Os CETAS são Centros de Triagem de Animais Silvestres. Eles têm a função de receber animais apreendidos, resgatados e entregues pela população em geral. Devem fazer o trabalho de recebimento, triagem, cuidados e destinação dos animais. Normalmente os animais que chegam aos CETAS estão em más condições. Embora o objetivo ideal seja devolver esses animais à natureza, um conjunto de fatores incapacitantes pode impedir esse retorno. A maioria acaba em zoológicos, centros de pesquisa e criadores legalizados.
Diogo Lagroteria trabalha no CETAS-AM (Manaus) como coordenador, médico veterinário, tratador, administrador e, além de todo esse acúmulo de funções devido à equipe reduzida, ainda arruma tempo para ser o fotógrafo. Seus registros fotográficos são um esforço para gerar conhecimento dentro do CETAS. Segundo Diogo, “um CETAS deveria servir para gerar pesquisa e informação sobre os animais que recebe e trata. Isso deveria ser uma política pública, uma diretriz, mas não é o que ocorre”.
Diogo fotografa desde criança, mas foi trabalhando com o ornitólogo e fotógrafo Robson Czaban que vislumbrou a possibilidade de fotografar os animais que passam pelo CETAS-AM. Ele afirma: “Eu vi nessa possibilidade, a chance de mostrar uma parte da nossa biodiversidade por outro ângulo. Tentar usar a fotografia para sensibilizar as pessoas e quem sabe um dia os tomadores de decisão, para mostrar o quão importante é a questão da fauna no nosso país”.
Além da importância documental (animais maltratados, grandes apreensões e o dia a dia do CETAS), as fotografias de Diogo revelam, com grande sensibilidade, o trabalho heroico da equipe do CETAS-Manaus pelo ângulo de quem o vê de dentro. “É uma alegria em dobro quando eu fotografo um filhote que foi criado e agora está apto ou cenas de soltura de animais. A fotografia é um complemento do trabalho. E não deixa de ser uma forma de registrar a beleza da nossa fauna e reduzir um pouco o estresse da rotina de ver os animais chegarem debilitados e maltratados.”
Clique nas imagens para ampliá-las e passe o cursor para ler as legendas | |
Acossados pela urbanização e o cativeiro
Longe do tráfico, em outras grades
Pessoas físicas poderão cuidar de animais silvestres
Leia também
Seis anos após tragédia de Brumadinho, responsáveis ainda foram julgados
Famílias das vítimas realizam Ato por Memória e Justiça em São Paulo, Ouro Preto e Brumadinho. Impactos ambientais ainda não foram totalmente mensurados →
Reforma tributária ampliará repasses a municípios que protegem a natureza
Aprimorar a gestão e a estrutura de unidades de conservação aumentou o retorno de impostos para localidade paranaense →
Podcast: A sombra, o cacau e a cabruca
No sul da Bahia, um sistema agroflorestal garantiu o florescimento de um produto que combina a produção de chocolate com a conservação da Mata Atlântica →