Notícias
11 de agosto de 2004

Batata “quente”

Uma batata que nasce de semente transgênica criada pela empresa holandesa HZPC está agitando o mercado do tubérculo nos Estados Unidos, diz o The New York Times (gratuito, pede cadastro). O consumo de batata, por conta da mania de dietas que pregam redução radical na ingestão de carbohidratos, desaba a olhos vistos entre os americanos.Em dois anos, caiu quase 5%. A nova batata, que tem menos de 30% de carbohidratos, pode ajudar a mudar o rumo da curva de consumo. Na Flórida, no entanto, pode fazer até mais. Seus plantadores, que reunidos numa cooperativa compraram direitos exclusivos sobre a semente da HZPC, acham que ela devolverá à agricultura local sua proeminência na produção nacional. Há duas décadas, o estado estava entre os maiores produtores de batata do país. Hoje, não planta nem 2% das batatas que os americanos, cada vez mais, comem menos.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004
Notícias
11 de agosto de 2004

Bem ou mal?

Outra sobre engenharia genética vegetal, também no The New York Times (gratuito, pede cadastro). Nos Estados Unidos, alguns pesquisadores estão propondo às Prefeituras o uso de plantas genéticamente modificadas para limpar solos ou espelhos d’água contaminados e combater insetos e pragas vegetais. Na superfície, soa atraente. Mas a idéia é controversa. Ambientalistas apontam para a impossibilidade de controlar a expansão das plantas transgênicas. O polen viaja a longas distâncias. Pode portanto migrar para a população de plantas naturais, danificando ecossistemas inteiros.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004
Notícias
11 de agosto de 2004

Já é proibido

No Brasil, não chega a ser uma preocupação. Mas nos Estados Unidos há muito se discute o impacto da proliferação de jipes – coisa do tamanho de um Pajero Full, Nissan Xterra e Blazer – no trânsito das cidades. Imbatíveis na lama, são acusados de ser assustadores no asfalto. Em qualquer acidente entre um carro e um jipe, nunca deu empate. O jipe, pelo volume, sempre ganha. Mas não é só a questão da segurança que aglutina a oposição contra o uso de utilitários como automóveis. Eles ocupam mais espaço, consomem mais combustível e têm peso muito acima do que as ruas podem suportar. O asfalto vai embora mais cedo que o previsto e o recapamento precisa ser reforçado levando em conta o aumento do número de jipes em circulação. É um veículo que em todos os sentidos custa caro ao contribuinte. E ele começou a perceber. Os políticos, atrás de votos, também. Varias medidas foram introduzidas em Assembléias estaduais e municipais para limitar peso e altura de utilitários com permissão para trafegar em áreas urbanas. Andy Bowers, da Slate (gratuito), descobriu que os projetos de lei são absolutamente desnecessários fazendo uma tremenda reportagem. Não falou com um ser humano. Entrevistou placas penduradas em postes nas ruas e páginas de montadoras de automóveis na Internet. Em todas as cidades que visitou na Califórnia, viu placas banindo veículos com tamanho acima do TR-4 da Mitsubishi ou os Vitaras da Suzuki. Mas ninguém cumpre a lei. Na ruas da Califórnia, como nas daqui, circula coisa muito maior que um Range Rover. Caminhões, por exemplo. Leva pouco mais de 10 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
11 de agosto de 2004
Notícias
6 de agosto de 2004

Estranho aliado

As centenárias florestas nativas de araucária no Chile ganharam um protetor inusitado. É a Home Depot, uma empresa americana que detém o título de maior varejista de madeira do mundo. Há 4 anos, debaixo de uma ofensiva de ambientalistas que incluiu piquetes e passeatas na frente de suas lojas nos Estados Unidos, a empresa resolveu adotar estratégia para só comprar madeira de fornecedores que tivessem certificação de manejo ambiental. Viu que seria impossível, dessa maneira, suprir toda a demanda anual de seus consumidores. Chamou seus críticos, os ambientalistas, e com sua ajuda foi ela própria certificar seus fornecedores ao redor do mundo. A Home Depot não tem do que se arrepender com a decisão que tomou, relata o The Wall Street Journal (só para assinantes). Não gastou um centavo a mais de seu orçamento para ter madeiras colhidas de forma "limpa", seus consumidores adoram a novidade e seus executivos se sentem orgulhosos, achando que estão fazendo o bem. O texto é longo, demora 10 minutos para ser lido, mas vale à pena.

