Em cima do outro

A Assembléia Legislativa de Mato Grosso aprovou a criação de uma Floresta Estadual na mata que ainda está relativamente à salvo do agronegócio e dos madeireiros no Norte do estado. O projeto, que passou a toque de caixa, não foi iniciativa do governador Blairo Maggi. A idéia partiu dos próprio deputados, que amanhã patrocinam em Apiacás, município que cederia terras para a nova Unidade de Conservação, uma audiência pública para debatê-la. As fronteiras da Floresta Estadual proposta pelo Legistativo foram desenhadas sobre terras que o governo federal planeja demarcar para criar o Parque Nacional do Juruena – colosso de 1,5 milhão de hectares que cobrirá do triângulo que marca o extremo Norte do Mato Grosso até uma parte do Amazonas. A audiência pública para discutir o Parque Nacional está marcada para o dia 21 também em Apiacás. Considerando-se a atitude da Assembléia estadual, é inevitável que ela transcorra em clima hostil.

Por Felipe Lobo
10 de março de 2006

Quieto

Maggi, o governador que enriqueceu plantando soja sobre a floresta, anda calado nessa disputa. Não declarou apoio aos deputados. Tampouco os condenou. Deixou passar em branco até uma quebra do protocolo administrativo de governos. Regem a regra e as boas maneiras, que Unidades de Conservação devem ser propostas pelo Executivo, que têm à disposição os meios e os técnicos para embasar científicamente sua decisão. Seu silêncio não é sinal de desinterêsse, mas de aprovação da manobra do Legislativo. Desde que a Operação Curupira revelou a roubalheira na secretaria estadual de meio ambiente e a extensão do desastre ambiental que ela provocou, Maggi não tem força para vir ao palco nacional e peitar Ibama e Ministério do meio Ambiente. Prefere deixar que outros briguem por ele.

Por Felipe Lobo
10 de março de 2006

Nem tanto

Na verdade, Maggi conversou sobre esse assunto com uma pessoa essa semana. Foi Marina Silva, Ministra do Meio Ambiente, com que teve contato telefônico. Ouviu que o governo federal prosseguirá com a criação do Parque Nacional do Juruena.

Por Felipe Lobo
10 de março de 2006

Quase pronto

Representantes das gerências e bases operacionais do Ibama na Amazônia Legal fecharam nesta sexta-feira em Cuiabá o planejamento completo de suas ações em 2006. Para sair do papel, falta agora a aprovação do orçamento do instituto para este ano.

Por Felipe Lobo
10 de março de 2006

Aposentadoria?

O surfista norte-americano Kelly Slater venceu a primeira etapa do WCT (divisão de elite do esporte), disputada esta semana na Austrália. Slater,...

Por Felipe Lobo
10 de março de 2006

Estação Corrida

Começa no dia 2 de abril o Circuito das Estações: quatro provas de 10 km de corrida a serem realizadas uma em cada estação do ano. A primeira, do...

Por Felipe Lobo
10 de março de 2006

Buraco das Araras é assim

A chegada dos casais de Ara chloropterus é típica do entardecer na borda do Buraco das Araras, uma cratera com 126 metros de profundidade cavada no...

Por Felipe Lobo
9 de março de 2006

Data

A audiência pública em Apiacás, Mato Grosso, que vai debater a criação do Parque Nacional do Juruena, foi remarcada para o dia 21 de março.

Por Felipe Lobo
9 de março de 2006

Perigo

Mansio Cordeiro, presidente do Banco da Amazônia (Basa), anunciou que sua instituição dispõe de 6 bilhões de reais para conceder créditos a projetos de fomento na região Norte. Não é boa notícia para a floresta amazônica. Parte do dinheiro para empréstimos do Basa este ano vem do Fundo Constitucional da Região Norte (FNO). Criado na década de 80 com forte viés desenvolvimentista, ele financiou boa parte do desmatamento no Norte do país dando crédito a projetos agropecuearios.

Por Felipe Lobo
9 de março de 2006

Constrangimento

A ministra Marina Silva não quer presidir os trabalhos da MOP3, a conferência da ONU sobre biossegurança que acontece a partir da semana que vem em Curitiba. A tradição manda que esses encontros sejam chefiados pelo ministro do Meio Ambiente do país onde ele acontece. Marina, entretanto, faz beiço, aliás com toda a razão, por conta da posição dúbia do governo em relação à identificação de cargas transgênicas. Seu ministério queria que os rótulos digam explicitamente se a carga tem transgênicos. O da Agricultura também topa a rotulação, desde que ela diga apenas que a carga “pode ter” produtos geneticamente modificados. A decisão sobre a parada está nas mãos de Lula.

Por Felipe Lobo
9 de março de 2006

Decisão

Segundo o Valor, Lula já decidiu essa parada e nem avisou à sua ministra do Meio Ambiente. Diz reportagem na edição de hoje que na sexta-feira passada, antes de sua partida para a Inglaterra, o presidente ligou para Dilma Rousseff, da Casa Civil, e Roberto Rodrigues, da Agricultura, e anunciou sua escolha pelo rótulo preferido pelo agronegócio, aquele que não diz nada.

Por Felipe Lobo
9 de março de 2006