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24 de agosto de 2004

Fantasma da fome

O Financial Times (área gratuita) diz que a China está diante de uma crise de abastecimento sem precedentes. Sua agricultura não consegue alimentar a população e, por essa razão, ela se tornou o maior importador de alimentos do planeta. A raiz do problema é técnica e ambiental. Os campos chineses estão sofrendo com o empobrecimento do solo, a erosão e a seca prolongada. O país revive a lembrança dos períodos de fome que assolaram a população nas décadas de 50 e 60, no século passado. Lê-se a reportagem em 2 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
24 de agosto de 2004
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20 de agosto de 2004

Pesquisa a fogo

Começou em 16 de agosto um projeto que vai dar o que falar. Apresenta-se sob o argumento de que é preciso estudar o processo de “savanização” da área de transição entre o Cerrado e a Amazônia, devastada pelas queimadas. A savanização é o irreversível empobrecimento da biodiversidade nessa região. O Projeto Savanização consiste em realizar “grandes incêndios experimentais” em 300 hectares de floresta em Mato Grosso, para acelerar o processo de degradação ambiental e permitir que os pesquisadores avaliem o efeito do fogo sobre a fauna e a flora e estimem a resistência da floresta a futuros incêndios. Serão seis anos de “queimadas experimentais”. A floresta a ser sacrificada localiza-se na Fazenda Tanguro, propriedade de Blairo Maggi, governador de Mato Grosso e maior produtor de soja do país. A lista de parceiros do Projeto Savanização inclui o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), o Woods Hole Research Center, INPE/CPTEC, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Mato Grosso, Yale University, Stanford University e o US Forest Service.

Por Manoel Francisco Brito
20 de agosto de 2004
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20 de agosto de 2004

Monoclimática

Uma notícia que aposta no alarme. A Agência Européia do Meio Ambiente diz que a Europa será o primeiro continente a sofrer os piores efeitos do aquecimento do planeta. Lá para 2080, por exemplo, a previsão é que ela esteja assim com um clima mais brasileiro, registra O Globo (gratuito, pede cadastro). Sem inverno, só com verão. A leitura da reportagem é rápida.

Por Manoel Francisco Brito
20 de agosto de 2004
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20 de agosto de 2004

Vitória das máquinas

O The New York Times (gratuito, pede cadastro) registra mais um capítulo de uma das mais renhidas disputas na questão do meio ambiente: se máquinas devem ou não ter acesso a áreas de preservação. Nesse momento, ela tem um ringue nobilérrimo, o Parque Nacional de Yellowstone, nos Estados Unidos. E no último round, as máquinas saíram ganhando. O Serviço Nacional de Parques decidiu ontem permitir por um prazo de 3 anos que snowmobiles, híbridos de trator e motocicleta barulhentíssimos, específicos para deslizar sobre a neve, poderão freqüentar o ecossistema de Yellowstone. Só precisam respeitar um limite de 750 snowmobiles por dia no interior do Parque. O número está arrepiando os cabelos de muitos ambientalistas. A reportagem leva 5 minutos para ser lida.

Por Manoel Francisco Brito
20 de agosto de 2004
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20 de agosto de 2004

Tempestade de jipes

O Guardian (gratuito) traz reportagem informando que as tempestades de areia originadas no deserto do Saara multiplicaram-se por dez nos últimos 50 anos. A causa, dizem pesquisadores da Universidade de Oxford, parece difícil de acreditar. Reclamam da Toyotização do Saara, termo usado para descrever o aumento desproporcional no uso de jipes como veículo numa determinada região. Hoje, no Saara, nem os nômades querem mais usar camêlos. Os animais foram substituídos por possantes 4 x 4. Os acadêmicos dizem que o peso dos jipes destruiu fina camada sobre a areia do deserto que a protegia da ação dos ventos. Qualquer brisa, atualmente, quase sempre acaba em tempestade.

Por Manoel Francisco Brito
20 de agosto de 2004
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20 de agosto de 2004

