Navio explode no Paraná

O navio chileno Vicuña explodiu ontem à noite no Porto de Paranaguá, no Paraná. A cidade sacudiu.O corpo de bombeiros informou ao Globo (gratuito, pede cadastro) que o navio estava sendo abastecido de metanol, combustível altamente inflamável, quando aconteceu uma série de explosões. Vinte e dois tripulantes foram resgatados com vida e 4 estavam desaparecidos até o começo da madrugada. Segundo a Agência Estado (gratuito), a embarcação estava com 11 mil toneladas de metanol a bordo e afundou com pelo menos metade da carga em seu interior. A causa das explosões e os danos ambientais serão investigados hoje. O Globo (gratuito, pede cadastro) lembra outros acidentes ocorridos recentemente no Porto de Paranaguá.

Por Carolina Elia
16 de novembro de 2004

Escravos para derrubar floresta

Mais de 100 trabalhadores escravos foram libertados em uma fazenda em Pacajás, no Pará, durante uma ação do Ministério do Trabalho na região. Eles foram contratos para desmatar parte da floresta amazônica, mas nunca foram pagos e viviam em condições subumanas. No grupo havia menores, uma idosa e uma grávida. Segundo O Globo (gratuito, pede cadastro), não foi a primeira vez que o dono da fazenda foi acusado de escravizar funcionários.

Por Carolina Elia
16 de novembro de 2004

Tubarões em perigo

Biólogos brasileiros estão lançando uma campanha para salvar os tubarões. Um terço das cerca de 90 espécies do litoral brasileiro correm risco de extinção nessa década. Sua pesca em excesso é motivada pelo alto preço das barbatanas, que chegam a US$50 por quilo no mercado internacional. Mal-encarados, eles não angariam simpatia pública. Mas os ataques fatais contra humanos não passam de 12 por ano no mundo inteiro. Segundo os especialistas, a chance de morrer atacado por um cachorro é maior que por um tubarão. O Globo (gratuito, pede cadastro).

Por Eduardo Pegurier
16 de novembro de 2004

Burocracia encarece construção

A burocracia brasileira aumenta os custos na aprovação de um projeto imobiliário entre 280% e 425%, diz matéria do Globo (gratuito, pede cadastro). Cada nova empreitada pede mais de 20 certidões, com prazos diferentes de validade. O pessoal da área também reclama da imprevisibilidade no trâmite dos projetos e da corrupção na área. Como, em geral, esses custos acabam sendo relativamente mais pesados sobre os pobres, outro resultado é o aumento da favelização. Essa ligação foi levantada em várias partes do mundo por Hernando de Soto, economista peruano, que publicou os livros “O mistério do capital” e “Economia subterrânea”.

Por Eduardo Pegurier
16 de novembro de 2004

Indonésia ganha editorial

O descaso dos últimos governos da Indonésia com os recursos naturais do país virou assunto de editorial do New York Times (gratuito, mas exige cadastro). O jornal afirma que, em troca de investimento externo, os governantes permitiram que empresas devastassem a floresta tropical, poluíssem o ar e os rios e destruíssem 80% do recife do país. A Baía de Buyat estaria contaminada com arsênico e mercúrio, inclusive sua vida marinha. Os peixes já estariam proibidos para o consumo.

Por Carolina Elia
16 de novembro de 2004

O pacto de Bonito

Programa bom é o que está reservado este mês aos promotores públicos que atuam na bacia do Alto Paraguai, no Pantanal de Mato Grosso. No dia 22, eles vão a Bonito, assistir a uma audiência pública sobre os resultados do programa Formoso Vivo. Depois, nos dias 25 e 26, à fazenda Rio Negro, uma RPPN da ONG Conservação Internacional, no município de Miranda. Ou seja, vão ver o que é bom, para saber como evitar o que é ruim em suas comarcas. Das reuniões sairá um plano coletivo de trabalho em 2005. O Formoso Vivo, para quem ainda não ouviu falar dele, nasceu do empenho do promotor Luciano Loubet para levar a sério a legislação ambiental em Bonito. Deu tão certo, que até o viveiro de mudas de árvores nativas da cidade, usado na restauração das matas ciliares nos rios transparentes que cortam as fazendas da região, é produto de acordos de compensação estimulados pelas multas de Loubet.

Por Redação ((o))eco
12 de novembro de 2004

Cifrões ecológicos

Tente adivinhar de onde foram extraídas as seguintes frases:“A teoria econômica tem três mitos falsos, unanimemente aceitos: 1) o sistema econômico é neutro para o meio ambiente, 2) o meio ambiente é inesgotável, e 3) todas as benesses sociais dependem do crescimento econômico”.“Se as exportações e os acordos de livre comércio não garantem resultados socioambientais satisfatórios, voltando todo esse passivo para as mãos das empresas e dos governos, por que insistimos nessa mesma trilha batida, sem qualquer avaliação crítica?”“No longo prazo não estaremos todos mortos, como disse Keynes. Ele se esqueceu de que, como espécie animal, somos praticamente imortais e vamos precisar de solo fértil, atmosfera e água para viver, e não de lucros econômicos extremamente mal-mensurados”. Resposta: do Relatório Econômico e Estratégico de novembro, distribuído aos investidores pelo ABN AMRO Asset Management, onde o banco avisa que avaliar os riscos ambientais do crescimento deixou de ser conversa de ecologista.

Por Redação ((o))eco
12 de novembro de 2004

Raro registro

Um filme raro documentando os primórdios do ambientalismo brasileiro foi recuperado e será exibido em Curitiba a partir de 17 de novembro. Ele registra uma expedição pelo rio Tibagi e pela Serra do Mar, no Paraná, em 1926. Filmado pelo alemão Reinhard Maack, mostra cenários naturais paranaenses que já não existem mais. O documentário será exibido na exposição A História Ambiental do Paraná de Reinhard Maack”, resultado de três anos de pesquisas da empresa Lobo-Guará, com apoio do Instituto Goethe. Maack trabalhou durante décadas em pesquisas cartográficas e geológicas na região Sul, e o projeto em sua homenagem é parte de uma pesquisa maior de recuperação da história ambiental do Brasil, em especial do Paraná.

Por Redação ((o))eco
12 de novembro de 2004

Na cúpula?

O jornal O Globo (gratuito, pede cadastro) divulgou o conteúdo de mais gravações obtidas pela Polícia Federal na investigação sobre a máfia dos combustíveis. O esquema de cobrança de propinas para a concessão de licenças ambientais na Feema pode envolver a cúpula do órgão estadual. Nas conversas entre os dois principais acusados de pertencerem à máfia dos combustíveis (já presos), ele citam diversas vezes contatos com a presidência da Feema, inclusive quando o assunto é a “tabela” de valores cobrados para a liberação de licenças.

Por Lorenzo Aldé
12 de novembro de 2004

Bloco da reciclagem

O Unidos da Lata de Lixo recicla para fazer instrumentos e fantasias. O material que os catadores da região acham que não compensa vender é doado para os sambistas. Garrafões de água, latões e baldes de plástico compõem o naipe dos surdos e repiques. Latas de cerveja viram tamborins e ganzás. Não há folga para tampas de panela e frigideiras nem para as sobras de napa usadas por capoteiros locais. Vale tudo, até argolas de latinhas transformam-se em enfeites. Localizado no bairro de Colégio, Zona Norte do Rio de Janeiro, o bloco divulga a idéia da reciclagem e, quando sai, junta 300 foliões animadíssimos. Viva Favela (gratuito).

Por Eduardo Pegurier
12 de novembro de 2004