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Aperte o botão de “on”

Qual é a diferença entre um carro a gasolina e um elétrico? Dirigir o elétrico é melhor. O Ecocidades testou e aprovou as tecnologias que chegarão, de preferência, em breve.

Redação ((o))eco ·
7 de junho de 2010 · 14 anos atrás
Debaixo do capô, uma enorme bateria
Debaixo do capô, uma enorme bateria

? Você já dirigiu um carro automático?

? Sim, respondi com o nervosismo gerado por horas de espera e expectativa.

? É a mesma coisa, disse, do banco do carona, Laurent, o técnico da Michelin encarregado de tomar conta do protótipo elétrico e orientar jornalistas que esperavam a vez de experimentá-lo, durante o  Michelin Bibendum. Em seguida, apertou um botão e ligou o carro sem que se notasse qualquer barulho de partida do motor.

Estava diante da minha primeira chance de dirigir um carro elétrico. Cutuquei com cuidado o acelerador e saí da área de boxes. Atrás de uma fila de carros, todos usando alguma tecnologia considerada verde, aguardei com o que me restava de fleuma o sinal para entrar na pista do autódromo de Jacarepaguá, local reservado para as demonstrações do evento. Finalmente, veio a bandeira verde do fiscal e acelerei o pequeno Opel Agila, um carro de rua transformado em protótipo elétrico pela Michelin.

Qualquer previsão sobre o futuro necessita de um pouco de fé e essa, por sua vez, de emoção. Nos dois minutos seguintes, me convenci que os carros elétricos estão chegando. As razões? Lá estava eu testando um deles e descobrindo o prazer que é dirigi-los. De cara, senti a aceleração forte, muito maior do que se pode esperar de um carro desse porte, subtraída apenas do barulho a que estamos acostumados. A marcha é única, contínua. Rapidamente estávamos a 100 km/hora, ainda longe da máxima prevista de 140 Km/hora. No fim da reta, imaginei se o freio reagiria diferente. Fui surpreendido por um excelente freio-motor, que facilitou a redução de velocidade. Nas curvas, o comportamento do carro foi leve e estável. Terminada a volta, fiz a cara mais comovente possível e pedi outra.

? Unfortunately, we have a line, respondeu Laurent com seu forte sotaque francês. Fui obrigado a abandonar o brinquedo, logo após descobrir o quanto era divertido. O consolo é que havia outros para experimentar. Da minha parte, jamais voltaria a entrar em um carro com motor a explosão. Para quê? Não houve qualquer dificuldade de transição ou necessidade de aprender uma técnica nova. Foi sentar e sair dirigindo. As diferenças foram para melhor.

Detalhe do painel espartano
Detalhe do painel espartano

Em seguida, foi a vez de outro protótipo da Michelin movido a hidrogênio. Trata-se também de um carro elétrico, só que, ao invés de bateria, o motor é alimentado por gás de hidrogênio, mantido em um tanque sob pressão de 350 bar localizado embaixo dos assentos (oops!). Isso equivale a uma pressão próxima do dobro da usada em um cilindro de GNV (Gás Natural Veicular), de 200 bar. O carro tem emissão zero de poluentes, pois o resíduo do hidrogênio é vapor d’água.  Dessa vez, não foi possível dirigir. Junto com dois animados estudantes de engenharia, acompanhamos outro técnico da Michelin dar mais uma volta silenciosa e esportiva pelo autódromo.

O cilindro de hidrogênio fica junto à barra de direção
O cilindro de hidrogênio fica junto à barra de direção

Nos intervalos, passeando pelos boxes encontrei mais um veículo movido a hidrogênio. Agora, um kart, projetado por estudantes da universidade de Delft, na Holanda. Eles participam de um grupo que promove “corridas verdes”, pois, defendem, com essa propulsão os karts fazem pouco barulho e não emitem poluentes. O modelo acelera de 0 a 100 km/hora em 5 segundos e atinge uma velocidade máxima de 120 Km/hora. Já existe um campeonato da modalidade na Europa, no qual competem seis equipes universitárias da região, além de três americanas. O ronco dos motores das corridas está a perigo.

É grande, mas bebe moderadamente
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