Noventa por cento das pessoas, em todo o mundo, respiram ar poluído, segundo dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde., nesta quarta-feira (02). E os alertas não param por aí: sete milhões de pessoas morrem todos os anos em decorrência da poluição em ambientes exteriores e interiores. A entidade gerenciou os índices de poluição atmosférica de 4.300 cidades de 108 países.
À medida que a qualidade do ar urbano diminui, o risco de acidente vascular cerebral, doença cardíaca, câncer de pulmão e doenças respiratórias crônicas e agudas, incluindo asma, aumenta para os moradores. Sozinha, a poluição atmosférica já causou cerca de 4,2 milhões de mortes em 2016, enquanto a poluição do ar por cozimento usando combustíveis ou tecnologias poluentes causou aproximadamente 3,8 milhões de mortes no mesmo período.
A OMS baseia os seus dados de coleta de acordo com as concentrações médias anuais de material particulado fino (PM10, sigla em inglês). As recomendações de qualidade do ar da OMS exigem que os países reduzam sua poluição do ar para valores médios anuais de 20 μg/m3, para PM10. Para termos uma ideia, em 2016, o município de Santa Gertrudes, no interior de São Paulo, foi o local que registrou o maior índice de PM10, com 80 μg/m3, ou seja, quatro vezes mais o recomendável pela Organização Mundial da Saúde. O Brasil possui um padrão de qualidade do ar próprio, adorado em 1990, que é 3 ou 4 vezes mais permissivo do que os valores de segurança definidos pela OMS.
Quanto mais rico, maior preocupação com a qualidade do ar
Os dados dão conta que os níveis de poluição do ar ambiente são mais baixos nos países de alta renda, particularmente na Europa, nas Américas e no Pacífico Ocidental. Por outro lado, os níveis mais altos de poluição do ar estão na região do Mediterrâneo Oriental e no Sudeste Asiático, com níveis médios anuais frequentemente superiores a cinco vezes os limites da OMS, seguidos por cidades de baixa e média renda na África e no Pacífico Ocidental.
“A poluição do ar ameaça a todos nós, mas as pessoas mais pobres e marginalizadas enfrentam a maior carga”, diz Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS. “É inaceitável que mais de três bilhões de pessoas – a maioria mulheres e crianças – ainda estejam respirando fumaça todos os dias por utilizarem fogões e combustíveis poluentes em suas casas. Se não tomarmos medidas urgentes, nunca chegaremos perto de alcançar o desenvolvimento sustentável.”
Saiba Mais
WHO Global Urban Ambient Air Pollution Database (update 2018)
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