Gigante cruza o azul dos mares
A temporada de raias-jamanta no Brasil vai de maio a setembro. Os meses são os melhores para a observação da maior entre as raias. Espécie ainda sofre com pesca ilegal no país. →
Cristiane Prizibisczki é Alumni do Wolfson College – Universidade de Cambridge (Reino Unido), onde participou do Press Fellowship Programme (2011), com o artigo “(Mis)Informed Cities? – The urban level of climate change as reported on the pages of UK prestige press: a case study of the websites of BBC News and the Guardian”. Já trabalhou para veículos como Valor Econômico e revistas da Editora Abril (freelancer) e desde 2007 colabora para ((o))eco. Foi vencedora do Earth Journalism Awards (2009) em três categorias internacionais e do Prêmio Embrapa de Reportagem (2014).
A temporada de raias-jamanta no Brasil vai de maio a setembro. Os meses são os melhores para a observação da maior entre as raias. Espécie ainda sofre com pesca ilegal no país. →
Falta de legislação contribui para o total descontrole das emissões e do descarte de resíduos do setor de tecnologia da informação. O problema pode ser medido em toneladas. →
Observação de aves consolida bases no Brasil, apesar do ainda pequeno número de praticantes e dos desafios no setor. O birdwatching associa prazer com preservação da natureza. →
Se há quatro anos o Avistar era restrito a ornitólogos e fotógrafos de aves, hoje, definitivamente, não se pode mais dizer o mesmo do encontro. Segundo Guto Carvalho, organizador do evento, este ano o mix de participantes foi grande e enquadrou várias categorias de observadores. Pesquisadores da ornitologia, biólogos que não são ornitólogos, observadores que não são biólogos e aqueles que estão iniciando na observação. “O público acadêmico foi de 25%. A grande parcela, cerca de 40%, foi de observadores não-acadêmicos, ligados ao turismo ou à observação”, disse. Com tal perfil de participantes, o Avistar é bem diferente de um encontro técnico, onde as discussões são focadas em pesquisas e trabalhos acadêmicos. Segundo Mário Conh-Haft, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), o evento é uma oportunidade para o pesquisador entrar em contato com aqueles que, de forma direta ou não, contribuem para os trabalhos de academia. “O corpo técnico [de ornitólogos no Brasil] é pequeno e também tem gente que não está cobrindo grandes extensões territoriais. Certamente o número de birdwatchers é maior do que o de pesquisadores, por isso a participação de leigos é importante, porque eles podem gerar registros, facilitados pelo uso da tecnologia. O observador pode gravar, fotografar a ave, e estes dados são avaliáveis como registros. Assim, a observação cria uma exército de leigos contribuindo para a pesquisa e levantamento da distribuição de aves no país”, disse. Do outro lado, observadores não-pesquisadores se beneficiam com informações que dificilmente teriam de outra forma. “As palestras são acessíveis e a iniciativa indispensável para os interessados”, diz Thaís Borges, professora de música e observadora há quatro anos. Segundo ela, as palestras poderiam até ser mais aprofundadas, com mais tempo para discussão. “Acho que houve um excesso de assunto em palestras curtas. Gostaria que tivéssemos mais tempo, que os palestrantes tivessem uma atitude menos preocupada com o tempo.” Além da troca de experiências e informações, o Avistar, segundo o pesquisador do Inpa, é uma chance que ornitólogos têm de travar um contato diferenciado com seu objeto de estudo. “Não precisa ser cientista pra apreciar aves e nem todo cientista se interessa por elas, ou se permite, explorar este lado. Para mim, a oportunidade de me envolver em atividades não somente cientificas em relacão a aves foi otimista. É bom lembrar porque a gente estuda o que estuda”, arrematou. →
Imagem do programa Cool Edit mostra a representação gráfica do canto do tico- tico (Zonotrichia capensis) A prática da observação de aves também exige um bom conhecimento dos sons que as espécies emitem. Este é o primeiro passo para acha-las em seu habitat. Em ambientes fechados, como florestas, por exemplo, é possível que o birdwatcher escute até 30 vezes mais os sons do que veja o animal. Isso sem falar em espécies que fisicamente são muito parecidas entre si. As tovacas na Mata Atlântica são exemplos clássicos. Pequenas e de hábitos ligados ao extrato da vegetação, as três tovacas que existem no bioma são de difícil visualização e, quando avistadas, de difícil identificação pelas semelhança entre elas. Nessas horas, saber como é o canto de cada uma é essencial para a identificação correta. Com o desenvolvimento da internet e surgimento de aparelhos como IPod, tudo ficou mais fácil para o observador. Quer saber como é o canto de um tico-tico (Zonotrichia capensis)? É só realizar uma busca em sites específicos de canto e fazer o download. Clique aqui para ouvir o canto do tico-tico representado pelo gráfico acima Descrever uma ave também não é tarefa complicada. Tamanho, cores e características físicas são fáceis de transformar em palavras. Agora, o que dizer do som? Como descrevê-lo? “Somos animais essencialmente visuais. Então é bom usar um sonograma”, explicou Jeremy Minns, um dos maiores especialistas em gravação e vocalização de aves no Brasil, durante a programação de ontem do Avistar. O sonograma a que Minns se refere é um programa de computador que representa graficamente o canto, indicando a frequência e o tempo gasto em cada som emitido pela ave. “No começo vai ser muito difícil, mas depois de um certo tempo que você compara o som com a imagem dele, você consegue aprender”, diz Minn, com a sabedoria de quem, há décadas, trabalha com o assunto. Onde achar gravações de cantos: www.xeno-canto.org www.aves.brasil.nom.br DVD-ROM - Aves do Brasil (a ser lançado no próximo semestre) Software para visualização e edição de sons: Cool Edit 2000 - http://baixaki.ig.com.br/site/dwnld1245.htm Audacity - http://audacity.sourceforge.net/ Syrinx - www.syrinxpc.com Raven Lite - www.birds.cornell.edu/brp/raven/Raven.html →
Imagine a sensação de encontrar uma suçuarana em plena cidade de São Paulo. A surpresa certamente seria grande. Foi mais ou menos assim que se sentiram observadores de aves na tarde de ontem, no Parque Villa-Lobos, ao descobrir entre as árvores um pavó (Pyroderus scutatus). Espécie que se alimenta de frutas de árvores de médio e grande porte, o pavó é típico de florestas e áreas preservadas. A visita deste indivíduo ao parque, que fica às margens da marginal Pinheiros, em área densamente urbanizada, talvez seja apenas parte de seu deslocamento entre os remanescentes de floresta que existem nas bordas da capital, as serras da Cantareira e do Mar. Mas mesmo sendo uma passagem rápida, a presença do pavó no Villa-Lobos atiçou os ânimos dos birdwatchers presentes no Avistar, que correram para fotografá-lo. Acima, um dos resultados dessa corrida. →
Capital paulista recebe encontro brasileiro de observadores de aves. um dos debates trata da consolidação do birdwatching no Brasil. Confira slideshow e cobertura no Blog do Eco. →
Capital paulista recebe encontro brasileiro de observadores de aves. um dos debates trata da consolidação do birdwatching no Brasil. Confira slideshow e cobertura no Blog do Eco. →
Floresta Nacional de Lorena tem experiência em recomposição de Mata Atlântica com espécies nativas e exóticas e espera se tornar um centro nacional de estudos sobre o tema. →
Pavimentação da rodovia BR-319 está prestes a sair do papel, apesar dos alertas de pesquisadores e de ambientalistas sobre a total inviabilidade econômica e ambiental da obra. →