Por Manoel Francisco Brito
6 de agosto de 2004
Notícias
6 de agosto de 2004

Jegue em extinção

Nem sempre animais ameaçados de extinção são exóticos ou selvagens. O The Wall Street Journal (só para assinantes) conta que entre os bichos fadados a serem varridos do mapa há um jegue. Sua linhagem não poderia ser mais nobre. A raça, a baudet de Poitou, foi criada na Franca há mais de seis séculos. Mas há várias gerações, por conta de cruzamentos com outros tipos de jegue, o baudet de Poitou puro-sangue começou a sumir do mapa. Quanto mais desapareciam, mais seus criadores insistiam nos cruzamentos consanguíneos. Resultado, além de continuar desaparecendo, os baudet de Poitou puros ficaram com saúde frágil. Hoje, existem apenas 250 deles na França. Outros 100 se espalham pelos Estados Unidos e Alemanha.

Por Manoel Francisco Brito
6 de agosto de 2004
Notícias
4 de agosto de 2004

Missão: Mercúrio

Subiu ao espaço a sonda Messenger, da Nasa. Foi lançada de Cabo Canaveral, na Flórida, em direção a Mercúrio, o planêta mais próximo do Sol. A última vez que o homem passou perto de lá foi nos anos setenta, com a sonda Mariner 10. O Guardian (gratuito) conta que a missão pretende resolver uma série de mistérios científicos e só conseguirá chegar a Mercúrio porque o homem descobriu como aproveitar as forças da natureza para empurrar a Messenger até seu destino: vai usar a gravidade de Vênus e da Terra como estilingues espaciais. Demorará 7 anos para cumprir todo o percurso, mas a leitura do texto não toma mais do que 3 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004
Notícias
4 de agosto de 2004

Sub-Londres

Alerta amarelo na saúde pública britânica. Os casos de tuberculose dobraram em Londres nos últimos 15 anos. Os hospitais da capital inglesa vêm registrando média de 3000 casos por ano. O Guardian (gratuito) diz que a cidade, que continua recebendo grande número de imigrantes, está vulnerável à doença. Gasta-se 2 minutos de leitura.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004
Notícias
4 de agosto de 2004

Correção no futuro

O governo inglês vai construir mesmo 120 mil casas populares em área próxima do rio Tâmisa. O problema é que ela é, segundo ambientalistas e cientistas, de altíssimo risco. Por conta do efeito-estufa, a área é uma das mais vulneráveis à enchentes em toda a Inglaterra. Construir moradias lá pode ser o mesmo que condenar seus moradores a viver pesadelos ambientais. Segundo o Guardian (gratuito), o governo reconheceu os riscos, não mudou seus planos mas prometeu, em decisões futuras sobre onde fazer lares populares, levar em consideração a possibilidade da ocorrência de enchentes. Leitura de pouco mais de 1 minuto.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004
Notícias
4 de agosto de 2004

Reciclagem em segredo

A Folha de S. Paulo (só para assinantes) traz reportagem mostrando que roupas feitas com material reciclado já freqüentam as prateleiras de lojas brasileiras há sete anos. Mas os produtores preferm não divulgar nada sobre isso, porque acham que o consumidor ainda implica com produtos feitos a partir da reciclagem de materiais. Pesquisa da Ong Akatu confirma que o preconceito existe: 36% dos entrevistados disseram que não vestiriam roupas recicladas porque acreditam que sua qualidade seria inferior a de vestimentas feitas com matéria-prima virgem. O texto leva 2 minutos para ser lido.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004
Notícias
4 de agosto de 2004

Excesso de cadáveres

A Aids voltou a se espalhar de forma tão avassaladora no sul da África que em algumas regiões, as autoridades, por falta de novos cemitérios, estão sendo obrigadas a reciclar túmulos nos velhos. É o que acontece em Durban, África do Sul, onde a doença está matando bem mais rápido do que a capacidade da burocracia de descobrir o que vai fazer com o número exagerado de falecidos. O The New York Times (gratuito, pede cadastro) conta que em Durban há 52 cemitérios..Cinqüenta e um estão oficialmente com sua capacidade ocupada. Mas todos os dias os coveiros enterram novos cadávers neles. Simplesmente os jogam sobre os resto mortais que já estão nos túmulos.

Por Manoel Francisco Brito
4 de agosto de 2004