Péssima lição

Ainda é cedo para se fazer um balanço da campanha do Ministério do Meio Ambiente contra as queimadas na Amazônia. Mas ela já produziu sua primeira obra. Trata-se de um manual que ensina a por fogo no mato sem acabar com a mata. Seu conteúdo baseia-se numa capitulação. O fogo é uma praga na visão do Ibama. Mas como o governo não tem meios de acabar com sua utilização como instrumento agrícola, o ministério decidiu tentar que ele pelo menos fosse usado com cuidado. O folheto, que leva a assinatura do Ibama, pergunta: “De que lado você está?”. Na página onde o cenário é bege, as pessoas andam seminuas e descalças, as casas ardem, as árvores têm copas de fogo e o gado virou esqueleto? Ou na página onde as borboletas voam, os casais se abraçam, as pessoas pescam no rio, as crianças jogam bola, os adolescentes namoram por cima da cerca e – não vá alguém pensar que o assentamento é só de lazer – um lavrador colhe verduras na horta? Resposta do ecochato: de nenhum deles. Basta olhar as imagens com um pouquinho de implicância, para ver que, na propriedade agrícola ideal, o rio não tem mata ciliar e a selva amazônica não passa de um bosque ralo no fundo do quintal. Na paisagem tostada pelo mau lavrador as coisas são ainda piores. Por ela vagueia um homem de mãos abanando, com uma espingarda no ombro. Ou seja: o incêndio, além de tudo, arruinou-lhe a caçada. Desde quando isso é coisa que se ensine numa cartilha do Ibama?

Por Manoel Francisco Brito
20 de agosto de 2004
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19 de agosto de 2004

Natura

A Natura, empresa brasileira de cosméticos e perfumaria que, recentemente abriu seu capital, vai descobrindo que a necessidade de se comunicar com o mercado implica em um grau muito maior de discussão pública de sua estratégia empresarial. O que no seu caso significa discutir também iniciativas de desenvolvimento sustentável, projetos ambientais e parcerias sociais, e exibir no relatório anual, ao lado dos indicadores econômico-financeiros, sete páginas de indicadores de desempenho ambiental. Vale a pena? Pelo menos neste caso parece que sim. Em reunião com analistas financeiros na quarta-feira em Cajamar, o presidente Pedro Passos indicou que a imagem ecologicamente responsável da empresa ajudou a vender suas ações para investidores estrangeiros, que absorveram 70% do total de ações ofertadas.

Por Manoel Francisco Brito
19 de agosto de 2004
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13 de agosto de 2004

O conhecimento é meu

Há um ano, o Brasil discute com 49 outras nações a formação de um sistema global de observação do planeta. Ele já tem um nome, Sistema dos Sistemas de Observação Global da Terra, um objetivo, integrar mundialmente dados gerados por estruturas nacionais, e uma boa noção do seu tamanho no início de 2015, data prevista para entrar em funcionamento. Serão 50 satélites, 10 mil estações metereológicas, mil bóias, 7 mil navios e 300 mil aviões. Os países envolvidos na discussão têm até dezembro para acordarem sobre um plano de implementação com prazo de 10 anos. A coordenação de toda esta estrutura não chega a ser problema na mesa de negociações. Mais sensível é o debate sobre quem terá acesso aos dados uma vez que estejam processados. É que os principais modelos matemáticos e computacionais capazes de dar sentido a estas informações estão nas mãos de americanos e europeus. Eles querem os dados, mas resistem à idéia de repartir o conhecimento.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004
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13 de agosto de 2004

Passivo ambiental comunista

Moscou, uma cidade de 11 milhões de habitantes, tem que enfrentar um tipo de poluição que lhe é bastante peculiar: a de rejeitos nucleares. Herança do regime comunista, que desenvolveu seu programa nuclear sem qualquer tipo de cuidado ambiental, Moscou hoje tem que conter e limpar 1200 sítios com material radioativo, conta o The New York Times (gratuito, pede cadastro). Esses são os que se conhece. Imagina-se que haja ao menos centenas de outros. Na época da União Soviética, esses locais eram segredos tão bem guardados que as infomações sobre seus endereços acabaram se perdendo pela burocracia dos militares e do governo. A situação é tão grave que a Rússia foi obrigada a criar uma empresa estatal dedicada a procurar áreas desconhecidas onde exista poluição nuclear. Leitura um pouco mais longa. Leva-se pouco menos de 10 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004
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13 de agosto de 2004

Resgate do Hubble

Quando George Bush resolveu fazer discurso no começo do ano dizendo que o programa espacial americano iria voltar suas atenções para colocar o homem em Marte, a Nasa anunciou que teria que abandonar a manutenção do Telescópio Espacial Hubble. Alegou que com a ênfase em Marte, não teria dinheiro para fazer os reparos necessários para garantir a sobrevida do Hubble. Precisaria de US$ 1,6 bilhão. A comunidade científica do mundo todo estrilou. Com toda razão. Marte ainda é um sonho. Com o Hubble, os astrônomos puderam ver e entender, como nuca tinham entendido e visto antes, uma seerie de fenômenos astrofísicos que explicam a origem do universo e indicam para onde ele pode estar indo.A Nasa não aguentou o barulho, conta o Guardian (gratuito). Arranjou o dinheiro e vai enviar ao espaço um robô fabricado no Canadá para efetuar os reparos. A leitura leva 4 minutos.

Por Manoel Francisco Brito
13 de agosto de 2004