Um grupo formado por 110 organizações da sociedade civil, redes, movimentos sociais e figuras políticas, entre elas a ex-ministra Marina Silva (REDE), lançaram na tarde da última quarta-feira (11), em Madri, na COP25, uma declaração conjunta sobre a crise do desmatamento e queimadas na Amazônia Brasileira.
O documento, de oito páginas, apresenta uma análise crítica das tendências recentes e fatores de desmatamento e queimadas na Amazônia, bem como as consequências para a crise climática global e outros impactos sociais e ambientais.
“O que se constata é que o governo Bolsonaro – com a falsa justificativa de que por trás das manifestações de preocupação com a Amazônia existiriam interesses contrários à soberania brasileira na região – está colocando em curso um plano articulado de destruição da floresta, incentivando o desmatamento, as queimadas, a devastação e o saque dos seus recursos naturais por grileiros, madeireiros e garimpeiros ilegais, incluindo o ataque aos defensores da floresta, considerados por ele como empecilhos para o alcance de seus interesses”, diz a declaração.
Ao conclamar o governo para que respeite a Constituição, leis e acordos internacionais assinados pelo Brasil na área ambiental, os signatários da carta listam uma série de medidas a serem tomadas pelo Palácio do Planalto para o enfrentamento da crise, como a retomada dos processos de demarcação de terras indígenas e quilombolas, transparência nos dados oficiais que possam auxiliar no combate ao desmatamento e queimadas e retomada do Fundo Amazônia, por exemplo.
A declaração também apresenta um apelo à ação, destinado a mobilizar a sociedade brasileira e a comunidade internacional para que adotem medidas concretas em defesa da Amazônia e dos direitos de seus povos.
“Sabemos que esses desafios somente poderão ser enfrentados e superados por meio de uma maior articulação e colaboração entre os diversos setores da sociedade brasileira e internacional. Assim, as redes, movimentos sociais e outras organizações civis abaixo assinadas conclamam os diversos níveis de governo, a sociedade brasileira e a comunidade internacional para que, com a urgência que a situação requer, seja estabelecida uma agenda de ações articuladas e efetivas – parte delas acima descritas – para reverter o processo de devastação em curso de um bioma essencial para a qualidade de vida de seus cidadãos e estratégico para a integridade do sistema climático global.”
Além de Marina Silva, assinam do documento os senadores Alessandro Vieira (Cidadania/CE), Fabiano Contarato (REDE/ES), Eliziane Gama (Cidadania/MA) e Randolfe Rodrigues (REDE-AP), dezoito deputados federais de vários partidos e estados, e organizações como IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), ISA (Instituto Socioambiental) e WWF -Brasil.
O lançamento da declaração conjunta na Conferência da do Clima da ONU, em Madri, foi acompanhado por um vídeo produzido pelo documentarista Todd Southgate, em parceria com organizações da sociedade civil.
Defesa da Democracia
Esta é a segunda vez na semana que a sociedade civil se manifesta contra o governo Bolsonaro na COP25. Na última terça-feira (10), foi lançada uma “Carta em Defesa da Democracia”, na qual centenas de lideranças, ativistas, indígenas, cientistas, procuradores da República, políticos, artistas e representante de outros segmentos da sociedade denunciam para a comunidade internacional as violações à democracia a aos direitos humanos no Brasil.
A carta foi assinada por 563 pessoas e 195 organizações e pode ser conferida aqui
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O ministro $alles, não pode ser "acuado", se não o "bicho" bufa.