Atenção, Lula

O World Resources Institute publicou hoje um estudo que deveria ser lido com extrema atenção pelo presidente Lula e as ministras Marina Silva e Dilma Roussef, todos adeptos da tese que o combate à pobreza precede a luta contra a degradação ambiental. O relatório mostra, segundo reportagem da BBC, que é justamente o contrário. A devastação do meio ambiente tem impacto direto na renda das populações mais empobrecidas do mundo e o trabalho do WRI aponta para experiências em que a recuperação de áreas degradadas melhorou a vida de muita gente cuja única perspectiva era nascer, viver e morrer na miséria. O WRI critica a ênfase dada pelos países industrializados a distribuição de auxílio financeiro aos países menos desenvolvidos e a obssessão de seus governos com os aspectos sociais da pobreza. Diz que isso os impede de enxergar a complexidade da questão e a importância dos recursos naturais para reverter o problema. O relatório, endossado pela ONU, sai duas semanas antes do encontro de 190 países em Nova Iorque para examinar o estado dos “Objetivos do Milênio”, uma iniciativa multilateral que pretende cortar a pobreza do mundo pela metade até 2015. Se ele não incluir a proteção à natureza como prioridade, afirma o WRI, dificilmente vai chegar lá. O relatório em formato PDF está disponível na seção Salada Verde.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

O lobby da Dilma

Segundo o jornal Valor (só para assinante), a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, pressionou o presidente do Tribunal de Contas da União, ministro Adylson Motta, e o presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim , para agilizar julgamentos que emperraram projetos de infra-estrutura do governo. Coincidência ou não, esses julgamentos estão parados por questões ambientais. Um envolve construção de rodovias e o outro a decisão do ministro Nelson Jobim de condicionar a liberação de obras realizadas em áreas protegidas à aprovação do Congresso. Essa última questão será decidida dia 1 de setembro, numa reunião entre juizes do STF.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

Piscinão de alto risco

Reportagem da AP publicada no site do Yahoo dá bem a medida do tamanho do impacto ambiental do furacão Katrina na área metropolitana de Nova Orleans. A cidade está submersa pelas águas do rio Mississipi e 80% de suas construções foram danificadas. Pela cidade estão escorrendo combustíveis e produtos químicos vazados de tanques e boiando restos mortais arrancados pela enchente das tumbas de seus cemitérios. A situação mostra os perigos inerentes à ações do homem que desafiam a natureza. Nova Orleans foi construída em região pantanosa abaixo do nível do mar graças a diques que desviaram o fluxo da água. Hoje, são justamente esses diques que ajudaram a transformar sua região urbana numa imensa piscina cheia de riscos à vida humana.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

Cadastro de piratas

Coalizão de instituições ambientais e multilaterais, entre elas o Banco Mundial, lançaram o Própeixe, programa que vai criar cadastro mundial de navios pesqueiros piratas. A iniciativa tem o objetivo de proteger os estoques mundiais de pescado e definir quotas de peixes para cada país cujas economias dependem, em alguma medida, da pesca. A notícia é da BBC.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

Os ventos do Sul

Na noite do dia 29 de agosto a cidade gaúcha de Muitos Capões foi atropelada por ventos de até 220km/h. Um morador disse ao jornal Zero Hora (gratuito) que o primeiro sinal da chegada do tornado foi o estrondo provocado pela queda de araucárias numa mata próxima. Em 30 segundos, a cidade estava arrasada,com 83 construções danificadas e 14 pessoas feridas. No resto do estado, 60 mil pessoas ficaram sem energia. Em Porto Alegre choveu sem parar. Mas segundo o serviço de meteorologia, ainda tem um ciclone extratropical a caminho do Rio Grande do Sul, que deve começar a fazer estragos a partir de quinta-feira à noite. Os ventos devem chegar a 100km/h.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

Amazônia pega fogo

Três focos de incêndio próximos a Serra dos Carajás, no Pará, destruiu uma área de floresta amazônica equivalente a 600 campos de futebol. Como conta O Globo(gratuito), a razão é a de sempre: a insistência dos fazendeiros de realizarem queimadas no período mais seco na região norte.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

O inferno é aqui

Uma onda de calor se abateu sobre o Rio de Janeiro em pleno inverno e levou os termômetros a marcarem temperaturas acima de 40 graus. Como disse o coronel do corpo de bombeiros Marco Aurélio Silva a O Globo, a floresta parece que tem gasolina. O clima seco colaborou para o surgimento de 105 focos de calor em todo estado. Incluindo áreas no Parque Estadual da Pedra Branca e no entorno do Parque Nacional de Itatiaia.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

Pobre Barra

A câmara dos vereadores do Rio de Janeiro derrubou o veto do prefeito que não permitia alterações nas regras de construção na Área de Proteção Ambiental do Parque de Marapendi. O que significa sinal verde para empresários portugueses e espanhóis privatizarem um dos últimos espaços verdes da Barra da Tijuca e transformá-lo em dois “ecoresorts”. Pela matéria de O Globo, a única área certa a continuar com acesso irrestrito à população será um campo de golfe, que ao ser construído vai alterar a vegetação local.

Por Redação ((o))eco
31 de agosto de 2005

Boca livre

 A Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) completou 25 anos. Foi assinado por oito países que têm parte de seu território na região para defender a floresta e promover o desenvolvimento sustentável, mas durante todo esse tempo, não fez nem uma coisa nem outra. “O tratado nunca foi encarado como prioridade, pelo menos no Brasil”, diz o advogado Raul Valle, que acompanha a questão no Instituto Sociambiental (ISA) . A falta do que celebrar não impediu que o Itamaraty desse uma festa para comemorar a data. O TCA serviu de motivo para a diplomacia se divertir.

Por Carolina Elia
30 de agosto de 2005

Pena

O Itamaraty, lembra Roberto Smeraldi, da Ong Amigos da Terra , deveria se esforçar mais para fazer o TCA andar. Primeiro, porque é um dos poucos tratados diplomáticos do mundo com foco em meio ambiente. Depois, porque, sua secretaria permanente, criada há dois anos, está em Brasília, sinal da importância do país no tema.

Por Carolina Elia
30 de agosto de 2005

Candura

Para variar, a terça-feira foi um dia de sinceridade ímpar na Câmara dos Deputados. Em audiência pública, Cristiano Krok, presidente da Engevix, empresa que assinou relatório de impacto ambiental ignorando a existência de 4 mil hectares de Mata Atlântica primária em área que está sendo alagada pela usina hidrelétrica de Barra Grande , no Rio Grande do Sul, admitiu que não houve incompetência. Foi desleixo mesmo. O estudo foi superficial, feito a partir de imagens de satélite e sem qualquer visita à campo. A tal “mancha verde” que se via nas fotos só preocupou os técnicos da empresa depois que ambientalistas começaram a denunciar seu crime ambiental. Krok continua solto, a Engevix continua funcionando e a Baesa, consórcio responsável pela usina, ganhou na Justiça o direito de pô-la para funcionar

Por Carolina Elia
30 de agosto de 2005

A multa subiu

O governo federal se animou com os resultados no combate ao desmatamento na Amazônia e resolveu multiplicar por cinco a antiga multa que era aplicada em quem corta árvore em área de reserva legal, aquela porção de floresta que todo proprietário rural é obrigado a manter de pé em suas terras. Já não era sem tempo. O antigo valor da pena, de 1 mil reais por hectare derrubado, não estava assustando mais ninguém.

Por Redação ((o))eco
30 de agosto de 2005