentos de comunicação do Sumaré, tendo sido o primeiro estudo sobre o tema em UCs no Brasil; pesquisa com o laboratório de Geohidroecologia da UFRJ e com o Jardim Botânico do Rio de Janeiro; plano de ação do PNT; pesquisa com visitantes e usuários do Parque; início da elaboração do Plano Estratégico que teve como um de seus objetivos a base técnica para a revitalização do Corcovado; Plano de Gestão Participativa; e primeiro processo de elaboração de edital para a concessão dos serviços de transporte do Corcovado com a Diretoria de Ecossistemas do IBAMA.
Infra-estrutura e equipamentos: aquisição de equipamentos (computadores, mobiliários, veículos etc) para a operacionalização da sede administrativa no setor Floresta da Tijuca (“O Barracão”), sede anteriormente localizada no Jardim Botânico do Rio de Janeiro e que operava sem infra-estrutura e equipamentos necessários à gestão da unidade de conservação; construção da casa de apoio no Açude da Solidão; início da construção do Centro de Visitantes, inaugurado em 2001; e instalação da rede telefônica subterrânea da Floresta da Tijuca.
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