O Rio descoberto na Austrália

No século XVIII, o Rio de Janeiro recebeu um sem-número de expedições científicas que vinham explorar o Novo Mundo. Na mesma época, a Austrália também atraía pesquisadores europeus entusiasmados com sua riqueza natural. Essa coincidência de destinos fez com que parte do acervo iconográfico sobre o Rio daquele período fosse parar não na Europa, mas em museus australianos. Pedro da Cunha e Menezes — diplomata, ex-chefe do Parque Nacional da Tijuca e colunista do O Eco — dedicou-se a pesquisar museus e instituições na Austrália e voltou de lá com 200 pinturas, aquarelas e desenhos. O resultado, ele mostra no livro O Rio de Janeiro na Rota dos Mares do Sul (editora Andréa Jakobsson), a ser lançado no próximo dia 17 de dezembro, no Espaço Cultural da Marinha. Boa parte do material é inédito. São cenas urbanas, registrando as pessoas e a arquitetura da época, e retratos dos exuberantes recursos naturais de então, a Floresta da Tijuca por todos os ângulos, com suas fazendas, águas, flora e fauna, uma série de pássaros, mamíferos e morcegos, além dos peixes que abundavam na Baía de Guanabara.

Por Lorenzo Aldé
3 de dezembro de 2004

Salina

Uma salina abandonada. Nessa foto em 180º a intenção é mostrar um momento de extremo calor. Quando a temperatura passa de 50 graus, o trabalho é...

3 de dezembro de 2004

Alex Ferro e as salinas

Pelas lentes de Alex Ferro, as salinas e seus trabalhadores. A rotina abrasiva e insalubre é feita de mãos e pés no sal, e um vasto céu sobre as cabeças.

Por Alexandre Sant´Anna
3 de dezembro de 2004

Certeza

A Cargill espalhou outdoors às margens da BR-163, na altura de Sinop, ainda no Mato Grosso, mostrando que não tem dúvida de que a parte paraense da estrada será asfaltada. “Chegaremos a Santarém”, alardeiam os cartazes.

Por Redação ((o))eco
3 de dezembro de 2004

Bem conservado

Uma equipe de pesquisadores do Museu Nacional do Rio de Janeiro anunciou a descoberta de um dos mais antigos fósseis de dinossauro do mundo. O Unaysaurus tolentinoi, encontrado em 1998 próximo ao município de Santa Maria (RS), viveu há cerca de 225 milhões de anos, no período Triássico. Segundo o Estadão (gratuito), além da raridade da descoberta, chamou a atenção a integridade do fóssil, cujo crânio é o mais completo já encontrado no país. Uma réplica do dinossauro está exposta no Museu Nacional a partir de hoje.

Por Lorenzo Aldé
3 de dezembro de 2004

Alternativas

A produção de madeira certificada na região norte do Brasil está ameaçada. Um dos pilares do processo de certificação, as áreas com título de propriedade regularizado estão ficando cada vez mais escassas. No Pará, maior produtor nacional de madeiras, onde existem 1,2 milhões de hectares certificados, não há mais terra legalizada para efetuar o manejo, a não ser as áreas demarcadas como Florestas Estaduais ou Nacionais ou os assentamentos do Incra. A situação é a mesma por todos os estados da região Norte. A Juruá, madeireira com selo de certificação, acaba de fechar contrato para extração e manejo de madeira em dois assentamentos no Amapá. Pretende fazer mais do mesmo no estado, onde tem a meta de certificar 600 mil hectares. A Cikel, outra madeireira certificada, tem estratégia diferente. Quer fazer o corte e manejo em Florestas Nacionais.

Por Redação ((o))eco
3 de dezembro de 2004

Novas florestas

O presidente Luis Inácio Lula da Silva assinou na quinta-feira, 2 de dezembro, o decreto de criação de duas novas Florestas Nacionais. Uma, a de Jacundá, fica em Rondônia e tem 400 mil hectares. A outra fica ao sul de Manaus, tem 800 mil hectares de área e chama-se Balata Tufari. As duas Florestas fazem parte de uma estratégia de preservação combinada ainda em 2000, na presidência de Fernando Henrique Cardoso, entre os governos federal e dos estados da Amazônia para elevar o número de Florestas Nacionais e Estaduais na região. A meta é demarcar 10% do território amazônico, até 2010, com este tipo de unidades de conservação. Atualmente, este percentual está em 3%. No ano que vem, a previsão é que ele vai dobrar.

Por Redação ((o))eco
3 de dezembro de 2004

Falta pouco

Marcus Barros, presidente do Ibama, chega na segunda-feira, 6 de dezembro, a Manaus para examinar os ajustes finais no mapa do mosaico de unidades de conservação que o governo do Amazonas promete criar em janeiro no sul do estado. O desenho inclui reservas extrativistas e Florestas e Parques Estaduais. O mosaico será implantado numa extensão de 3,2 milhões de hectares de mata ainda praticamente intocada, que está ameaçada pela expansão da fronteira da soja que sobe pelo Mato Grosso.

Por Redação ((o))eco
3 de dezembro de 2004

Crime com aval do Estado

Ao se deparar, horrorizado, com o desmatamento de florestas de araucárias em sua Itaiópolis (SC), Germano Woehl Jr., da ONG Rã-Bugio, correu aos órgãos públicos para denunciar o crime contra aquele ecossistema ameaçado de extinção. A resposta que recebeu do Ibama local foi ainda mais surpreendente: o corte ilegal havia sido autorizado pela Fundação de Meio Ambiente do Estado, a FATMA. “Houve destruição da vegetação nativa, inclusive com corte de espécies ameaçadas de extinção (araucária, xaxim e imbuia). Uma área mediu 17 hectares e tinha autorização de corte concedida pela FATMA de Canoinhas”, informou o Ibama, acrescentando que “a licença da FATMA jamais deveria ter sido concedida, já que a área é abrigo de espécies ameaçadas”. Os proprietários envolvidos foram autuados em um total de 28.500 reais. O Ibama enviou suas descobertas para o Ministério Público, que deve chamar a FATMA às falas.

Por Lorenzo Aldé
2 de dezembro de 2004

China rumo a Kyoto

A China assinou seu primeiro acordo de redução de gás carbônico em troca de crédito. A mineradora chinesa Jincheng Anthracite Coal Group vai extrair gás metano da mina de carvão Sihe, na cidade de Jincheng, e destiná-lo à geração de energia na mina, antes obtida pela queima do carvão. A medida vai reduzir as emissões de dióxido de carbono em 4,5 milhões de toneladas nos próximos 20 anos. O Banco Mundial vai pagar por esse benefício ambiental, em nome do Fundo Protótipo de Carbono (PCF, em inglês). Criado em 1999, em decorrência dos compromissos estabelecidos pelo Protocolo de Kyoto (1997), o PCF é o primeiro fundo de investimento para fomentar projetos de redução de gases do efeito estufa nos países em desenvolvimento. Composto pelos governos de seis países — Holanda, Finlândia, Suécia, Noruega, Canadá e Japão — e 17 empresas, o Fundo financia atualmente 16 projetos em 14 países. Entre eles, um brasileiro: o Plantar, em Minas Gerais.

Por Lorenzo Aldé
2 de dezembro de 2004